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QUESTÕES SOBRE MÁRIO DE ANDRADE



1. (PUC PR – 2010) Leia os fragmentos a seguir, retirados do conto O besouro e a rosa, do livro Contos de Belazarte, de Mário de Andrade, para responder às questões.
1 - João não viu nada disso, estou fantasiando a história. Depois do século dezenove os contadores parece que se sentem na obrigação de esmiuçar com sem-vergonhice essas coisas.
2 - João ficou sozinho na sala, não sabia o que tinha acontecido lá dentro, mas porém adivinhando que lhe parecia que a Rosa não gostava dele. (...) Por causa dele o Lapa Atlético venceu. Venceu porque derrepentemente ela aparecia no corpo dele e lhe dava aquela vontade.
3 - Pedro Mulato era um infame, até gatuno, Deus me perdoe! Rosa não escutou nada. Bateu o pé. Quis casar e casou. Meia que sentia que estava errada porém não queria pensar e não pensava. As duas solteironas choraram muito quando ela partiu casada e vitoriosa, sem uma lágrima. Dura. Rosa foi muito infeliz.
I. O primeiro fragmento há metaficção, voltada para a crítica aos escritores do século XIX.
II. A crítica aos escritores do século XIX é uma das marcas do Modernismo brasileiro, do qual Mário de Andrade é um dos expoentes.
III. No fragmento 2, o uso da palavra derrepentemente se justifica pela proposta de uso da língua feita pelo Modernismo.
IV. O uso do mas porém, no fragmento 2, aproxima a escrita da oralidade, uma das propostas do Modernismo brasileiro.
V. O final do conto “Rosa foi muito infeliz” quebra a expectativa do leitor, que espera haver um final feliz. Esse estranhamento também faz parte das propostas modernistas.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) As assertivas I, II e IV são verdadeiras.
b) Todas as assertivas são verdadeiras.
c) As assertivas I e V são verdadeiras.
d) Somente a assertiva I é falsa.
e) Todas as assertivas são falsas.


2. (FUVEST) A presença da temática indígena em Macunaíma, de Mário de Andrade, tanto participa _________________, quanto representa uma retomada, com novos sentidos, _________________.
Mantida a sequência, os trechos pontilhados serão preenchidos corretamente por:
a) do movimento modernista da Antropofagia/do Regionalismo da década de 30.
b) do interesse modernista pela arte primitiva/do Indianismo romântico.
c) do movimento modernista da Antropofagia/do Condoreirismo romântico.
d) da vanguarda estética do Naturalismo/do Indianismo romântico.
e) do interesse modernista pela arte primitiva/do Regionalismo da década de 30.


3. (FUVEST) Assinale a alternativa correta:
a) Macunaíma é "o herói sem nenhum caráter" porque, no âmbito individual, é múltiplo e contraditório e, no plano da representação de uma coletividade, é inescrupuloso e mau caráter.
b) Macunaíma é "o herói sem nenhum caráter" por apresentar uma personalidade complexa, caracterizada a partir de traços psicológicos delineados sob um ponto de vista objetivo e científico.
c) Macunaíma é "o herói de nossa gente" por retratar, a partir dos traços múltiplos e contrastantes que o caracterizam, a coletividade brasileira, formada pela miscigenação racial e cultural.
d) Macunaíma é "o herói de nossa gente" por ser, como os brasileiros, esperto e trapaceiro, valendo-se mais da criatividade que da inteligência em suas ações.
e) Macunaíma é "o herói sem nenhum caráter" por reunir, de um ponto de vista psicológico e antropológico, as características de um povo cujo comportamento se define pela preguiça e imoralidade.


4. (UFC) – Macunaíma – obra-prima de Mário de Andrade – é um dos livros que melhor representam a produção literária brasileira do presente século. Sua principal característica é:
a) traçar, como no Romantismo, o perfil do índio brasileiro como protótipo das virtudes nacionais.
b) Ser um livro em que se encontram representados os princípios que orientam o movimento modernista de 22, dentre os quais o fundamental é a aproximação da literatura à música.
c) Analisar, de modo sistemático, as inúmeras variações sociais e regionais da língua portuguesa no Brasil, destacando em especial o tupi-guarani.
d) Ser um texto em que o autor subverte, na linguagem literária os padrões vigentes, ao fazer conviver, sem respeitar limites geográficos, formas linguísticas oriundas das mais diversas partes do Brasil.
e) Exaltar, de forma especial, a cultura popular regional, particularmente a representativa do Norte e Nordeste brasileiro.


