1. (UFPA) À
subjetividade romântica os parnasianos contrapuseram a impessoalidade objetiva;
Bilac, parnasiano por excelência, por vezes foge do rigorismo objetivista de
sua escola como, por exemplo, nos versos em que o eu do poeta se manifesta
claramente. É o que se vê em:
a) "Fernão
Dias Paes Leme agoniza. Um lamento/ Chora largo, a rolar na longa voz do
vento."
b) "Pára!
Uma terra nova ao teu olhar fulgura!/ Detém-te! Aqui, de encontro a verdejantes
plagas"
c) "E eu, solitário, solto a face, e
tremo,/ Vendo o teu vulto que desaparece."
d) "Chega
do baile. Descansa/ Move a ebúrnea ventarola."
e) "E
ei-la, a morte! E ei-lo, o fim! A palidez aumenta; Fernão Dias se esvai, numa
síncope lenta."
2. (CEFET-PR)
E sobre mim, silenciosa e triste,
A Via-Láctea se desenrola
Como um jarro de lágrimas ardentes.
(Olavo Bilac)
Sobre o fragmento poético não é correto
afirmar:
a) A “Via-Láctea” sofre um processo de
personificação.
b) A cena é descrita de modo objetivo, sem
interferência da subjetividade do eu poético.
c) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro
de lágrimas ardente” visa a presentificar o movimento dos astros.
d) Há predomínio da linguagem figurada e
descritiva.
e) A visão de mundo melancólica do emissor da
mensagem se projeta sobre o objeto poetizado.
3. (PUCCAMP)
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a
ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre;
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelo plange ao longe em doloroso dobre.
O último ouro do sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e
pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
Podemos reconhecer nas estrofes acima do
poema Vila Rica, de Olavo Bilac, as seguintes características do estilo de
época que marcou sua poesia:
a) Interesse
pela descrição pormenorizada da paisagem, numa linguagem que procura
impressionar os sentidos.
b) Uso do
vocabulário próprio para acentuar o mistério, a realidade oculta das coisas,
que deve ser sugerida por meio de símbolos.
c) Valorização
do passado histórico, em busca da definição da nacionalidade brasileira.
d) Utilização
exagerada de hipérboles, perífrases e antíteses, no desejo de não nomear
diretamente as coisas, mas de fazer alusão a elas.
e) Busca de
imagens naturais e vocabulário simples, predileção pelo verso branco e negação
de inversões sintáticas.
4. (FEI-SP) São
características do Parnasianismo, do qual Olavo Bilac é legítimo representante:
a) predomínio
da razão, individualismo.
b)
determinismo biológico, retorno à Idade Média.
c) culto da
forma, arte pela arte.
d)
objetividade, sentimentalismo exagerado.
5. (UFTM 2011) Considere as informações.
É na convergência de ideais antirromânticos,
como a objetividade no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a
poética [desse movimento literário].
(...)
Seus traços de relevo: o gosto da descrição
nítida (a mimese pela mimese), concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e
rima e, no fundo, o ideal da impessoalidade que partilhavam com os [escritores]
do tempo.
(Alfredo Bosi. História concisa da Literatura
Brasileira.)
O texto alude aos poetas
a) ultrarromânticos,
que romperam com a poesia indianista e ufanista. a exemplo de Alvares de
Azevedo.
b) realistas,
que trataram. em sua obra poética, de temas ligados ao cotidiano, tal como fez
Machado de Assis.
c) parnasianos,
que, afastando-se dos ideais românticos, buscavam a linguagem isenta de
subjetivismo. a exemplo de Olavo Bilac.
d) simbolistas,
que romperam com o pessimismo romântico e propuseram uma poética
espiritualizada. como fez Cruz e Souza.
e) modernistas.
que. negando os preceitos da poesia romântica. buscavam uma poética nacional, a
exemplo de Mário de Andrade.
6. (UEL 1998) Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam um estilo
de época de acordo com o qual
a) o valor
estético deve resultar da linguagem subjetiva e espontânea que brota
diretamente das emoções.
b) a forma
literária não pode afastar-se das tradições e das crenças populares, sem as
quais não se enraíza culturalmente.
c) a poesia
deve sustentar-se enquanto forma bem lapidada, cuja matéria-prima é um
vocabulário raro, numa sintaxe elaborada.
d) devem ser
rejeitados os valores do antigo classicismo, em nome da busca de formas
renovadas de expressão.
e) os versos
devem fluir segundo o ritmo irregular das impressões, para melhor atender ao
ímpeto da inspiração.
