1. (UFSCar)
Texto 1
Eu quero uma casa
no campo
do tamanho ideal
pau-a-pique e sapê
Onde eu possa
plantar meus amigos
meus discos
meus livros
e nada mais
(Zé Rodrix e Tavito)
Texto 2
Se o bem desta
choupana pode tanto,
Que chega a ter
mais preço, e mais valia,
Que da cidade o
lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a
louca fantasia;
E o que té agora
se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.
(Cláudio Manuel da Costa)
Embora muito distantes entre si na linha do tempo,
os textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é
a)
o uso da emoção em detrimento da razão, pois esta retira do homem seus
melhores sentimentos.
b)
o desejo de enriquecer no campo, aproveitando as riquezas naturais.
c)
a dedicação à produção poética junto à natureza, fonte de inspiração dos
poetas.
d)
o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-, pois o tempo passa
rapidamente.
e)
o sonho de uma vida mais simples e natural, distante dos centros urbanos.
2. (UFRS) Instrução: Os
fragmentos abaixo se referem à questão a seguir:
I –
Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera
Achar-te uma alma, que por ti suspira (...)
II –
Glaura! Glaura! Não respondes?
E te escondes
nestas brenhas?
Dou às penhas meu
lamento;
Ó tormento sem igual!
III –
Minha bela Marília, tudo passa:
A sorte deste
mundo é mal segura
Se vem depois dos
males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Os poetas árcades brasileiros tinham as suas musas
inspiradoras, a quem se dirigiam frequentemente em seus poemas. Pelas musas,
evocadas nos versos acima, pode-se dizer que os seus autores são,
respectivamente:
a)
Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga.
b)
José Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto.
c)
Tomás Antônio Gonzaga, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto
d)
Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Frei Santa Rita Durão.
e)
José Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão e Tomás Antônio Gonzaga.
3. (ENEM-2008)
Torno a ver-vos, ó
montes; o destino (verso 1)
Aqui me torna a
pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os
gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)
Aqui estou entre
Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis,
meus doces companheiros,
Vendo correr os
míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta
choupana pode tanto,
Que chega a ter
mais preço, e mais valia (verso 10)
Que, da Cidade, o
lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a
louca fantasia,
E o que até agora
se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho.
A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e
os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta
acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.
a)
Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens
relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje
“rico e fino”.
b)
A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma
contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano
da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c)
O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que
evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária
realista da vida nacional.
d)
A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é
formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa
da Colônia sobre a Metrópole.
e)
A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está
representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à
transformação do pranto em alegria.
4. (UFV) Sobre o Arcadismo
no Brasil, podemos afirmar que:
a)
produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que
refletem o conflito entre matéria e espírito.
b)
não apresentou novidades, sendo mera imitação do que se fazia na Europa.
c) além das
características europeias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira,
sendo importante para o desenvolvimento de uma literatura nacional.
d)
apresenta já completa ruptura com a literatura europeia, podendo ser
considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura
brasileira.
e)
presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga,
Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como
expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas, divididos entre a
busca da salvação e o gozo material da vida.
5. (Faap-1997) AS POMBAS
Vai-se
a primeira pomba despertada…
Vai-se
outra mais… mais outra… enfim dezenas
De
pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia
sanguínea e fresca a madrugada
E
à tarde, quando a rígida nortada
Sopra,
aos pombais, de novo, elas, serenas
Ruflando
as asas, sacudindo as penas,
Voltam
todas em bando e em revoada…
Também
dos corações onde abotoam,
Os
sonhos, um por um, céleres voam
Como
voam as pombas dos pombais;
No
azul da adolescência as asas soltam,
Fogem…
Mas aos pombais as pombas voltam
E
eles aos corações não voltam mais…
(Raimundo
Correia)
Nunca
poderia ter lido o poema “AS POMBAS”, este mesmo que você acaba de ler:
a) Machado de Assis
b) Aluísio Azevedo
c) Tomás Antônio Gonzaga
d) Olavo Bilac
e) Euclides da Cunha
6. (FEI-1995) Leia com atenção:
“A poesia desta época, localizada em fins do século
XVIII e início do XIX, caracteriza-se pelo lirismo. Fiéis ao espírito bucólico
e pastoril, os poetas adotavam pseudônimos e, em seus textos, falavam e agiam
como pastores, tratando de pastoras suas amadas. O mundo greco-romano vem
completar o quadro lírico das composições da época”.
