1. (UFRN) A obra de Gregório de
Matos – autor que se destaca na literatura barroca brasileira – compreende:
a) poesia épico-amorosa e obras dramáticas.
b) poesia satírica e contos burlescos.
c) poesia lírica, de caráter religioso e amoroso, e
poesia satírica.
d) poesia confessional e autos religiosos.
e) poesia lírica e teatro de costumes.
2. (UFV) Leia o texto:
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trota a toda ligeireza,
E imprime em
toda flor sua pisada.
Oh, não aguardes, que a madura idade
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em
cinza, em pó, em sombra, em nada.
(Gregório de
Matos)
Os tercetos
acima ilustram:
a) caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do séc.
XVI, sustentando uma crítica à preocupação feminina com a beleza.
b) jogo metafórico do Barroco, a respeito da fugacidade
da vida, exaltando gozo do momento.
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando as
reflexões do poeta sobre as mulheres maduras.
d) as características de um romântico, porque fala de
flores, terra, sombras.
e) uma poesia que fala de uma existência mais materialista
do que espiritual, própria da visão de mundo nostálgico-cultista.
3. (UCS)
Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo:
A linguagem ________, o paradoxo, ________ e
o registro das impressões sensoriais são recursos linguísticos presentes na
poesia ________.
a) simples; a
antítese; parnasiana.
b) rebuscada;
a antítese; barroca.
c) objetiva; a
metáfora; simbolista.
d) subjetiva;
o verso livre; romântica.
e) detalhada;
o subjetivismo; simbolista.
4. (Faculdades Objetivo) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos
construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta:
a) O cultismo
opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres
por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
b) Cultismo e
conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível
localizar no mesmo autor e no mesmo texto os dois elementos.
c) O cultismo é
perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras
semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual,
o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos,
paradoxos, etc.
d) O
cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu
mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da
Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.
e) Os métodos
cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini e o
conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de
Matos.
5. (UFRS) Leia
o texto e assinale a alternativa incorreta a seu propósito.
"A morte tem duas portas. Uma porta de
vidro, por onde se sai da vida; outra porta de diamante, por onde se entra à
eternidade. Entre estas duas portas se acha subitamente um homem no instante da
morte, sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar, senão entrar
para onde não sabe, e para sempre. Oh que transe tão apertado! oh que passo tão
estreito! oh que momento tão terrível! Aristóteles disse que entre todas as
coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem; mas não entendeu o que
disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão pela eternidade que
começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível é a porta por onde
se entra. Se olhais para cima: uma escada que chega ao céu; se olhais para
baixo: um precipício que vai parar no inferno. E isto incerto".
a) Passagem
famosa do Sermão da Quarta Feira de Cinza, celebrado em Roma, em 1670. O tema
canônico desse sermão encontra-se no livro bíblico do Gênese, 3, 13, nas
palavras de Deus a Adão: "Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem
reverteris" ("Lembra-te, homem, de que és pó e ao pó voltarás"),
que constitui seu conceito predicável.
b) As
metáforas das portas estabelecem uma relação antitética: a imagem do vidro
desperta a noção de efemeridade das coisas da vida, que regressa ao pó de onde
veio, uma vez que o vidro é feito de areia; a imagem do diamante se associa a
noção de perenidade, significando o início da vida eterna.
c) A
doutrina expressa por Vieira nessa passagem, por ser fundamentada em
Aristóteles, contrariava a visão canônica da igreja católica contra-reformista,
especialmente por dizer que a existência do inferno era incerta.
d) Nota-se bem
a influência da doutrina contra-reformista, na visão ameaçadora e terrível que
o texto apresenta a propósito da vida eterna. A autoridade da filosofia grega é
invocada, embora declarando sua inferioridade perante o pensamento cristão.
e) A
imaginação serve de apoio à demonstração de ideias, dispostas racionalmente e
valorizadas por um estilo que sabe valer-se das figuras de construção, como a
anáfora, de pensamento, como a antítese, e tropos, como a metáfora, para, com
eloquência, melhor persuadir. Essas marcas permitem enquadrar o fragmento acima
no estilo conceptista Barroco.
6. (PUC-Campinas)
“Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais
que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade,
honra, vergonha.
Pode-se
reconhecer nos versos acima de Gregório de Matos:
a) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a
serviço de uma crítica, em tom de sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
b) caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do
século XVI, sustentando piedosa lamentação pela falta de fé do gentio.
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da
qual o poeta se investe das funções de um autêntico moralizador.
d) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a
serviço da expressão lírica do arrependimento do poeta pecador.
e) estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em
tom lírico as reflexões do poeta sobre o perfil moral da cidade da Bahia.
7. (FEI-SP) O soneto abaixo
transcrito pertence à obra de Gregório de Matos Guerra. Leia-o com atenção:
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho e ofendido,
Ofendido vos
tem minha maldade.
