1. (Faap-1997) "Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que
adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca do dono, e
amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão narrada em
capítulo especial, é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto
homônimo é que dá o título ao livro, e por que antes um que outro, - questão
prenhe de questões, que nos levariam longe... Eia! chora os dous recentes
mortos, se tens lágrimas. Se só tens riso, ri-te! É a mesma cousa. O Cruzeiro,
que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz alto para
não discernir os risos e as lágrimas dos homens."
Machado de Assis
Machado de Assis filia-se (e o trecho é
exemplo disso) ao estilo de época do:
a) arcadismo
b) romantismo
c) realismo
d) simbolismo
e) modernismo.
2. (ENEM-2001) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem,
critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou
dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com
certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da
beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor
sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não
digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita,
fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,
que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás
Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.
A frase do texto em que se percebe a crítica
do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:
a) ... o
autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...
b) ... era
talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...
c) Era bonita,
fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,
...
d) Naquele
tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...
e) ... o
indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
(UNIFESP-2007) Texto comum às
questões: 3, 4, 5 e 6
O trecho do conto Uns braços, de Machado de
Assis
Havia cinco semanas que ali morava, e a vida
era sempre a mesma, sair de manhã com o Borges, andar por audiências e
cartórios, correndo, levando papéis ao selo, ao distribuidor, aos escrivães,
aos oficiais de justiça. (...) Cinco semanas de solidão, de trabalho sem gosto,
longe da mãe e das irmãs; cinco semanas de silêncio, porque ele só falava uma
ou outra vez na rua; em casa, nada.
“Deixe estar, — pensou ele um dia — fujo
daqui e não volto mais.”
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado
pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A
educação que tivera não lhe permitira encará-los logo abertamente, parece até
que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que
eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No
fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso.
Aguentava toda a trabalheira de fora, toda a
melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única
paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços.
Naquele dia, enquanto a noite ia caindo e
Inácio estirava-se na rede (não tinha ali outra cama), D. Severina, na sala da
frente, recapitulava o episódio do jantar e, pela primeira vez, desconfiou
alguma cousa. Rejeitou a ideia logo, uma criança! Mas há ideais que são da
família das moscas teimosas: por mais que a gente as sacuda, elas tornam e
pousam. Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu que entre o nariz e a boca
do rapaz havia um princípio de rascunho de buço. Que admira que começasse a
amar? E não era ela bonita? Esta outra ideia não foi rejeitada, antes afagada e
beijada.
E recordou então os modos dele, os
esquecimentos, as distrações, e mais um incidente, e mais outro, tudo eram
sintomas, e concluiu que sim.
3. Quando se
diz, ao final do texto, que D. Severina concluiu que sim, significa que ela
reconheceu que
a) deveria
contar tudo a Borges.
b) Inácio era
um desastrado, de fato.
c) estava
enganada sobre o amor de Inácio.
d) Inácio
deveria ser advertido.
e) Inácio
começava a amá-la.
4. Ao
conceber-se bonita, D. Severina entendeu que
a) era
possível Inácio estar apaixonado por ela.
b) sua beleza
não era para ser desfrutada por uma criança.
c) a traição a
Borges seria um grande equívoco.
d) Inácio, de
fato, desejava vingar-se de Borges.
e) o marido
não a via assim, ao contrário de Inácio.
5. Analise as
duas ocorrências:
... uma criança!
Criança?
Essas duas passagens mostram que
a) tanto os
sentimentos de D. Severina como a sua razão mostravam-lhe que Inácio era ainda
muito jovem para se dar às questões do amor.
b) havia duas vozes na consciência de D.
Severina: uma lhe proibia o desejo; outra o mostrava como possibilidade.
c) D. Severina
via Inácio como uma criança apenas, o que a perturbava muito, por sentir-se
atraída por ele.
d) D. Severina
rejeitava qualquer possibilidade de uma relação com Inácio, já que não nutria
nenhum sentimento pelo rapaz.
e) havia um
embate entre a consciência e a educação de D. Severina, o qual a impedia de
aceitar o amor do rapaz.
6. De início,
morar na casa de Borges era solitário e tedioso, o que levou Inácio a pensar em
ir embora. Todavia, isso não aconteceu, sobretudo porque o rapaz
a) passou a
ser mais bem tratado pelo casal após três semanas.
b) teve uma
educação que não lhe permitiria tal rebeldia.
c) se pegou
atraído por D. Severina, com o passar do tempo.
d) gostava, na
realidade, do trabalho que realizava com Borges.
e) sentia que
D. Severina se mostrava mais atenciosa com ele.
7. (UEMG-2007) Leia o fragmento da obra de Dom Casmurro, abaixo.
“Enfim chegou a hora da encomendação e da
partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desepero daquele lance
consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só
Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra,
queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns
instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe
saltassem algumas lágrimas poucas e caladas.”