Assinalar a alternativa que contém o período
literário a que se refere o trecho acima:
a)
Romantismo
b)
Simbolismo
c)
Parnasianismo
d)
Arcadismo
e)
Barroco.
7. (UNIFESP-2005) Leia os versos do
poeta português Bocage.
Vem, oh Marília,
vem lograr comigo
Destes alegres
campos a beleza,
Destas copadas
árvores o abrigo.
Deixa louvar da
corte a vã grandeza;
Quanto me agrada mais
estar contigo,
Notando as perfeições da Natureza!
Nestes versos
a)
o poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do tempo.
b)
a linguagem, altamente subjetiva, denuncia características pré-românticas do
autor.
c)
a emoção predomina sobre a razão, numa ânsia de se aproveitar o tempo presente.
d)
o amor e a mulher são idealizados pelo poeta, portanto, inacessíveis a ele.
e)
o poeta propõe, em linguagem clara, que se aproveite o presente de forma
simples junto à natureza.
8. (Mack-2004)
Já sobre o coche
de ébano estrelado
Deu meio giro a
noite escura e feia;
Que profundo
silêncio me rodeia
Neste deserto
bosque, à luz vedado!
Jaz entre as
folhas Zéfiro abafado,
O Tejo adormeceu
na lisa areia;
Nem o mavioso
rouxinol gorjeia,
Nem pia o mocho,
às trevas costumado:
Só eu velo, só eu,
pedindo à sorte
Que o fio, com que
está minha alma presa
À vil matéria
lânguida me corte:
Consola-me este
horror, esta tristeza;
Porque a meus
olhos se afigura a morte
No silêncio total da natureza.
Bocage
Vocabulário:
coche de ébano:
carruagem de madeira escura jaz: está ou parece morto
mocho: coruja
lânguida: doentia
Nesse poema, a referência à cultura mitológica
(Zéfiro) revela influência da estética
a)
romântica.
b)
simbolista.
c)
trovadoresca.
d)
árcade.
e)
parnasiana.
9. (UNESP 2012) Leia o poema de Tomás Antônio
Gonzaga (1744-1810).
Não
vês aquele velho respeitável,
que
à muleta encostado,
apenas
mal se move e mal se arrasta?
Oh!
quanto estrago não lhe fez o tempo,
o
tempo arrebatado,
que
o mesmo bronze gasta!
Enrugaram-se
as faces e perderam
seus
olhos a viveza:
voltou-se
o seu cabelo em branca neve;
já
lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem
tem uma beleza
das
belezas que teve.
Assim
também serei, minha Marília,
daqui
a poucos anos,
que
o ímpio tempo para todos corre.
Os
dentes cairão e os meus cabelos.
Ah!
sentirei os danos,
que
evita só quem morre.
Mas
sempre passarei uma velhice
muito
menos penosa.
Não
trarei a muleta carregada,
descansarei
o já vergado corpo
na
tua mão piedosa,
na
tua mão nevada.
As
frias tardes, em que negra nuvem
os
chuveiros não lance,
irei
contigo ao prado florescente:
aqui
me buscarás um sítio ameno,
onde
os membros descanse,
e
ao brando sol me aquente.
Apenas
me sentar, então, movendo
os
olhos por aquela
vistosa
parte, que ficar fronteira,
apontando
direi: — Ali falamos,
ali,
ó minha bela,
te
vi a vez primeira.
Verterão
os meus olhos duas fontes,
nascidas
de alegria;
farão
teus olhos ternos outro tanto;
então
darei, Marília, frios beijos
na
mão formosa e pia,
que
me limpar o pranto.
Assim
irá, Marília, docemente
meu
corpo suportando
do
tempo desumano a dura guerra.
Contente
morrerei, por ser Marília
quem,
sentida, chorando
meus
baços olhos cerra.
(Tomás
Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa
Editora, 1982.)
No
conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das características mais
marcantes do Arcadismo:
a) paisagem bucólica.
b) pessimismo irônico.
c) conflito dos elementos
naturais.
d) filosofia moral.
e) desencanto com o amor.
10. (IFSP 2012)
"Eu, Marilia,
não sou algum vaqueiro,
Que viva de
guardar alheio gado;
De tosco trato, de
expressões grosseiro,
Dos frios gelo e
dos sóis queimado.
Tenho próprio
casal e nele assisto;
Dá-me vinho,
legume, fruta, azeite;
Das brancas
ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas
lãs de que me visto.
Graças, Marilia
bela,
Graças à minha estrela!
