1. (UNIRIO
1995) Em relação ao Modernismo, podemos afirmar
que em sua primeira fase há:
a) maior
aproximação entre a língua falada e a escrita, valorizando-se literariamente o
nível coloquial.
b) pouca atenção ao valor estético da
linguagem, privilegiando o desenvolvimento da pesquisa formal.
c) grande liberdade de criação, mas expressão
pobre.
d) reconquista do verso livre.
e) ausência de inspiração nacionalista.
2. (PUC-PR
2007) Assinale a alternativa correta para as
características do Modernismo de 1922, também chamado de "fase
heroica".
a) espírito
polêmico e destruidor, valorização poética do cotidiano, nacionalismo, busca da
originalidade a qualquer preço.
b) Temática ampla com preocupação filosófica,
predomínio do romance regionalista, valorização do cotidiano, nacionalismo.
c) Espírito polêmico, busca da originalidade,
predomínio do romance psicológico, valorização da cidade e das máquinas.
d) Visão futurista, espírito polêmico e
destruidor, predomínio da prosa poética, valorização da cidade e das máquinas.
e) Valorização poética do cotidiano, linguagem
repleta de neologismos, nacionalismo e busca da poesia na natureza.
3. (ENEM 2017)
O farrista
Quando o almirante Cabral
Pôs as patas no Brasil
O anjo da guarda dos índios
Estava passeando em Paris.
Quando ele voltou de viagem
O holandês já está aqui.
O anjo respira alegre:
“Não faz mal, isto é boa gente,
Vou arejar outra vez.”
O anjo transpôs a barra,
Diz adeus a Pernambuco,
Faz barulho, vuco-vuco,
Tal e qual o zepelim
Mas deu um vento no anjo,
Ele perdeu a memória...
E não voltou nunca mais.
MENDES. M. História do Brasil. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira. 1992
A obra de Murilo Mendes situa-se na fase
inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem, no poema, por um
eu lírico que
a) configura um ideal de nacionalidade pela
integração regional.
b) remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta.
c) repercute as manifestações do sincretismo
religioso.
d) descreve a gênese da formação do povo
brasileiro.
e) promove inovações no repertório linguístico.
4. (UNB 2012) Orações
Quantas orações andam por aí impressas em
folhetinhos maus, vendidas nas grandes livrarias e nos alfarrabistas,
exportadas para a província em grossos maços, ou simplesmente manuscritas, de
mão em mão, amarradas ao pescoço dos mortais em forma de breve! Há, nessa
estranha literatura, edições raras, exemplares únicos que se compram a peso de
ouro; orações árabes dos negros muçulmins, cuja tradução não se vende nem por
cinquenta mil réis; orações de pragas africanas, para dizer três vezes com um
obi na boca; orações para todas as coisas possíveis e impossíveis. O homem é o
animal que acredita — principalmente no absurdo. Levei muito tempo a colecionar
essas súplicas bizarras. Há mais de mil (...). Há até orações a santos que o
Papa desconhece e nunca foram canonizados, como a oração de S. Gurmim, boa para
a dor de calos, e a de S. Puiúna, infalível nas nevralgias. Os homens vivem no
mistério das palavras conciliadoras.
João do Rio. A alma encantadora das ruas. São
Paulo: Companhia de Bolso, 2012, p. 71.
A obra de João do Rio, embora não esteja
diretamente associada às obras dos modernistas de 22, compartilha com elas
algumas características. Uma dessas características é
a) a
valorização do multiculturalismo como elemento-chave da formação da sociedade
brasileira.
b) a proposta de incorporação ao português do
Brasil do vocabulário de línguas de matrizes indígenas e africanas.
c) a contestação da autoridade religiosa cristã
exercida sobre os costumes da população.
d) a revisão da sintaxe padrão da língua
portuguesa, assumindo-se ostensivamente formas da oralidade na escrita.
5. (MACKENZIE
2014) Poema Tirado de uma Notícia de Jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e
morava no morro da
Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas
e morreu afogado.
Manuel Bandeira
Sobre a primeira fase do Movimento
Modernista, ao qual a crítica vincula Manuel Bandeira, todas as alternativas
estão corretas, EXCETO:
a) buscava
inspiração nas ideologias concretistas para simplificação poética.
b) objetivava o rompimento com as estruturas
artísticas do passado.
c) apresentava, em um primeiro momento, um
caráter anárquico e destruidor.
d) valorizava a língua “brasileira”.
e) a postura nacionalista, do final dos anos
1920, apresentava uma vertente crítica e uma vertente ufanista.
6.
(PUC-CAMPINAS 2016) Considere o texto abaixo.
Contraditoriamente, foi o patrocínio da
fração mais europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às
influências internacionais, que permitiu o florescimento das inovações
estéticas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos paulistas,
ameaçados em face da burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa
grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de Andrade. Segundo
ele, “foi da proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia
rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.”