A partir do trecho acima, e tendo em vista o
enredo da obra, SÓ É CORRETO afirmar que
a) a cena
descrita é tipicamente romântica, de acordo com o estilo da obra, que tematiza
a felicidade amorosa de Bentinho e Capitu.
b) o instante
focalizado enfatiza a extrema sensibilidade de Bento Santiago, diante do
cadáver do amigo Escobar.
c) o
momento descrito é crucial para o relacionamento de Bentinho e Capitu, pois,
uma vez instaurada a dúvida na mente do marido, o casamento se deteriorará,
encaminhando-se para a separação.
d) o trecho
comprova que Sancha é uma personagem trágica, pois, após a morte dos filhos,
ela perde o marido num naufrágio.
8. (UEMG-2007) Sobre o conteúdo e a estrutura do romance Dom Casmurro,
todos os comentários das alternativas abaixo são coerentes e adequados, EXCETO:
a) Pela leitura da trama que orienta o
enredo, o leitor é levado à conclusão de que o narrador-protagonista foi, de
fato, traído pela sua amada, Capitu.
b) A
reconstrução da casa no Engenho Novo para recuperação do espaço perdido em
Mata- Cavalos não permite ao narrador a recuperação do seu passado.
c) O título do
romance constitui uma referência irônica ao narrador e aponta o seu estado de
conflito em relação ao passado.
d) A força da
narrativa não se concentra no enredo, mas nas reflexões, digressões e na
maneira ambivalente com que o narrador tenta reconstituir os fatos.
9. (UEMG-2007) Com relação às técnicas e estratégias narrativas
adotadas na obra “DOM CASMURRO”
, SÓ NÃO é CORRETO afirmar que
a) o narrador
estabelece diálogos com um suposto ‘leitor incluso’.
b) o texto
apresenta relações intertextuais com a tradição filosófica, artística e
literária.
c) a narrativa
contém recursos metalinguísticos, sobretudo no diálogo narrador / leitor.
d) o
memorialismo da narrativa é comprometido com a fidelidade dos fatos ocorridos.
10. (UEMG-2007) Assinale a alternativa em que se identificou
CORRETAMENTE elementos estruturais do romance Dom Casmurro.
a) A obra
apresenta um texto em terceira pessoa, em que o protagonista central, Bentinho,
é abandonado por Capitu, em virtude dos ciúmes exagerados desta.
b) O
narrador de primeira pessoa escreve o romance, buscando a ilusão de resgatar o
seu passado através de sensações revivenciadas no presente, tentando explicar a
sua “casmurrice” e, com ela, a sua própria vida.
c) O romance é
narrado em primeira pessoa por D.Casmurro, que deseja registrar,
memorialisticamente, o seu passado glorioso e cheio de atos dignos de serem
revivenciados.
d) A narração
do romance obedece ao único propósito de registrar os momentos felizes de
Bentinho, vivenciados ao lado de Capitu, o que explica, em parte, a tendência
do narrador pelas minúcias e pelo detalhismo.
11. (UFMG-2007) Com base na leitura de Quincas Borba, de Machado de
Assis, é CORRETO afirmar que o narrador do romance
a) adere ao
ponto de vista do filósofo, pois professa a teoria do Humanitismo.
b) apela à
sentimentalidade do leitor no último capítulo, em que narra a morte de Rubião.
c) apresenta
os acontecimentos na mesma ordem em que estes se deram no tempo.
d) narra a
história em terceira pessoa, não participando das ações como personagem.
12. (PUC - SP-2007) No romance Dom Casmurro, o narrador declara: “O meu fim
evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a
adolescência”. Entre as duas pontas, desenvolve-se o enredo da obra. Assim,
indique abaixo a alternativa cujo conteúdo não condiz com o enredo machadiano.
a) A história
envolve três personagens, Bentinho, Capitu e Escobar, e três projetos, todos
cortados quando pareciam atingir a realização.
b) O enredo
revela um romance da dúvida, da solidão e da incomunicabilidade, na busca do
conhecimento da verdade interior de cada personagem.
c) A narrativa
estrutura-se ao redor do sentimento de ciúme, numa linha de ascensão de
construção de felicidade e de dispersão, com a felicidade destruída.
d) A narrativa
se marca por digressões que chamam a atenção para a inevitabilidade do que vai
narrar, como o que ocorre na analogia da vida com a ópera e em que o narrador
afirma “cantei um duo terníssimo, depois um trio, depois um quattuor...”
e) O enredo
envolve um triângulo amoroso após o casamento e todas as ações levam a crer na
existência clara de um adultério.
13. (PUC - SP-2007) A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns
instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe
saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as
dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na
sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece
que a tinha também.