(fredb.sites.uoI.com.br/Iusdecam.htm. adaptado)
Pode-se afirmar que se destaca no poema
a)
o racionalismo, característica do Barroco.
b)
o conceptismo, característica do Arcadismo.
c)
o cultismo, característica do Barroco.
d)
o teocentrismo, característica do Barroco.
e)
o pastoralismo, característica do Arcadismo.
11. (UNIFESP 2009) Texto
extraído de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.
No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala,
que provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas. Ficou talvez
mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de
sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. Foi um acaso
feliz para a nossa literatura esta conjunção de um poeta de meia idade com a
menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir
poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da
velhice intensifica, em relação à moça em flor, um encantamento que mais se
apura pela fuga do tempo e a previsão da morte:
Ah! enquanto os
destinos impiedosos
não voltam contra
nós a face irada,
façamos, sim,
façamos, doce amada,
os nossos breves dias mais ditosos.
Em seu texto, Antonio Candido refere-se ao
poeta__________, que tornou_________como tema de sua lírica. Os espaços da
frase devem ser preenchidos com:
a)
renascentista Luís Vaz de Camões ... Inês de Castro
b)
árcade Tomas Antônio Gonzaga ... Marília
c)
romântico Gonçalves Dias ... a natureza
d)
romântico Alvares de Azevedo ... a morte
e)
árcade Bocage ... Marília
12. (UEL 1997) Tomás Antônio Gonzaga
certamente adotou os valores da poesia neoclássica, mas em MARÍLlA DE DIRCEU
a) percebe-se o quanto o poeta
desprezava as convenções do bucolismo literário.
b) ainda ocorrem torneios de
linguagem nitidamente barrocos.
c) a sátira ao Governador de
Minas faz lembrar os momentos mais ferinos de Gregório de Matos.
d)
a convenção bucólica combina-se com um confessionalismo amoroso que já foi
reconhecido como pré-romântico.
e) a amada do poeta deixa de ser
associada à figura convencional da pastora.
13.
(UFRGS 2005)
Com base nos fragmentos a seguir, extraídos da Lira II, da obra "Marília
de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga, assinale com V (verdadeiro) ou F
(falso) as afirmações que seguem.
"Pintam,
Marília, os Poetas
A
um menino vendado,
Com
uma aljava de setas,
Arco
empunhado na mão;
Ligeiras
asas nos ombros,
O
tenro corpo despido,
E
de Amor ou de Cupido
São
os nomes, que lhe dão."
[...]
"Tu,
Marília, agora vendo
De
Amor o lindo retrato,
Contigo
estarás dizendo
Que
é este o retrato teu.
Sim,
Marília, a cópia é tua,
Que
Cupido é Deus suposto:
Se
há Cupido, é só teu rosto,
Que
ele foi quem me venceu."
(__) Na primeira estrofe, o poeta
descreve uma figura representativa do amor na mitologia clássica.
(__)
Na
primeira estrofe, a amada Marília é alertada sobre a violência que se esconde
por detrás da superfície do amor.
(__) Na segunda estrofe, o poeta
transfere o retrato de Cupido para o rosto vencedor de Marília.
(__) Na segunda estrofe, o poeta
confessa à amada a sua rendição em relação aos poderes do amor.
A
sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V - V - F - F.
b)
V - F - V - V.
c) F - F - V - V.
d) V - F - F - V.
e) F - V - F - F.
14. (MACKENZIE 2015)
Soneto VI
Brandas ribeiras,
quanto estou contente
De ver-vos outra
vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra
ouvir a suavidade,
Com que Fílis
entoa a voz cadente!
Os rebanhos, o
gado, o campo, a gente,
Tudo me está
causando novidade:
Oh! como é certo
que a cruel saudade
Faz tudo, do que
foi, mui diferente!
Recebi (eu vos
peço) um desgraçado,
Que andou até
agora por incerto giro,
Correndo sempre
atrás do seu cuidado:
Este pranto, estes
ais com que respiro,
Podendo comover o
vosso agrado,
Façam digno de vós o meu suspiro.
Cláudio Manoel da Costa
Soneto
Estes os olhos são
da minha amada,
Que belos, que
gentis e que formosos!
Não são para os
mortais tão preciosos
Os doces frutos da
estação dourada.
Por eles a alegria
derramada
Tornam-se os
campos de prazer gostosos.
Em zéfiros suaves
e mimosos
Toda esta região
se vê banhada.