Maldade, que encaminha a vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me e arrependido,
Arrependido
a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que
me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação, pretendo em tais abraços,
Misericórdia,
amor, Jesus, Jesus.
Agora,
responda: Gregório de Matos Guerra escreveu:
a) apenas poesia sacra.
b) poesia lírica, religiosa e amorosa, e sátiras.
c) poesia lírica e satírica.
d) apenas poesia satírica.
e) apenas poesia lírica
8. (UFV/99) Considere as afirmações
que se seguem. Todas elas vinculam a poesia de Gregório de Matos aos princípios
estéticos e ideológicos do Barroco brasileiro, exceto:
a) A vertente lírica da poética de Gregório de Matos
cultuou o amor feito de pequenos afetos, da meiga ternura e dos torneios
gentis, tendo como cenário o ambiente campestre e pastoril.
b) O “Boca do Inferno” insurgiu-se não só contra os
desmandos administrativos e políticos da Bahia do século XVII, mas contra o
próprio ser humano, que, na concepção do poeta, é por natureza corrupto e mau.
c) Os poemas religiosos de Gregório de Matos fundiram a
contemplação da divindade, o complexo de culpa, o desejo de arrependimento e o
horror de ser pó, sensações, enfim, frequentes no atormentado espírito barroco.
d) O significado social do Barroco brasileiro foi marcante,
uma vez que a poesia de Gregório de Matos revestiu-se de alto sentido crítico
aos vícios e violências da sociedade colonial.
e) A produção literária de Gregório de Matos dividiu-se
entre a temática lírico-religiosa e uma visão crítica das mazelas sociais
oriundas do processo de colonização no Brasil.
9. (Fatec)
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Lua se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas
tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto
da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria
sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza
somente na inconstância.
(Gregório de
Matos)
Sobre as
características barrocas desse soneto, considere as afirmações a seguir:
I. Há nele um jogo simétrico de contrastes, expresso por
pares antagônicos como Sol/Lua, dia/noite, luz/sombra, tristeza/alegria, etc.,
que compõe a figura da antítese.
II. Este é um soneto oitocentista, que cumpre os padrões da
forma fixa, quais sejam, rimas ricas, interpoladas nas quadras
("A-B-A-B") e alternadas nos tercetos ("A-B-B-A").
III. O tema do eterno
combate entre elementos mundanos e forças sagradas é indicado ali, por
"ignorância do mundo" e "qualquer dos bens", por um lado, e
por "constância", "alegria" e "firmeza", de
outro.
A respeito
de tais afirmações, deve-se dizer que:
a) somente I está correta.
b) somente II está correta.
c) somente III está correta.
d) somente I e III estão corretas.
e) todas estão corretas.
10. (UFPR) Considerando a poesia
de Gregório de Matos e o momento literário em que sua obra se insere, avalie as
seguintes afirmativas:
1. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne e o
espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade, os poemas religiosos do
autor correspondem à sensibilidade da época e encontram paralelo na obra de um
seu contemporâneo, Padre Antônio Vieira.
2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da
versatilidade do poeta, mas não são representativos da melhor poesia do autor,
por não apresentarem a mesma sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os
poemas líricos ou religiosos apresentam.
3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor
incrementa e exagera alguns recursos poéticos, deixando sua linguagem mais
rebuscada e enredada pelo uso de figuras de linguagem raras e de resultados
tortuosos.
4. A presença do elemento
mulato nessa poesia resgata para a literatura uma dimensão social problemática
da sociedade baiana da época: num país de escravos, o mestiço é um ser em
conflito, vítima e algoz em uma sociedade violentamente desigual.
Assinale a
alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
11. (Cefet-MG) Ardoroso defensor da
liberdade do homem, lutou contra a escravização do índio e a desumanidade com
que eram tratados os escravos. Considerado, pela crítica literária, o maior
exemplo de conceptismo em Língua Portuguesa. Trata-se de:
a) Padre José de Anchieta
b) Gregório de matos
c) Padre Antônio Vieira
d) Padre Eusébio de Matos
e) Bento Teixeira
12. (PUC-MG) Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de
acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir:
Que és terra, homem, e em terra hás de
tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.
a) BARROCO:
O homem barroco é angustiado, vive entre religiosidade e paganismo, espírito e
matéria, perdão e pecado. As obras refletem tal dualismo, permeado pela
instabilidade das coisas.
b) ARCADISMO:
Em oposição ao Barroco, esse estilo procura atingir o ideal de simplicidade. Os
árcades buscam na natureza o ideal de uma vida simples, bucólica, pastoril.
c) ROMANTISMO:
A arte romântica valoriza o folclórico, o nacional, que se manifesta pela
exaltação da natureza pátria, pelo retorno ao passado histórico e pela criação
do herói nacional.
d)
PARNASIANISMO: A poesia é descritiva, com exatidão e economia de imagens e
metáforas.
e) MODERNISMO:
Original e polêmico, o nacionalismo nele se manifesta pela busca de uma língua
brasileira e informal, pelas paródias e pela valorização do índio
verdadeiramente brasileiro.