7. (UNIFESP 2006)
Leia os versos de Olavo Bilac e responda
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar
os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
E a força e
a graça na simplicidade.
Nos versos, apresenta-se uma concepção de arte baseada
__________, própria dos poetas _________.
Na frase, os
espaços devem ser preenchidos por
a) na expressão dos sentimentos ... românticos.
b) na sugestão de sons e imagens ... parnasianos.
c) na contestação dos valores sociais ... simbolistas.
d) no extremo rigor formal ... parnasianos.
e) na expressão dos conflitos humanos ... simbolistas.
8. (UFG
2008) Leia o soneto a seguir.
XXXI
Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher munnura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...
Tal aquele, que, misero, a tortura
Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...
Porque teu nome é para mim o nome
De uma pátria distante e idola trada,
Cuja saudade ardente me consome:
E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.
(BILAC.
Olavo. 'Melhores poemas'. Seleção de Marisa Lajolo. São Paulo: Global, 2003. p.
54. (Coleção Melhores poemas).
Olavo Bilac,
mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços românticos em sua obra.
No soneto apresentado observa-se o seguinte traço romântico:
a) objetividade do eu lírico.
b) predominância de descrição.
c) utilização de universo mitológico.
d) erudição do vocabulário.
e) idealização do tema amoroso.
9. (FGV 2007)
Leia o poema a seguir e responda às questões a ele
pertinentes.
Vê-se no espelho; e vê, pela janela,
A dolorosa angústia vespertina:
Pálido morre o sol... Mas, ai!
Termina
Outra tarde mais triste, dentro dela;
Outra queda mais funda lhe revela
O aço feroz, e o horror de outra ruína;
Rouba-Ihe a idade, pérfida e assassina,
Mais do que
a vida, o orgulho de ser bela!
Fios de prata... Rugas. O desgosto
Enche-a de sombras, como a sufocá-la.
Numa noite
que aí vem... E no seu rosto
Uma lágrima trémula resvala,
Trémula, a cintilar, - como, ao sol posto,
Uma primeira
estrela em céu de opala.
Olavo Bilac.
Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2004
A respeito
do poema, pode-se dizer que:
a) "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se
a uma mulher.
b) "A dolorosa angústia vespertina" (verso 2,
primeira estrofe) refere-se a uma mulher.
c) "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a
"tarde".
d) "dentro dela" (verso 4, primeira estrofe)
refere-se a "janela".
e) "céu de opala" (verso 3, quarta estrofe)
refere-se a um céu sombrio.
10. (UEL 1998) Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam um estilo
de época de acordo com o qual
a) o valor estético deve resultar da linguagem subjetiva e
espontânea que brota diretamente das emoções.
b) a forma literária não pode afastar-se das tradições e
das crenças populares, sem as quais não se enraíza culturalmente.
c) a poesia deve sustentar-se enquanto forma bem
lapidada, cuja matéria-prima é um vocabulário raro, numa sintaxe elaborada.
d) devem ser rejeitados os valores do antigo classicismo,
em nome da busca de formas renovadas de expressão.
e) os versos devem fluir segundo o ritmo irregular das
impressões, para melhor atender ao ímpeto da inspiração.
11. (UPE 2012) Língua portuguesa
Última flor do Lácio,
inculta e bela,
És, a um tempo,
esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga
impura
A bruta mina entre os
cascalhos vela...
Amo-te assim,
desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor,
lira singela,
Que tens o trom e o
silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e
o teu aroma
De virgens selvas e de
oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna
ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou,
no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Olavo Bilac,
http://www.releituras.com)
Considerando o Texto “Língua Portuguesa”, bem como os
conteúdos a ele relacionados, assinale a alternativa CORRETA.
a) O poema de Olavo Bilac tem uma estrutura condizente com
a chamada “estética parnasiana”, que, embasada em textos em versos, adota os
mesmos princípios nos quais estão fundamentadas as poesias românticas de Castro
Alves.
b) A declaração de amor que Bilac faz à língua portuguesa
na terceira estrofe do poema em análise aponta que, embora o eu-lírico expresse
seu amor, ao mesmo tempo demonstra reconhecer e entender a fragilidade da
língua.
c) Há, como se percebe, na última estrofe do poema em
análise, traços de intertextualidade, o que, talvez - ou de maneira categórica
- ponha Bilac para fora do seleto grupo dos parnasianos brasileiros.
d) A expressão “Última flor do Lácio, inculta e bela”
escrita por Bilac traz à tona uma das características do parnasianismo: o uso
de vocabulário comum e prosaico, simples e ordinário.
e) O poema de Bilac possui, de um ponto de vista formal,
quatro estrofes, dois quartetos e dois tercetos. Essa estrutura aponta
características bem delineadas da chamada estética parnasiana.
