1. (UFSCAR)
Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas ...
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo ... - mais nada.
Mas a vida, a vida , a vida
a vida só é possível
reinventada. […]
(Cecília Meireles)
Podemos dizer que, nesse trecho de um poema de Cecília Meireles,
encontramos traços de seu estilo
a) sempre marcado pelo momento histórico.
b) ligado ao vanguardismo da geração de 22.
c) inspirado em temas genuinamente brasileiros.
d) vinculado à estética simbolista.
e) de caráter épico, com inspiração camoniana.
2. (UFU) Leia o poema abaixo:
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio tão amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas,
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa e fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?"
(Cecília Meireles)
Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o poema:
a) A expressão "mãos sem força", que aparece no primeiro verso
da segunda estrofe, indica um lado fragilizado e impotente do "eu"
poético diante de sua postura existencial.
b) As palavras mais sugerem do que escrevem, resultando, daí, a força das
impressões sensoriais. Imagens visuais e auditivas, em outros poemas,
sucedem-se a todo momento.
c) O tema revela uma busca da percepção de si mesmo. Antes de um simples
retrato, o que se mostra é um autorretrato, por meio do qual o "eu"
poético olha-se no presente, comparando-se com aquilo que foi no passado.
d) Não há no poema o registro de
estados de ânimo vagos e quase incorpóreos, nem a noção de perda amorosa,
abandono e solidão.
3. (PUC-RS) O livro de Cecília Meireles que evoca os "tempos do ouro"
denomina-se:
a) Romanceiro da Inconfidência.
b) Balada para el-Rei.
c) Vaga música.
d) Retrato natural.
e) Romance de Santa Clara.
4. (MACK) "Romanceiro da Inconfidência" é um longo poema que revê nossa
época árcade. Seu autor é:
a) Mário de Andrade.
b) Oswald de Andrade.
c) Carlos Drummond de Andrade.
d) Cecília Meireles.
e) Vinícius de Moraes.
5. (UFES)
"Assovio
Ninguém abra a sua porta
para ver que aconteceu:
saímos de braço dado,
a noite escura mais eu.
Ela não sabe o meu rumo,
eu não lhe pergunto o seu:
não posso perder mais nada,
se o que houve já se perdeu.
Vou pelo braço da noite,
levando tudo que é meu:
– a dor que os homens me deram,
e a canção que Deus me deu."
(Cecília Meireles - Viagem)
Cecília Meireles, no poema transcrito, vale-se dos seguintes recursos
estilísticos:
a) humanização/ intimismo/
redondilha maior.
b) sinestesia/ subjetivismo/ soneto.
c) anáfora/ fugacidade/ redondilha menor.
d) metonímia/ transcendência/ ode.
e) metáfora/ desengano/ epigrama.
6. (UFES)
"Pareceis de tênue seda,
sem peso de ação nem de hora...
– e estais no bico das penas,
– e estais na tinta que as molha,
– e estais nas mãos dos juízes,
– e sois o ferro que arrocha,
– e sois o barco para o exílio,
– e sois Moçambique e Angola!"
("Romance III ou das Palavras Aéreas")
Cecília Meireles, nesse trecho de uma composição inserida no
"Romanceiro da Inconfidência, dirige-se às palavras através de:
a) processo anafórico/ catacrese/
versos isométricos.
b) processo metafórico/ antonomásia/ versos heterométricos.
c) processo anafórico/ metonímia/ versos isométricos.
d) processo metafórico/ alegoria/ versos heterométricos.
e) processo anafórico/ símbolo/ versos isométricos.
7. (UFES) Das obras abaixo, a única não escrita por Cecília Meireles:
a) Mar absoluto.
b) Retrato natural.
c) Vaga música.
d) Lição de coisas.
e) Poemas escritos na Índia.
8. (UFES) Cecília Meireles escreveu os seguintes versos:
a) "De tudo, ao meu amor serei atento
Antes,
e com tal zelo e sempre e tanto
Que
mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu
pensamento."
b) "Não serei o poeta de um mundo caduco
Também
não cantarei o mundo futuro
Estou
preso à vida
E olho meus
companheiros."
c) "Eu canto porque o instante
existe
E a minha vida está completa
Não sou alegre, nem sou triste
Sou poeta."
d) "Eu sou redondo
Redondo
eu sei
Eu
sou uma redondilha
Das mulheres que eu beijei."
e) "Na rua Aurora eu nasci
Na
aurora da minha vida
E
numa aurora cresci."
9. (ENEM –
2012)
Ai, palavras, ai, palavras
que estranha potência a vossa!
Todo o sentido da vida
principia a vossa porta:
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
A liberdade das almas,
ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1985 (fragmento).
O fragmento destacado foi transcrito do
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio
histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão
mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:
a) A força e a resistência humanas superam os
danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.
b) As
relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao
significado das palavras.
c) O significado dos nomes não expressa de
forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o
tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças.
e) Como produto da criatividade humana, a
linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.
10. (FUVEST) Com o próprio título indica, no Romanceiro da Inconfidência, de Cecília
Meireles, os romances têm como referência nuclear já frustrada rebelião na Vila
Rica do Século XVIII. No entanto, deve-se reconhecer que:
a) A base histórica utilizada no poema
converte-se no lirismo transcendente e amargo que caracteriza as outras obras
da autora.
b) As intenções ideológicas da autora e a estrutura
narrativa do poema emprestam ao texto as virtudes de uma elaborada prosa
poética.
c) A imaginação poética dá à autora a
possibilidade de interferir no curso dos episódios essenciais da
rebelião, alterando-lhes o rumo.
d) A
matéria histórica tanto alimenta a expressão poética no desenvolvimento dos
fatos centrais quanto motiva o lirismo reflexivo.
e) A preocupação com a fidedignidade histórica
e com o tom épico atenua o sentimento dramático da
vida, habitual na poesia da autora.
11. Estão, entre as principais características da linguagem poética de
Cecília Meireles:
a) Sua linguagem é marcada pelo
experimentalismo e bastante influenciada pela linguagem popular. Buscou a
recriação da linguagem a partir do contato com os falares regionais, defendendo
os “erros” gramaticais como expressão maior de nossa brasilidade.
b) Sua escrita é direta e simples, quase
prosaica, muito embora tenha tido grande conhecimento das formas clássicas de
estruturação de poemas, elementos que também podem ser encontrados em sua obra.
c) O
cuidado com a seleção vocabular e a inclinação para a musicalidade, para o
verso curto e para os paralelismos estão entre as principais características da
poesia de Cecília Meireles.
d) Por meio de uma linguagem debochada, irônica
e crítica, Cecília Meireles satirizava os meios acadêmicos e também a
burguesia, estabelecendo uma profunda ruptura em relação à cultura do passado.
12. (ITA 2003) Cecília Meireles, poeta da segunda fase do Modernismo Brasileiro, faz
parte da chamada “Poesia de 30”. Sobre esta autora e seu estilo, é CORRETO
afirmar que ela
a) seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro,
produzindo uma poesia de consciência histórica.
b) não seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro,
produzindo uma obra de traços parnasianos.
c) seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro,
produzindo uma poesia panfletária e musical.
d) não
seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia
lírica, mística e musical.
GABARITO
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