Vinde olhos belos,
vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu bem
as prendas belas,
Dai alívio ao mal
que estou gemendo.
Mas ah! delírio
meu que me atropelas!
Os olhos que eu
cuidei que estava vendo,
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
Cláudio Manoel da Costa
É traço relevante na caracterização do estilo de
época a que pertencem os poemas de Cláudio Manoel da Costa, EXCETO:
a)
a valorização do locus amoenus.
b)
a poesia bucólica.
c)
a utilização de pseudônimos pastoris.
d)
a busca da aurea mediocritas.
e)
a repulsa à tradição clássica da poesia.
15. (UEL 1994) Os poemas de
Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga foram escritos:
a)
em reação ao sentimentalismo romântico, contrapondo-lhe sua linguagem clara e
equilibrada.
b)
ainda dentro do espírito barroco, conforme o atestam sua religiosidade
conflituosa e seu estilo artificial.
c)
à época da Inconfidência Mineira, relacionando-se intimamente com os ideais
desse movimento.
d)
em meados do século XIX, dedicando-se à propagação dos ideais da
Contrarreforma.
e)
em apoio à consolidação de nossa recente Independência, contra a qual ainda se
insurgiam grupos descontentes.
16. (UFV 1999) Considere as
afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão
corretas, EXCETO:
a)
Foi o movimento literário que se desenvolveu no século XVIII, quando o
"saber" assumiu uma importância fundamental.
b)
Confirmou um dos princípios ideológicos do Iluminismo, por uma forte
preocupação com a ciência e com o raciocínio.
c)
Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco, retomando a
simplicidade e o bucolismo dos clássicos.
d)
Empreendeu uma minuciosa análise do personagem, revelando-nos claramente os
traços de seu corpo e de sua alma.
e)
Vivenciou uma expressiva transformação social, sendo fortemente marcado pelos
ideais político-filosóficos do enciclopedismo francês.
17. (UFRRJ 2003)
LIRA XI
Não toques, minha
musa, não, não toques
Na sonorosa lira,
Que às almas, como
a minha, namoradas
Doces canções
inspira:
Assopra no clarim
que apenas soa,
Enche de assombro
a terra!
Naquele, a cujo
som cantou Homero,
Cantou Virgílio a guerra.
GONZAGA, T. A. "Marília de Dirceu". Rio
de Janeiro: Anuário do Brasil, s/d. p. 30.
"Marília de Dirceu" apresenta um dos
principais traços do arcadismo.
A opção que aponta esta característica temática,
presente no texto, é
a)
o bucolismo.
b)
a presença de valores ou elementos clássicos.
c)
o pessimismo e negatividade.
d)
a fixação do momento presente.
e)
a descrição sensual da mulher amada.
18. (UNIFESP 2007)
Leia o poema de Bocage para responder às questões.
Olha, Marilia, as
flautas dos pastores
Que bem que soam,
como estão cadentes!
Olha o Tejo a
sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?
Vê como ali,
beijando-se, os Amores
lncitam nossos
ósculos ardentes!
Ei-las de planta
em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o
rouxinol suspira,
Ora nas folhas a
abelhinha para,
Ora nos ares, sussurrando, gira:
Que alegre campo!
Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que
vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo
português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a
valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente,
em
a)
Tudo o que vês, se eu te não vira / Olha. Marília, as flautas dos pastores.
b)
Ei-Ias de planta em planta as inocentes / Naquele arbusto o rouxinol suspira.
c)
Que bem que soam, como estão cadentes! / Os Zéflros brincar por entre flores?
d)
Mais tristeza que a morte me causam / Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não
sentes.
e)
Que alegre campo! Que manhã tão clara / Vê como ali, beijando-se, os Amores.
19. (CFTMG 2010) O arcadismo
brasileiro
I -
Apresentou o procedimento que se caracterizava por imitar modelos.
II -
Utilizou padrões artísticos do Renascimento e da Antiguidade Clássica.
III -
Enfatizou as tensões na relação entre o "eu lírico" e a paisagem
campestre.
IV - Procurou a
naturalidade racional, através da simplicidade estilística e da clareza das
ideias.
Estão corretos os itens
a)
I e II.
b)
II e III.
c)
I, Il e IV.
d)
I, III e IV.
20. (Espcex 2014) Leia os versos
abaixo:
"Se não
tivermos lãs e peles finas,
podem mui bem
cobrir as carnes nossas
as peles dos
cordeiros mal curtidas,
e os panos feitos
com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será
o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido."