5. (MACKENZIE) “Chamado de rapsódia por Mário de Andrade, o livro é construído a partir de uma série de lendas a que se misturam superstições, provérbios e anedotas. O tempo e o espaço não obedecem a regras de verossimilhança, e o fantástico se confunde com o real durante toda a narrativa.
A afirmação faz referência à obra:
a) O rei da vela.
b) Calunga.
c) Macunaíma.
d) Memórias sentimentais de João Miramar.
e) Martim Cererê.


6. (UFC) Macunaíma é um “herói sem nenhum caráter”, porque:
a) Vive sonhando com riqueza fácil e, para obtê-la, lança mão de qualquer recurso.
b) Não é um ser confiável.
c) Ainda não encontrou sua própria definição, sua identidade.
d) Não tem firmeza de personalidade, nem segurança em suas decisões.
e) n.d.a.


7. (UNIJUÍ) A afirmação dos elementos locais, do Brasil, estão presentes em Macunaíma, de Mário de Andrade.
Sobre o livro é incorreto afirmar que:
a) Macunaíma é um “anti-herói”, com características como o individualismo e a malandragem.
b) O livro aproveita as tradições míticas dos índios; seus irmãos são Maanape e Jiguê.
c) Aproveita também ditados populares, obscenidades, frases feitas, com fatores traços de oralidades;
d) O livro foi chamado de rapsódia e é uma obra central do movimento modernista.
e) O livro não satiriza certos padrões de escrita acadêmica e não trabalha elementos de um “caráter” brasileiro.


8. (ENEM 2012)
Sambinha
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras.
Afobadas braços dados depressinha
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos…
Vestido é de seda.
Roupa-branca é de morim.
Falando conversas fiadas
As duas costureirinhas passam por mim.
— Você vai?
— Não vou não!
Parece que a rua parou pra escutá-las.
Nem trilhos sapecas
Jogam mais bondes um pro outro.
E o Sol da tardinha de abril
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens.
As nuvens são vermelhas.
A tardinha cor-de-rosa.
Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas…
Fizeram-me peito batendo
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras!
Isto é…
Uma era ítalo-brasileira.
Outra era áfrico-brasileira.
Uma era branca.
Outra era preta.
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1988.
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poético, como parte de seu projeto de configuração de uma identidade linguística e nacional. No poema de Mário de Andrade esse projeto revela-se, pois:
a) o poema capta uma cena do cotidiano — o caminhar de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas o andamento dos versos é truncado, o que faz com que o evento perca a naturalidade.
b) a sensibilidade do eu poético parece captar o movimento dançante das costureirinhas — depressinha — que, em última instância, representam um Brasil de “todas as cores”.
c) o excesso de liberdade usado pelo poeta ao desrespeitar regras gramaticais, como as de pontuação, prejudica a compreensão do poema.
d) a sensibilidade do artista não escapa do viés machista que marcava a sociedade do início do século XX, machismo expresso em “que até dão vontade pros homens da rua”.
e) o eu poético usa de ironia ao dizer da emoção de ver moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz questão de afirmar as origens africana e italiana das mesmas.


9. (ENEM 2012) O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígena.


10. (UNIFESP) Uma feita em que deitara numa sombra enquanto esperava os manos pescando, o Negrinho do Pastoreio pra quem Macunaíma rezava diariamente, se apiedou do panema e resolveu ajudá-lo. Mandou o passarinho uirapuru. Quando sinão quando o herói escutou um tatalar inquieto e o passarinho uirapuru pousou no joelho dele. Macunaíma fez um gesto de caceteação e enxotou o passarinho uirapuru. Nem bem minuto passado escutou de novo a bulha e o passarinho pousou na barriga dele. Macunaíma nem se amolou mais. Então o passarinho uirapuru agarrou cantando com doçura e o herói entendeu tudo o que ele cantava. E era que Macunaíma estava desinfeliz porque perdera a muiraquitã na praia do rio quando subia no bacupari.
Porém agora, cantava o lamento do uirapuru, nunca mais que Macunaíma havia de ser marupiara não, porque uma tracajá engolira a muiraquitã e o mariscador que apanhara a tartaruga tinha vendido a pedra verde pra um regatão peruano se chamando Venceslau Pietro Pietra. O dono do talismã enriquecera e parava fazendeiro e baludo lá em São Paulo, a cidade macota lambida pelo igarapé Tietê.
(Mário de Andrade, Macunaíma, o herói sem nenhum caráter.)
Pelas características da linguagem, que incorpora expressões da fala popular e mobiliza o léxico de origem indígena, pelo ambiente sugerido e também pela presença do uirapuru, o texto dá mostras de pertencer ao estilo:
a) romântico, de linha indianista.
b) simbolista, de linha esotérica.
c) modernista, de linha Pau-Brasil e a antropofágica.
d) naturalista, de linha nacionalista.
e) pós-modernista, de linha neo-parnasiana.


