Postagens recentes

10/recent/ticker-posts

QUESTÕES SOBRE VINÍCIOS DE MORAES



1. (Ufscar)
Soneto de fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Vinicius de Moraes)
Nos dois primeiros quartetos do soneto de Vinicius de Moraes, delineia-se a ideia de que o poeta
a) não acredita no amor como entrega total entre duas pessoas.
b) acredita que, mesmo amando muito uma pessoa, é possível apaixonar-se por outra e trocar de amor.
c) entende que somente a morte é capaz de findar com o amor de duas pessoas.
d) concebe o amor como um sentimento intenso a ser compartilhado, tanto na alegria quanto na tristeza.
e) vê, na angústia causada pela ideia da morte, o impedimento para as pessoas se entregarem ao amor.


2. (CEFET - MG) Vinícius de Moraes, ao longo de sua trajetória de poeta, permitiu-se aderir a diferentes tendências estéticas, sejam anteriores ou contemporâneas à sua obra. NÃO apresentam os traços da estética indicada os versos transcritos em:
a) “E dentro das estruturas/ Via coisas, objetos/ Produtos, manufaturas./ Via tudo o que fazia/ O lucro do seu patrão/ E em cada coisa que via/ Misteriosamente havia/ A marca de sua mão.” PARNASIANISMO  
b) “O teu perfume, amada – em tuas cartas/ Renasce azul...– são tuas mãos sentidas!/ Relembro-as brancas, leves, fenecidas/ Pendendo ao longo de corolas fartas.” ROMANTISMO  
c) “Ah, jovens putas das tardes/ O que vos aconteceu/ (...) Em vossas jaulas acesas/ Mostrando o rubro das presas/ Falando coisas do amor/ E às vezes cantais uivando/ Como cadelas à lua/ Que em vossa rua sem nome/ Rola perdida no céu” NATURALISMO  
d) “– Era uma vez um poeta/ No morro do Cavalão/ Tantas fez que a dor-de-corno/ Bateu com ele no chão/ Arrastou ele nas pedras/ Espremeu seu coração/ Que pensa usted que saiu?/ Saiu cachaça e limão” MODERNISMO  
e) “Tensos/ Pela corda luminosa/ Que pende invisível/ E cujos nós são astros/ Queimando nas mãos/ Subamos à tona/ do grande mar de estrelas/ Onde dorme a noite/ Subamos” SIMBOLISMO


3. (Mackenzie SP/2016)
Soneto de Carnaval
01 Distante o meu amor, se me afigura
02 O amor como um patético tormento
03 Pensar nele é morrer de desventura
04 Não pensar é matar meu pensamento.
05 Seu mais doce desejo se amargura
06 Todo o instante perdido é um sofrimento
07 Cada beijo lembrado uma tortura
08 Um ciúme do próprio ciumento.
09 E vivemos partindo, ela de mim
10 E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
11 Para a grande partida que há no fim
12 De toda a vida e todo o amor humanos:
13 Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
14 Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
Vinícius de Moraes
Sobre o segundo momento da poesia modernista brasileira, a qual didaticamente a crítica vincula Vinícius de Moraes, pode-se afirmar que é:
a) um período de valorização das estruturas poéticas que validam um nacionalismo ufanista.
b) formada por uma poética que canta o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.
c) organizada em função da objetividade temática, da impassibilidade e do racionalismo formal.
d) constituída por uma estética calcada no cientificismo, no racionalismo e nas manifestações metafísicas.
e) um período de alargamento das conquistas dos modernistas da geração de 1922.


4. (FATEC)
E o olhar estaria ansioso esperando
e a cabeça ao sabor da mágoa balançado
e o coração fugindo e o coração voltando
e os minutos passando e os minutos passando...
(Vinícius de Moraes, O olhar para trás)
A figura de linguagem que predomina nestes versos é:
a) A metáfora, expressa pela analogia entre o ato de esperar e o ato de balançar.
b) A sinestesia, manifestada pela referência à interação dos sentidos: visão e coração no momento de espera.
c) O polissíndeto, caracterizado pela repetição da conjunção coordenada aditiva e para conotar a intensidade da crescente sensação de ansiedade contraditória do ato de esperar.
d) O pleonasmo, marcado pela repetição desnecessária da conjunção coordenada sindética aditiva e.
e) O paradoxo, expresso pela contradição das ações manifestadas pelos verbos no gerúndio.