12. (UNIFESP 2006)
Não se mostre na fábrica
o suplício
Do mestre. E, natural, o
efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes
do edifício:
Porque a Beleza, gêmea
da Verdade,
Arte pura, inimiga do
artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Olavo Bilac
Os versos de Olavo Bilac pertencem ao período conhecido
como Parnasianismo e denunciam
a) vocabulário simples e pouca preocupação com as
qualidades técnicas do poema, já que as sugestões sonoras não estão neles
presentes.
b) emoção expressa racionalmente, embora seja bastante
evidente o caráter subjetivo na construção das imagens.
c) a busca da perfeição na expressão, visando ao
universalismo, como exemplificam os termos Beleza e Verdade, grafados com
maiúsculas.
d) o afastamento da realidade social, decorrente de uma
visão idealizada do mundo, descrito por metáforas pouco objetivas.
e) a forma de expressão pouco idealizada, resultante de uma
concepção de mundo marcada pela complexidade que, nos versos, se manifesta em
vocabulário seleto.
13. (UFPA 2013) Em fevereiro de 1897, o poeta Olavo Bilac substitui o já
renomado romancista Machado de Assis na função de cronista do periódico
fluminense Gazeta de Notícias. A crônica, que no século XIX cumpre a função de
registrar as questões mais prementes do dia, fossem políticas, culturais ou
literárias, é o gênero ao qual se dedicará o poeta conhecido como um dos
mestres do verso parnasiano.
A respeito da crônica “A prostituição infantil”, é
correto afirmar que Olavo Bilac
a) assume uma postura neutra com relação à prostituição e
exploração do trabalho infantil que grassavam nas ruas do Rio de Janeiro de
fins do século XIX.
b) narra seu encontro noturno com uma criança que vendia
flores, demonstra sua indignação com a prostituição e exploração do trabalho
infantil, pondo sua verve literária a serviço de uma causa social.
c) considera que a prostituição e o trabalho infantil não
são um problema social no Rio de Janeiro de sua época.
d) afirma que todos têm “mais o que fazer”, de forma que
não interessa a ele e aos leitores o destino das meninas que se prostituem e
vendem flores aos passantes.
e) elogia a polícia por ter dado fim à prostituição e ao
trabalho infantil nas ruas do Rio de Janeiro.
14. (UFF 2004)
A PÁTRIA
Ama, com fé e orgulho, a terra em que
nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que
floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos
ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos
inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de
insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e
enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
(Olavo Bilac)
As estéticas literárias, embora costumem ser
datadas nos livros didáticos com início e término pós-determinados, não se
deixam aprisionar pela rigidez cronológica.
Assinale o comentário adequado em relação à
expressão estética do poema "A Pátria" de Olavo Bilac (1865-1918).
a) O poema
transcende a estética parnasiana ao tratar a temática da exaltação da terra,
segundo a estética romântica.
b) O poema
exemplifica os preceitos da estética parnasiana e valoriza a forma na expressão
comedida do sentimento nacional.
c) O poema se
antecipa ao discurso crítico da identidade nacional - tema central da estética
modernista.
d) O poema se
insere nas fronteiras rígidas da estética parnasiana, dando ênfase à
permanência do ideário estético, no eixo temporal das escolas literárias.
e) O poema
reflete os valores essenciais e perenes da realidade, distanciando-se de um
compromisso com a afirmação da nacionalidade.
15. (ESPM RS/2012)
TEXTO:
Torce, aprimora, alteia1, lima
A frase: e, enfim
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim2.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives3, saia da oficina
Sem um defeito
(Olavo Bilac)
Vocabulário:
1alteia: torna mais alto, mais sublime
2rubim: o mesmo que rubi, pedra preciosa de
cor vermelha
3ourives: que trabalha com ouro
No Parnasianismo, a atividade poética é
comparada ao trabalho do ourives, porque, para o autor:
a) a poesia é
preciosa como um rubim.
b) o poeta é
como um lapidador.
c) o poeta se
identifica com a natureza.
d) na poesia
não pode faltar a rima.
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