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QUESTÕES SOBRE FERREIRA GULLAR



1. (UNAERP-SP) Leia o fragmento:
"O preço do feijão
não cabe no poema. O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão"
A sua é uma poesia de protesto, principalmente em "Poema sujo". Participou da fase concretista. Exímio jornalista, privilegia o social.
Falamos de:
a) Carlos Nejar.
b) João Cabral de Melo Neto.
c) Moacyr Scliar.
d) Gonçalves Dias.
e) Ferreira Gullar.


2. (UEL – Londrina)
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas"
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira.
Ferreira Gullar

Sobre o poema Não há vagas, de Ferreira Gullar, é correto afirmar:
a) Ao ser aproximada de um ato lúdico como o fazer poesia, a crítica social é atenuada e perde força.
b) A ruptura com o verso tradicional situa o poema no contexto da primeira geração modernista.
c) Nota-se uma conjunção entre a reflexão sobre o fazer poético e a preocupação com a realidade social adversa.
d) A crítica política e a reflexão sobre a literatura presentes no poema configuram exceção na produção poética de Ferreira Gullar.
e) Trata-se de texto poético que destoa do conjunto da obra Toda poesia por utilizar redondilhas maiores e menores.


3. (PUC - PR) Leia os fragmentos abaixo, retirados do poema Muitas vozes, de Ferreira Gullar, para responder à questão.
Meu poema
é um tumulto:
a fala
que nele fala
outras vozes
arrasta em alarido.
(...)
A água que ouviste
num soneto de Rilke
os ínfimos rumores no capim
o sabor
do hortelã
(…)
da manhã
tudo isso em ti
se deposita
e cala.
Até que de repente
um susto
ou uma ventania
(que o poema dispara)
chama
esses fósseis à fala.
Meu poema
é um tumulto, um alarido:
basta apurar o ouvido.

I. É um exemplo de metapoesia, um dos vários temas recorrentes nesta obra.
II. A intertextualidade surge como uma das muitas vozes presentes no poema.
III. Fósseis, no poema, é uma referência aos mortos do eu poético, que também são vozes do poema.
IV. Apurar o ouvido, no último verso, remete à percepção do material de que se compõe o poema.
V. Esse é um dos poucos poemas de Ferreira Gullar, nesta obra, em que a morte se faz presente.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente as assertivas I e IV são verdadeiras.
b) As assertivas I, II e V são verdadeiras.
c) Somente a assertiva I é falsa.
d) As assertivas I, II, III, IV são verdadeiras.
e) Todas as assertivas são verdadeiras.


GABARITO
1:E   2:C   3:D

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