11. (PUC-SP) A respeito de Macunaíma, obra de Mário de Andrade, é CORRETO afirmar que:
a) está em sintonia com a tendência antropofágica do modernismo brasileiro porque, na relação primitivo/civilizado, é o civilizado que observa o comportamento do selvagem.
b) opera a manifestação do maravilhoso e do mágico na realidade das personagens e constrói-se como rapsódia ou ainda como paródia de epopeia, uma vez que configura mescla dos diferentes tipos de narrativas da cultura brasileira.
c) se utiliza da unicidade temporal, caracterizada por determinação e manutenção da cronologia, ainda que admita a simultaneidade de épocas diferentes.
d) apresenta mistura de registros linguísticos como os da oralidade e os dos regionalismos, mas garante e defende a supremacia e o rigor da norma culta.
e) tem como tema central o Brasil, mas o aborda criticamente, uma vez que nega, no desenvolvimento da narrativa, a fusão de diferentes raças e culturas.


12. (UFV) Leia as seguintes afirmações a respeito da estrutura narrativa de Macunaíma, de Mário de Andrade:
I - O autor modernista reúne, ludicamente, nessa obra de ficção, um farto material representativo da cultura nacional, como o folclore, os mitos, a religiosidade, a linguagem, unindo a realidade à fantasia e trazendo à tona questões sobre a identidade cultural brasileira.
II - O narrador, em Macunaíma, apresenta ironicamente o perfil do “herói da nossa gente”, utilizando-se de uma colagem de lendas indígenas, contadas de formas variadas, unindo diferentes estilos narrativos.
III - Mário de Andrade faz dessa obra uma epopeia dos feitos do herói Macunaíma, em estilo ufanista e idealizador do personagem, dando ênfase ao caráter nacionalista proposto na primeira fase do Modernismo brasileiro.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
b) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
d) Apenas a afirmativa III é verdadeira.
e) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.


13. (UFV) Dentre as alternativas que se seguem, assinale aquela que transmite informações INCORRETAS a respeito de Macunaíma, o personagem central da obra modernista homônima:
a) Macunaíma é o “herói sem nenhum caráter” por não possuir uma identidade única: nasce índio-negro e, após banhar-se em águas encantadas, fica branco, louro, de olhos azuis.
b) Macunaíma configura-se como um ser múltiplo, condensando diferentes características como a bondade, a maldade, a vaidade e, sobretudo, a ingenuidade infantil.
c) O personagem marioandradino é aventureiro, individualista e, não tendo aptidão para o trabalho, prefere sempre a vida fácil, como a descoberta de dinheiro enterrado.
d) Macunaíma é o expoente máximo do sincretismo religioso brasileiro, professando simultaneamente o catolicismo, o espiritismo e a macumba, misturados ainda aos rituais e crenças indígenas.
e) Em busca da muiraquitã, Macunaíma percorre todo o território brasileiro e os diferentes países da Europa, tornando-se, assim, um herói sem fronteiras e sem pátria.


14. (UNILAVRAS) Sobre a estrutura da obra Macunaíma de Mário de Andrade:
I - O narrador narra dos fatos empregando o foco narrativo em terceira pessoa, mas no epílogo assume a própria voz em primeira pessoa: Tudo ele (papagaio) contou pro homem e depois abriu asa rumo de Lisboa. E o homem sou eu, minha gente, e eu fiquei pra vos contar a história.
II - O espaço é o Brasil de ponta a ponta, com destaque para o Norte, em que nasce o herói; São Paulo, onde luta com o gigante, a poluição e o progresso; mas também merecem atenção a região nordestina e a cidade do Rio de Janeiro.
III - A obra é dívida em 114 capítulos e um epílogo, apresentando um tempo determinado e cronológico, mas que não dão uma impressão de linearidade.
a) Estão corretas apenas a I e a II
b) Estão corretas apenas a I e a III
c) Estão corretas apenas a II e a III
d) Está correta apenas a III
e) Está correta apenas a II


15. (Enem/2016)
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De sopetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! Muito
longe de mim,
Na escuridão ativa da noite que caiu,
Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos olhos
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu…
ANDRADE, M. Poesias completas. São Paulo: Edusp, 1987
O poema Descobrimento, de Mário de Andrade, marca a postura nacionalista manifestada pelos escritores modernistas. Recuperando o fato histórico do “descobrimento”, a construção poética problematiza a representação nacional a fim de:
a) Resgatar o passado indígena brasileiro.
b) Criticar a colonização portuguesa no Brasil.
c) Defender a diversidade social e cultural brasileira.
d) Promover a integração das diferentes regiões do país.
e) Valorizar a Região Norte, pouco conhecida pelos brasileiros. 


GABARITO

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