A característica presente na poesia árcade,
presente no fragmento acima, é
a)
aurea mediocritas.
b)
cultismo.
c)
ideias iluministas.
d)
conflito espiritual.
e)
carpe diem.
21. (UPF 2012) Na poesia de
Cláudio Manuel da Costa verifica-se um conflito entre as solicitações da
poética neoclássica ou arcade, que o levam a conceber artificialmente uma
paisagem __________ e o sentimento nativista do escritor, que o impele a
aproveitar artisticamente a paisagem __________ de sua pátria.
A alternativa que completa corretamente as lacunas
do texto anterior é:
a)
amena - bucólica
b)
rústica - bucólica
c) bucólica -
rústica
d)
rústica - amena
e) bucólica
- amena
22. (CFTMG 2011)
Torno a ver-vos, o
montes; o destino
Aqui me toma a por
nestes oiteiros;
Onde um tempo os
gabões deixei grosseiros
Pelo traje da
Corte rico, e fino.
Aqui estou entre
Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis,
meus doces companheiros,
Vendo correr os
míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta
choupana pode tanto,
Que chega a ter
mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a
louca fantasia;
E o que te agora
se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.
Com relação a esse poema. não é correto afirmar que
a)
manifesta o contraste entre natureza rústica e sofisticação cultural.
b)
defende o preceito arcade do fugere urbem, valorizando o bucolismo como ideal
de vida.
c)
dirige-se a pastora amada pelo eu-Iírico como determina a convenção típica
da poesia da época.
d)
revela resquícios de procedimentos característicos da estética barroca, no uso
de antíteses e no gosto por oposições.
23. (UFLAVRAS 2000)
Apresentam-se em seguida, três proposições I, II e III.
I.
"O momento ideológico, na literatura dos Setecentos, traduz a crítica da
burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero."
II.
"O momento poético, na literatura do Arcadismo, nasce de um encontro,
embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem."
III.
"Façamos, sim, façamos, doce amada,
Os nossos breves
dias mais ditosos."
A característica que está presente nestes versos de
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o "carpe diem"
("gozar a vida").
Marque:
a)
se só a proposição I é correta.
b)
se só a proposição II é correta.
c)
se só a proposição III é correta.
d)
se só são corretas as proposições I e II.
e)
se todas as proposições são corretas.
24. (UFV 1996) Leia o texto a
seguir e faça o que se pede:
Ornemos nossas
testas com as flores
E façamos de feno
um brando leito;
Prendamo-nos,
Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer
de sãos amores.
Sobre as nossas
cabeças,
Sem que o possam
deter, o tempo corre,
E para nós o
tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
(TAG, MD, Lira XIV)
Todas as alternativas a seguir apresentam
características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:
a)
Ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico
da classe média.
b)
Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio
com dignidade.
c)
Ideal de uma existência tranquila, sem extremos, espelhada na pureza e
amenidade da natureza.
d)
Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com
sabedoria.
e)
Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do
"eu" lírico.
25.(UFV 1996) Leia o fragmento de texto a
seguir e faça o que se pede:
Esprema
a vil calúnia muito embora
Entre
as mãos denegridas, e insolentes,
Os
venenos das plantas,
E
das bravas serpentes.
Chovam
raios e raios, no seu rosto
Não
hás de ver, Marília, o medo escrito:
O
medo perturbador,
Que
infunde o vil delito.
[...]
Eu
tenho um coração maior que o mundo.
Tu,
formosa Marília, bem o sabes:
Eu
tenho um coração maior que o mundo.
Tu,
formosa Marília, bem o sabes:
Um
coração .... e basta,
Onde
tu mesma cabes.
(TAG,
MD, Parte II, Lira II)
Sobre
o fragmento de texto de Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, assinale a
alternativa FALSA:
a)
a interferência do mito na tessitura dos poemas, mantendo o poeta dentro dos
padrões poéticos clássicos, impede-o de abordar problemas pessoais.
b) a interpelação feita a
Marília muitas vezes é pretexto para o poeta celebrar sua inocência e seu
destemor diante das acusações feitas contra ele.
c) a revelação sincera de si
próprio e a confissão do padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com
o decálogo arcádico, prenunciando a poética romântica.
d) a desesperança, o abatimento
e a solidão, presentes nas liras escritas depois da prisão do autor, revelam
contraste com as primeiras, concentradas na conquista galante da mulher amada.
e) embora tenha a estrutura de
um diálogo, o texto é um monólogo - só Gonzaga fala e raciocina.
GABARITO
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