Momento houve em que os olhos de Capitu
fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas
grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o
nadador da manhã. O trecho acima, do romance Dom Casmurro de Machado de Assis,
autoriza o narrador a caracterizar os olhos da personagem, do ponto de vista
metafórico, como
a) olhos de
viúva oblíqua e dissimulada, apaixonados pelo nadador da manhã.
b) olhos de
ressaca, pela força que arrasta para dentro.
c) olhos de
bacante fria, pela irrecusável sensualidade e sedução que provocam.
d) olhos de
primavera, pela cor que emanam e doçura que exalam.
e) olhos
oceânicos, pelo fluido misterioso e enérgico que envolvem.
14. (ESPM-2007) Assinale a opção que contenha trecho com a conhecida
digressão metalinguística presente na obra de Machado de Assis:
a) Ora bem,
faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta
data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e
espanadores: “Vai vassouras! vai espanadores!”.
b) Cuido
haver dito, no capítulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não
morria, vivia. Viver não é a mesma cousa que morrer (...).
c) Rubião não
sabia que dissesse; Sofia, passados os primeiros instantes, readquiriu a posse
de si mesma; respondeu que, em verdade, a noite era linda (...).
d) Assim
chorem por mim todos os olhos de amigos e amigas que deixo neste mundo, mas não
é provável. Tenho-me feito esquecer.
e) Para não
ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços,
aos cabelos espalhados pelos ombros (...).
15. (PUC-SP-2006)
a) Gastei trinta dias para ir do Rocio Grande
ao coração de Marcela...
b) Marcela amou-me durante quinze meses e
onze contos de réis; nada menos.
As duas citações acima integram o romance
Memórias Póstumas de Brás Cubas, escrito por Machado de Assis. Delas pode
inferir-se que
a) em ambas há
igual manifestação da relação temporal e espacial.
b) apenas
em uma há referência espacial geográfica e sentimental.
c) nenhuma
apresenta discrepância semântica entre as relações espaciais.
d) ambas
operam com a relação de tempo e de espaço.
e) nenhuma
revela discrepância semântica entre as relações temporais.
16. (IBMEC-2006) Leia atentamente o fragmento abaixo e assinale a
alternativa que apresenta o autor e a obra a que se refere.
“Livre das convenções sociais, pois está
morto, o narrador fala não só de sua vida mas de todos os que com ele
conviveram, revelando a hipocrisia das relações humanas. Ao longo da obra são
narrados vários casos: sua paixão juvenil pela bela e interesseira Marcela, que
o amou ‘durante quinze meses e onze contos de réis’; sua amizade com o filósofo
maluco Quincas Borba; seus amores clandestinos com uma mulher casada,
Virgília.”
a) Memórias
póstumas de Brás Cubas — Machado de Assis.
b) Memórias
póstumas de Brás Cubas — José de Alencar.
c) Memórias
sentimentais de João Miramar — Oswald de Andrade.
d) Memórias de
um sargento de milícias — Manuel Antonio de Almeida.
e) Memórias de
sargento de milícias — Lima Barreto.
(FGV-2006) Texto comum às questões: 17, 18,
19 e 20
Leia o texto abaixo.
Marcela amou-me durante quinze meses e onze
contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se
deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
- Desta vez, disse ele, vais para a Europa;
vais cursar uma universidade, provavelmente Coimbra; quero-te para homem sério
e não para arruador e gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto:
- Gatuno, sim senhor. Não é outra coisa um
filho que me faz isto...
Sacou da algibeira os meus títulos de dívida,
já resgatados por ele, e sacudiu-mos na cara. - Vês, peralta? É assim que um
moço deve zelar o nome dos seus? Pensas que eu e meus avós ganhamos o dinheiro
em casas de jogo ou a vadiar pelas ruas? Pelintra! Desta vez ou tomas juízo, ou
ficas sem coisa nenhuma.
Machado de Assis
17. Principalmente
a partir da publicação dessa obra, duas características passam a ser
reconhecidas no estilo de seu autor. Assinale a alternativa que as contém.
a) Ambiguidade
e delicadeza na descrição dos caracteres.
b) Humor
escancarado e crítica à família tradicional brasileira.
c) Ironia e
análise da condição humana.
d) Crítica ao
comportamento do indivíduo como sujeito e não como objeto da sociedade.
e) Análise da
alma do indivíduo, desconsiderando a sociedade.
18. Segundo
muitos autores, a obra de que foi retirado esse excerto é considerada marca, no
Brasil:
a) Do início
do Romantismo.
b) Da base em
que se apoiou o desenvolvimento do estilo romântico.
c) De
reminiscências do estilo barroco.
d) Da fonte em
que iriam beber os participantes da Semana de 22.
e) Do
início do Realismo.