(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de
província. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11)
O Modernismo de 22 caracterizou-se, de fato,
por algumas contradições, entre as quais a que o texto aponta:
a) Os
mentores modernistas promoveram ideais estéticos para agradar burgueses e
aristocratas.
b) Uma
economia voltada para a industrialização propiciou o desenvolvimento da
produção rural.
c) Membros da aristocracia paulista renunciaram a
seu gosto estético em nome da arte popular.
d) Membros da recém-formada burguesia impuseram
seu gosto estético aos aristocratas.
e) Um setor da economia rural estimulou um
movimento cultural de raiz urbana e moderna.
7. (UFMG) Todos os seguintes fragmentos, retirados de manifestos do Modernismo
brasileiro, apresentam princípios também contidos na obra Pau-Brasil, exceto
a) "A língua sem arcaísmos, sem erudição.
Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos.
Como somos".
b) "A poesia existe nos fatos. Os casebres
de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos
estéticos".
c) "Contra os importadores de consciência
enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica (...)"
d) "Temos de construir essa grande nação,
integrando na Pátria Comum todas as nossas expressões históricas, étnicas,
sociais, religiosas e políticas. Pela força centrípeta do elemento tupi".
e) "Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas
elétricas, nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o
Museu Nacional".
8. (UFPR 2012)
"A ambição do grupo [modernista] era
grande: educar o Brasil, curá-lo do analfabetismo letrado, e, sobretudo,
pesquisar uma maneira nova de expressão, compatível com o tempo do cinema, do
telégrafo sem fio, das travessias aéreas intercontinentais".
(Boaventura, M.
E. A Semana de Arte Moderna e a Crítica Contemporânea: vanguarda e modernidade
nas artes brasileiras. Conferência - IEL-Unicamp, 2005, p.5-6. Fonte:
http://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos.html).
Conforme o trecho acima e os conhecimentos
sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 e o modernismo brasileiro subsequente, é
correto afirmar:
a) A
Semana de 1922 marcou o modernismo inspirado em vanguardas europeias, buscando
uma nova arte com uma identidade brasileira experimental, miscigenada,
antropofágica e cosmopolita. O movimento celebrava o progresso da nação,
simbolizado pelo desenvolvimento da cidade de São Paulo.
b) A Semana foi o grande marco da arte moderna
brasileira, caracterizando-se pela busca por uma imitação do surrealismo e do
cubismo, realizada por acadêmicos em constante contato com os artistas
europeus.
c) A Semana de 1922 somou-se ao regionalismo
nordestino para mostrar as raízes da cultura brasileira, recusando qualquer
interferência da arte estrangeira. Os modernistas fizeram, com isso, uma forte
crítica à modernização e alfabetização brasileira.
d) Monteiro Lobato e Mário de Andrade lideraram
a Semana de 1922, que teve o intuito de aliar as produções mais recentes no
campo da música, literatura e artes plásticas futuristas com as obras
tradicionalistas da arte brasileira.
e) Os modernistas passaram a se organizar,
depois da Semana de 1922, para efetivar uma arte revolucionária nos moldes do
realismo soviético, pois acreditavam na conscientização da população para uma
mudança no poder.
9. (IFBA -
2017) Leia o texto abaixo e analise as
alternativas a seguir acerca do Modernismo, assinalando (V) para o que for
VERDADEIRO e (F) para o que for FALSO.
“O que a crítica chama de Modernismo está
condicionado por um acontecimento, isto é, por algo datado, público e
clamoroso, que se impôs à atenção da nossa inteligência como um divisor de
águas: A Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922, na cidade de
São Paulo. Como os promotores da Semana traziam, de fato, ideias estéticas
originais em relação às nossas últimas correntes literárias, já em agonia, o
Parnasianismo e o Simbolismo, pareceu aos historiadores da cultura brasileira
que modernista fosse adjetivo bastante para definir o estilo dos novos, e
Modernismo tudo o que se viesse a escrever sob o signo de 22. Os termos,
contudo, são tão polivalentes que acabam não dizendo muito, a não ser que
determinem, por trás da sua vaguidade:
a) as situações socioculturais que marcaram a vida brasileira desde o
começo do século;
b) as correntes de vanguarda europeias que, já antes da I Guerra, tinham
radicalizado e transfigurado a herança do Realismo e do Decadentismo.
Pela análise das primeiras entende-se o
porquê de ter sido São Paulo o núcleo irradiador do Modernismo; as instâncias
ora nacionalistas, ora cosmopolitas do movimento; as duas faces ideologicamente
conflitantes. Graças ao conhecimento das vanguardas europeias, podemos situar
com mais clareza as opções estéticas da Semana e a evolução dos escritores que
dela participaram”.
Fonte: BOSI, Alfredo. História concisa da
literatura brasileira. 49. ed, São Paulo, Cultrix, 2013. p. 323.
(__) O Modernismo foi lançado por um grupo de
intelectuais da burguesia culta, paulista e mineira, que gozavam de condições
especiais, como viagens à Europa, acesso a concertos e exposições de arte.
(__) Trazendo elementos plásticos
pós-impressionistas (cubistas e expressionistas), a exposição de Anita
Malfatti, em dezembro de 1917, foi extremamente elogiada no artigo “Paranoia ou
Mistificação?”, de Monteiro Lobato.
