2.2 DEFININDO A GEOGRAFIA CULTURAL
O
professor Don Mitchell argumenta que a geografia cultural como uma
subdisciplina não surgiu apenas para servir como um canal através do qual os
geógrafos podem descrever e explicar as várias culturas do mundo no contexto do
espaço e do lugar. Em vez disso, ele afirma que a geografia cultural é um
produto das "guerras culturais". Ele constrói esse argumento da
seguinte maneira:
No século
XIX, as pessoas no mundo ocidental acreditavam que a civilização ocidental era
superior a todas as outras na terra e queriam saber por que a cultura europeia
era muito mais avançada (aos seus olhos) do que qualquer outra. Os britânicos,
em particular, estavam interessados em seguir essa linha de pesquisa, mas
também os alemães, americanos e franceses. Afinal, o século XIX foi uma época
do imperialismo europeu quase incontestado. Portanto, os geógrafos do século
XIX tendiam a se considerar atores importantes do sistema imperial.
Com o
tempo, o trabalho dos primeiros geógrafos culturais se dividiu em dois campos
opostos. Um grupo foi simbolizado por Carl Sauer, que é visto por muitos como o
pai da geografia cultural moderna, e o outro por Friedrich Ratzel, Ellen
Churchill Semple e Ellsworth Huntington, que procuravam conectar
deterministicamente o comportamento humano ao ambiente físico.
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