19. O principal
efeito artístico encontrado na primeira frase do excerto pode ser comparado,
mais propriamente, ao que aparece na frase:
a) Lançou ao
mar o tridente e a âncora.
b) Emitiu
algumas palavras e outras sonoridades estranhas.
c) Pediu um
refrigerante e o almoço.
d) Trabalhou
o barro e o ferro.
e) Comeu toda
a macarronada e minha paciência.
20. A primeira
frase desse excerto tornou-se uma das mais conhecidas pelos leitores da obra
machadiana. A julgar por essa afirmação e pela personagem mencionada, podemos
reconhecer ali parte do romance denominado:
a) Memorial de
Aires.
b) Dom
Casmurro.
c) Helena.
d) Memórias
Póstumas de Brás Cubas.
e) A Mão e a
Luva.
21. (ITA-2005) Em 1891, Machado de Assis publicou o romance Quincas
Borba, no qual um dos temas centrais do Realismo, o triângulo amoroso (formado,
a princípio, pelos personagens Palha-Sofia-Rubião), cede lugar a uma equação
dramática mais complexa e com diversos desdobramentos. Isso se explica porque
a) o que
levava Sofia a trair Palha era apenas o interesse na fortuna de Rubião, pois
ela amava muito o marido.
b) Palha sabia
que Sofia era amante de Rubião, mas fingia não saber, pois dependia
financeiramente dele.
c) Sofia não
era amante de Rubião, como pensava seu marido, mas sim de Carlos Maria, de quem
Palha não tinha suspeita alguma.
d) Sofia
não era amante de Rubião, mas se interessou por Carlos Maria, casado com uma
prima de Sofia, e este por Sofia.
e) Sofia não
se envolvia efetivamente com Rubião, pois se sentia atraída por Carlos Maria,
que a seduziu e depois a rejeitou.
22. (PUC-SP-2005) Entre as narrativas que compõem as Várias Histórias,
escritas por Machado de Assis, destaca-se “Trio em Lá Menor”. Sobre ela, é
possível afirmar que
a) é construída a partir de andamentos
musicais que indiciam os diferentes momentos da ação narrada.
b) se utiliza
do minueto para caracterizar fortemente o desfecho trágico da história.
c) emprega o allegro appassionato como definidor
da escolha amorosa e consequente casamento da personagem.
d) se vale do
adagio cantabile como recurso para caracterizar a personagem como mulher
convicta de suas pretensões amorosas.
e) indicia, a
partir do “lá menor” do título, uma narrativa festiva e triunfante.
23. (PUC-SP-2005) Entre as narrativas que compõem as Várias Histórias,
escritas por Machado de Assis, destaca-se “Trio em Lá Menor”. Indique a
alternativa que confirma o tema da narrativa referida.
a) A arte da
adivinhação da história do homem e a ação do destino.
b) Indecisão
e insegurança de uma moça que pende amorosamente entre dois homens ao mesmo
tempo.
c) Sexualidade
adolescente despertada pelo feminino das formas.
d) Frustração
de um compositor de polcas, insatisfeito com as próprias composições.
e) História de
um professor de melancolia que se sente agulha para muita linha ordinária.
24. (Fuvest-2005) “Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando à
missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de Dona
Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma
graça, pisou--lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou
dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou Dona
Plácida. É de crer que Dona Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se
falasse podia dizer aos autores de seus dias: - Aqui estou. Para que me chamastes?
E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: - Chamamos-te para
queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer,
andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar
a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada,
mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na
lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia”.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás
Cubas)
Tal como narradas neste trecho, as
circunstâncias que levam ao nascimento de Dona Plácida apresentam semelhança
maior com as que conduzem ao nascimento da personagem
a) Leonardo
(filho), de Memórias de um sargento de milícias.
b) Juliana, de
O primo Basílio.
c) Macunaíma,
de Macunaíma.
d) Augusto
Matraga, de Sagarana.
e) Olímpico,
de A hora da estrela.
25. (PUC-SP-2003) No conto “Um homem célebre”, da obra Várias Histórias,
de Machado de Assis, há uma profunda investigação da alma humana que pode ser
resumida na afirmação do narrador de que “o primeiro lugar na aldeia não
contentava a este César, que continuava a preferir-lhe, não o segundo, mas o
centésimo em Roma”. Isso se justifica porque
a) Romão
Pires, exímio regente de orquestra, busca aquilo que não consegue alcançar.
b) Pestana,
exímio em sua atividade de compositor de polcas, não se satisfaz com a
perfeição que atinge.
c) Fortunato,
dono de uma Casa de Saúde, diante da dor alheia sente um enorme prazer e a
saboreia deliciosamente.
d) Vilela,
afamado advogado e marido de Rita, mata a mulher e o amante, acometido de
indignação e furor.
e) Inácio,
jovem aprendiz de escritório, refugia-se no sonho/realidade, envolvido pelo
objeto de sua
obsessão amorosa.
GABARITO
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