13. (Unicamp) A arte colonial mineira seguia as proposições do
Concílio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O
artífice deveria representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente
livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo
os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas
das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços
europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de
Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e
movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo:
Annablume, 2008, p. 385.)
Considerando as informações do enunciado, a
arte colonial mineira pode ser definida como:
a)
renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo
reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de
Trento.
b) barroca,
já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada
pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c)
escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices
locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra
europeias.
d) popular,
por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e
brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
14. (Vunesp) Assinale o que for
incorreto, sobre Gregório de Matos.
a) Divide-se a poesia lírica de Gregório de Matos em três
temáticas: poesia lírica amorosa; poesia lírica reflexiva; poesia religiosa.
b) Na lírica amorosa de Gregório de Matos, o elogio da
formosura da mulher é, comumente, vasado em comparações e metáforas associadas
à natureza, celebrando a superioridade daquela perante esta.
c) Ao elogio da beleza feminina costuma somar-se o tema do
"carpe diem", em que o poeta convida a amada a desfrutar os prazeres
da vida: Goza, goza da flor da mocidade".
d) "carpe diem" ganha um tom de apelo dramático
urgente, quando associado aos temas da fugacidade do tempo e da efemeridade de
todas as coisas: "Oh não aguardes que a madura idade/ Te converta essa
flor, essa beleza,/ Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada".
e) Tendo em vista os preceitos morais e religiosos da
Contrarreforma, o poeta nunca recua perante a tentação erótica: "Olhos
meus, disse então por defender-me,/ Se a beleza heis de ver para matar-me,/
Antes olhos cegueis, do que eu perder-me".
15. (Mackenzie) Ao Barroco brasileiro pertencem:
a) Camões e
Gil Vicente.
b) Manoel
B. Oliveira e Gregório de Matos.
c) Sóror
Mariana Alcoforado e Gregório de Matos.
d) Gandavo e
Camões.
e) Gil Vicente
e Manoel B. Oliveira.
16. (Enem-2014)
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou
da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois
vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou
de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro Deus,
que veio estirpar desta cidade
O Faraó do
povo brasileiro.
DAMASCENO,
D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
Com uma
elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios
barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
17. (Faculdade Objetivo – SP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos
construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta:
a) O cultismo
opera por meio de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres
por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
b) Cultismo e
conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível
localizar no mesmo autor e no mesmo texto os dois elementos.
c) O cultismo
é perceptível no rebuscamento da linguagem pelo abuso no emprego de figuras
semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual,
o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos
etc.
d) O cultismo
na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais
ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da
Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.
e) Os
métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini
e o conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de
Matos.
18. (PUCC-SP)
"Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade,
honra, vergonha."
Pode-se
reconhecer nos versos acima de Gregório de Matos:
a) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a
serviço de uma crítica, em tom de sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
b) caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do
século XVI, sustentando piedosa lamentação pela falta de fé do gentio.
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da
qual o poeta se investe das funções de um autêntico moralizador.
d) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a
serviço da expressão lírica do arrependimento do poeta pecador.
e) estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em
tom lírico as reflexões do poeta sobre o perfil moral da cidade da Bahia.
19. (UNICE CE) São características próprias do estilo Barroco:
a) Oposição
entre o mundo material e o espiritual, versos em tríades, teocentrismo.
b) Gosto
pelas inversões sintáticas, sugestão sonoras e cromáticas, conflito espiritual.
c) Consciência
da efemeridade do tempo (Carpe diem - Aproveite o dia), antítese, rima.
d) Morbidez,
exaltação da mulher amada, teocentrismo.
e) Gosto por
raciocínios complexos e intrincados, cantigas líricas, textos formais.
20. (UFV MG) Leia atentamente o
fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira:
A primeira
cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande
escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns
aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era
menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos
pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem
mil, para um só grande [...]. Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm
a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da
razão, mas da mesma natureza, que, sendo criados no mesmo elemento, todos
cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer.
VIEIRA,
Antônio. "Obras completas do padre Antônio Vieira: sermões".
Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonçalo Alves. Porto: Lello e Irmão - Editores,
1993. v. III, p. 264-265.