(__) Mário de Andrade, Oswald de Andrade,
Manuel Bandeira, Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Sérgio Milliet e Paulo
Prado são autores do Modernismo.
(__) A Semana de Arte Moderna (1922) foi, simultaneamente,
o ponto de encontro de várias tendências que desde a Primeira Guerra Mundial
vinham se firmando em São Paulo e no Rio de Janeiro, e a plataforma que
permitiu a consolidação de grupos, a publicação de livros, revistas e
manifestos, o que a tornou uma viva realidade cultural.
(__) Futurismo, dadaísmo, surrealismo, cubismo e
expressionismo são exemplos das vanguardas europeias que influenciaram o
Modernismo.
(__) O termo “modernista” veio a caracterizar um código novo, diferente do
Parnasianismo e do Simbolismo; já o termo “Moderno” inclui fatores relativos à
mensagem, como motivos e temas. Assim, nem tudo que antecipa traços modernos
será modernista; e nem tudo que foi modernista parecerá, hoje, moderno.
a) V, F, V, V, F, V.
b) F, F,
V, V, V, V.
c) V, F, F, V, V, V.
d) F, V, F, F, F, F.
e) V, V, V, F, V, F.
10. (PUC-Campinas) Assinale a alternativa em que se encontram preocupações estéticas da
Primeira Geração Modernista:
a) “Não entrem no verso culto o calão e
solecismo, a sintaxe truncada, o metro cambaio, a indigência das imagens e do
vocabulário do pensar e do dizer.”
b) “Vestir a Ideia de uma forma sensível que,
entretanto, não terá seu fim em si mesma, mas que, servindo para exprimir a
Ideia, dela se tornaria submissa.”
c) “Minhas
reivindicações? Liberdade. Uso dela; não abuso.” “E não quero discípulos. Em
arte: escola = imbecilidade de muitos para vaidade dum só.”
d) “Na exaustão causada pelo sentimentalismo, a
alma ainda tremula e ressoante da febre do sangue, a alma que ama e canta
porque sua vida é amor e canto, o que pode senão fazer o poema dos amores da
vida real?”
e) “O poeta deve ter duas qualidades: engenho e
juízo; aquele, subordinado à imaginação, este, seu guia, muito mais importante,
decorrente da reflexão. Daí não haver beleza sem obediência à razão, que aponta
o objetivo da arte: a verdade.”
11. (PUCCAMP-SP) São características da primeira fase do Modernismo:
a) retomada da
ficção regionalista, cultivo de uma poesia neobarroca e visão de mundo em
perspectiva elitista.
b) libertação
dos modelos acadêmicos, experimentalismo em novas formas de expressão e
rompimento com o nacionalismo tradicional.
c) cultivo de
uma ficção de caráter intimista, revisão das regras de metrificação e retomada
do nacionalismo romântico.
d) predominância
dos temas políticos, crítica ao uso indiscriminado das máquinas e visão de
mundo em perspectiva universalista.
e) pesquisa de
lendas e narrativas folclóricas, valorização do índio enquanto mito romântico e
cultivo de fórmulas estéticas consagradas.
12. (FIUbe-MG) A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase (1922-1928):
a) utiliza-se de
vocabulário sempre vago e ambíguo que apreenda estados de espírito subjetivos e
indefiníveis.
b) faz uma
síntese dos pressupostos poéticos que norteavam a linguagem
parnasiano-simbolista.
c) incentiva a
pesquisa formal com base nas conquistas parnasianas, a ela anteriores.
d) enriquece e
dinamiza a linguagem, inspirando-se na sintaxe clássica.
e) confere ao
nível coloquial da fala brasileira a categoria de valor literário.
13. (PUC-RS) Todas as afirmativas a seguir relacionam-se ao Modernismo na sua
primeira fase, exceto:
a) Os movimentos
de vanguarda europeus, a brutalidade da Primeira Guerra Mundial, dentre outros
fatores, favoreceu a busca por uma estética desvinculada de quaisquer
dogmatismos.
b) No Brasil, os
movimentos primitivistas foram uma resposta à busca da expressão nacional.
c) A conjunção
entre primitivismo do folclore e universo urbano foi uma possibilidade
modernista.
d) As
inovações de ordem temática e formal permitiram a delimitação clara entre prosa
e poesia modernistas.
e) A paródia aos
textos e estilos consagrados da literatura brasileira é uma das possibilidades
modernistas.
14. (UFV-MG) Assinale a alternativa em que há uma característica que não corresponde
ao Modernismo em sua primeira fase (1922-1930).
a) Ruptura radical
e audaciosa em relação às possíveis estéticas do passado, quebra total da
rotina literária.
b) Caráter
turbulento, polemista, de demolição de valores.
c) Exaltação
exagerada de fatores como mocidade e tempo; o novo, nesta fase, foi erigido
como um valor em si.
d) Movimento de
inquietação e de insatisfação; os novos se lançaram à luta em nome da
originalidade, da liberdade de pesquisa estética e do direito de “errar”.
e) Apesar de
toda a radicalidade do grupo, é unânime a preocupação dos modernistas com o
purismo da linguagem.
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