5. (UEL) Leia o poema abaixo e assinale a alternativa correta.
A rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
O poema A rosa de Hiroxima, de Vinícius de Moraes, encontra-se no livro Nossa senhora de los Ángeles, escrito durante a permanência do poeta nos Estados Unidos (de 1946 a 1950), e traz uma reflexão política. Em que medida esses versos podem se correlacionar com o episódio dos atentados terroristas contra os Estados Unidos, em que se deu a queda das torres do World Trade Center e de parte do Pentágono, em 11 de setembro de 2001?
a) O poema se correlaciona com esse fato porque antecipa o episódio ocorrido em 2001, uma vez que se refere à bomba atômica lançada sobre Hiroxima, pelos americanos, na época da Segunda Guerra Mundial. O poeta alerta para uma possível vingança por parte dos que sofreram a violência da guerra.
b) O poema demonstra um sujeito lírico movido pelo sentimento de antiviolência, que alerta para as consequências das ações bélicas praticadas durante a Segunda Guerra Mundial. Por isso, o poema é atual, uma vez que o mesmo sentimento pacifista ressurge em face dos atentados terroristas de 2001 e de seus desdobramentos.
c) No poema há um contraste entre o mundo oriental e o mundo ocidental, que justifica o ataque atômico feito à cidade de Hiroxima.
d) O sujeito lírico é tomado por um espírito antiamericano que vai expressamente de encontro às posturas imperialistas adotadas pelos Estados Unidos.
e) Não é possível estabelecer nenhuma correlação, pois o poema A rosa de Hiroxima é um texto lírico e, como tal, não fala de violência, enquanto os atentados ocorridos contra os Estados Unidos, em 2001, são fatos terroristas que trazem à tona a questão da violência.


6. (USF 2011) Considere as afirmações a seguir sobre Vinícius de Moraes e sua poesia.
(__) Sua vertente social fica explícita em poesias como A Rosa de Hiroxima, em que as atrocidades causadas pela guerra tornam-se objeto de reflexão sobre a própria existência e sobrevivência do homem.
(__) Em Soneto da Separação, as antíteses marcam a oscilação das relações amorosas, que em determinado momentos são eternas, mas logo se tornam fugidias e acabam por, não mais que de repente, terminar.
(__) A alegoria e o rebuscamento estilístico marcam acentuadamente algumas de suas poesias, como em Soneto da Fidelidade, em que o poeta coloca-se em uma posição paradoxal: embora cante a fidelidade, tem certeza de que o amor é efêmero.
(__) Em Poética, o autor enfatiza o momento em que as situações acontecem, não as situações por si mesmas. Nos versos “Nasço amanhã / Ando onde há espaço: / — Meu tempo é quando.”, essa disposição simboliza uma maior importância ao momento presente, que deve ser vivido em toda a sua essência.
Assinale a opção que apresenta o correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo.
a) V – V – V – V
b) V – V – F – V
c) F – F – V – V
d) F – V – F – F
e) V – F – F – F


7. (UFJF 2011) Leia os versos, abaixo, de autoria de Vinícius de Moraes.
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
MORAES, Vinícius de.Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro, Aguiar, 1974, p. 265.
Nesse poema, o autor
a) condena a ação de países poderosos, convocando a humanidade a um protesto coletivo.
b) critica as armas nucleares, denunciando os efeitos devastadores da bomba atômica.
c) denuncia a ação criminosa dos guerrilheiros, desaprovando suas ações de extermínio.
d) protesta contra os crimes de guerra, denunciando a impunidade dos governantes.


GABARITO

Postar um comentário

0 Comentários