O texto de
Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alternativas a seguir,
assinale aquela em que NÃO se confirmam essas tendências estéticas:
a) A utilização da alegoria, da comparação, como recursos
oratórios, visando à persuasão do ouvinte.
b) A tentativa de convencer o homem do século XVII, imbuído
de práticas e sentimentos comuns ao semipaganismo renascentista, a retomar o
caminho do espiritualismo medieval, privilegiando os valores cristãos.
c) A presença do discurso dramático, recorrendo ao
princípio horaciano de "ensinar deleitando" - tendência didática e
moralizante, comum à Contrarreforma.
d) O tratamento do tema principal - a denúncia à cobiça
humana - através do conceptismo, ou jogo de ideias.
e) O culto do contraste, sugerindo a oposição bem x mal,
em linguagem simples, concisa, direta e expressiva da intenção barroca de
resgatar os valores greco-latinos.
21. (ITA SP) As opções a seguir referem-se aos textos A, B, C e D.
Texto "A"
"Ah! enquanto os destinos impiedosos
não voltam contra nós a face irada,
façamos, sim, façamos, doce amada,
os nossos breves dias mais ditosos."
Texto "B"
"Ó não aguardes, que a madura idade
te converte essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em
nada",
Texto "C"
"Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime e a voluntária morte".
Texto "D"
"O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte faz o todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.
Preencha os parênteses anteriores dos textos
dados, obedecendo à seguinte convenção:
I. Gregório de
Matos
II. Tomás
Antônio Gonzaga
III. Basílio da
Gama
IV. Cláudio
Manuel da Costa
Preenchidos os parênteses, a sequência
correta é:
a) II - I - III - I
b) IV - I - II
- II
c) I - II - II
- I
d) I - IV -
III - I
e) II - IV -
III - IV
22. (EFOA MG) O Sermão de Santo
Antônio ou dos Peixes é um dos mais significativos da arte oratória do Padre
Antônio Vieira. O pregador o pronunciou em São Luís do Maranhão, no ano de
1654.
Com relação
a esse Sermão, analise as afirmativas abaixo:
I. O pregador o fez com o objetivo de encontrar solução
para o problema dos índios, barbaramente escravizados pelos colonos.
II. O jesuíta finge dirigir-se aos peixes e não aos homens
para recriminar a má vida dos espectadores, que se recusavam a seguir os
ensinamentos cristãos.
III. O orador critica os
pregadores que distorcem a palavra de Deus, utilizando-a com o simples
propósito de agradar aos ouvintes do sermão.
É CORRETO o
que se afirma em:
a) II e III, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.
e) I, apenas.
23.
(FUVEST-SP) A respeito do Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar:
a) Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não
se ocupou de problemas locais.
b) Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de
que tratava.
c) Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por
assuntos mundanos.
d) Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para
justificar todos os acontecimentos políticos e sociais.
e) Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos.
24. (FEBASP-SP) “Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou
ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar
pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os
piratas, o roubar com muito, os Alexandres… O ladrão que furta para comer, não
vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são
os outros – ladrões de maior calibre e de mais alta esfera… Os outros ladrões
roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu
risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são enforcados, estes
furtam e enforcam.” (Sermão do bom ladrão, Vieira)
Em relação ao estilo empregado por Vieira
neste trecho pode-se afirmar:
a) autor
recorre ao Cultismo da linguagem com o intuito de convencer o ouvinte e por
isto cria um jogo de imagens.
b) Vieira
recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, através de fatos corriqueiros,
cotidianos, procura converter o ouvinte.
c) Padre
Vieira emprega, principalmente, o Conceptismo, ou seja, o predomínio das
ideias, da lógica, do raciocínio.
d) pregador
procura ensinar preceitos religiosos ao ouvinte, o que era prática comum entre
os escritores gongóricos.
25. (UFRS)
Assinale a alternativa incorreta sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes.
a) Sermão
alegórico pregado na cidade de São Luís do Maranhão, no ano de 1654. Seu ponto
de partida está na citação do Evangelho de Mateus, na passagem que diz “Vos
estis sal terra” (Vós sois o sal da terra), a propósito dos pregadores.
b) Dizendo que
a função do sermão é análoga à do sal, isto é, evitar a corrupção, Vieira assim
identifica as duas possíveis causas de existência de tanta corrupção na terra:
“ou porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar “.
c) Explicitando
as metáforas contidas na citação da alternativa anterior, Vieira levanta as
seguintes hipóteses sobre a corrupção que se verifica na terra: “ou o sal
salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se
não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a
não querem receber“.
d) Vieira
recrimina que os peixes devorem-se mutuamente, mas assinala que entre os homens
dá-se o mesmo, piorado: “…vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele
entrar e sair, sem quietação, nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando
os homens como hão de comer, e como se hão de comer”.
e) Dirigindo-se
aos peixes do mar, Vieira, na verdade, fala aos homens, mostrando-lhes os
próprios vícios. Vieira louva nos peixes sua afeição natural pelos humanos,
dizendo que o preço desse convívio é a perda da liberdade.
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