Escrito por Pâmela Morais e Luiza
Calixto /Portal Politize!
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E SEUS IMPACTOS A NÍVEL GLOBAL
A Segunda
Guerra Mundial foi um conflito marcante na história da humanidade por diversos
motivos – um deles é o gigantesco número de mortes. Entre os anos de 1939 e
1945, 72 nações – incluindo o Brasil – se envolveram em operações militares,
que resultaram na morte de aproximadamente 45 milhões de pessoas. Saiba mais
sobre essa grande guerra e quais foram as suas consequências com o Politize!
CONTEXTO HISTÓRICO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Para
entender melhor os motivos que levaram à eclosão da Segunda Guerra Mundial, é
importante saber o contexto histórico daquela época. Um dos principais pontos é
o fato de que os países vencedores da Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
consideraram a Alemanha culpada pelo conflito. Por conta disso, o Estado alemão
teve de assinar o Tratado de Versalhes em 1919, o que o fez perder territórios
e pagar pesadas indenizações. Como consequência desse tratado, a Alemanha
entrou em uma grave crise econômica e política. Essa situação fez com que os
alemães se sentissem altamente injustiçados e gerou um sentimento de vingança
na população.
Dez anos
depois, a quebra da bolsa de Nova Iorque culminou na Crise de 1929 e agravou a
recessão econômica na Alemanha, levando à escassez de alimentos e ao aumento da
inflação aos quatro dígitos. O resultado? Uma sensação de impotência que se
propagava pela sociedade alemã, que buscava uma solução imediata para resolver
esse problema.
A ASCENSÃO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS NA EUROPA
Outra
parte a ser destacada sobre o contexto histórico que influenciou no início da
Segunda Guerra Mundial é o fortalecimento de dois regimes totalitários na
Europa:
Itália
Não era
só a Alemanha que passava por uma grave crise econômica, marcada pelos altos
níveis de inflação e desemprego, além de queda na produção industrial. Foi em
meio a um cenário desanimador para os italianos que Benito Mussolini fundou, em
1919, o Partido Fascista. As principais características do partido eram:
ultranacionalismo, oposição à democracia liberal e ao socialismo – que se
instalou na União Soviética (URSS) após a Revolução Russa de 1917.
A
Revolução Russa e a ascensão do socialismo no país que viria a formar a URSS é
um ponto importante tanto para entender o fascismo italiano quanto a Segunda
Guerra Mundial. Como diversas classes da sociedade temiam que a ideologia se
espalhasse pela Europa, muitas optaram por apoiar regimes totalitários como o
liderado por Mussolini.
O Partido
Fascista contava com o apoio da burguesia e da Igreja Católica, além de outros
setores da sociedade civil. Em 1922, Benito Mussolini marchou com os “Camisas
Negras” – como eram conhecidos os militantes fascistas – sobre Roma, em uma
grande manifestação a favor do Partido Fascista. Poucos dias depois, o então
primeiro-ministro italiano, Luigi Facta, renunciou ao cargo e foi substituído
por Mussolini, convidado pelo rei Vitor Manuel II para comandar o governo.
Enquanto
estava no poder, o Partido Fascista tornou-se o único partido permitido na
Itália, perseguiu e matou adversários políticos e também implantou o
corporativismo – modelo que colocava os sindicatos, tanto de patrões quanto de
empregados, sob controle do governo. Os discretos ganhos econômicos
conquistados pelo Partido Fascista – que agiu nessa esfera, principalmente, por
meio de incentivo a obras públicas – foram abalados com a Crise de 1929. A
partir da recessão, Mussolini passou a apostar na expansão territorial como uma
estratégia de resolver e colocar em segundo plano os problemas internos da
Itália.
Alemanha
Como já
mencionado, o Tratado de Versalhes – firmado após a Primeira Guerra Mundial –
prejudicou gravemente a Alemanha e fez surgir um sentimento de revanchismo. A
precária situação econômica do país não conseguiu ser revertida pelo governo
republicano que assumira o país após 1918 e, como alternativa, em 1919 surgiu o
Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães – o Partido Nazista. Liderado
pelo ex-cabo do exército Adolf Hitler, o Partido Nazista compartilhava crenças
com o Partido Fascista italiano – como o ultranacionalismo –, mas trazia uma
nova característica: o racismo. A ideia disseminada por Hitler e seus
apoiadores era de que os alemães pertenciam a uma raça pura e superior – a raça
ariana – e que as demais etnias deveriam ser subjugadas ou exterminadas.
Aqui,
você talvez se pergunte: como a população passou a apoiar essa ideia? Com um
discurso populista e demagógico (com capacidade de influenciar o povo), o
Partido Nazista e a figura do líder Adolf Hitler apelava aos sentimentos
populares de que a Alemanha fora injustiçada pelo Tratado de Versalhes. Além
desse apelo, o discurso era demagógico por acusar um culpado pelos problemas
sociais e econômicos causados à Alemanha: a comunidade judaica. Assim, a
comunicação direta com a população – realizada por meio das rádios e dos
jornais impressos, os quais constituíam as grandes mídias de massa da época –
fez com que o discurso nazista fosse “comprado” por uma ampla porção da
população.
Em 1932,
apoiado pela burguesia e por setores conservadores da sociedade, o Partido
Nazista conquistou diversos assentos no parlamento por meio das eleições na
Alemanha. Um ano depois, Hitler foi nomeado primeiro-ministro e, em 1934,
tornou-se chefe de governo e de Estado. Assim, ele passou a ser chamado de
Führer (líder) e inaugurou o III Reich (império).
Ações do
Partido Nazista – como o intervencionismo econômico – fortaleceram a indústria
alemã e diminuíram o desemprego. Demais partidos políticos foram proibidos,
jornais de oposição foram fechados e minorias, como os judeus, perseguidas.
Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler também remilitarizou a Alemanha.
As primeiras alianças que antecederam a Segunda Guerra Mundial
Com
conjunturas políticas e econômicas tão parecidas, era só uma questão de tempo
até a Alemanha e a Itália formarem uma aliança. Isso aconteceu em 1936, quando
os dois Estados assinaram um tratado de colaboração. A assinatura desse tratado
e a consequente criação do Eixo Berlim-Roma nasceu não apenas devido às
semelhanças ideológicas dos dois governos totalitários, mas também por conta do
isolamento internacional que os dois Estados enfrentavam.
A
Alemanha fora “excluída” da comunidade internacional com o Tratado de
Versalhes, sendo até mesmo impedida de integrar a Liga das Nações – uma
organização internacional fundada após a Primeira Guerra Mundial – em um
primeiro momento. Por sua vez, a Itália fora severamente punida com sanções
internacionais após invadir o norte da África. Quando a Alemanha não aderiu às
sanções, uma porta foi aberta para a aproximação entre os dois países.
Opa,
espera aí! O que os outros Estados europeus fizeram quando Hitler quebrou o
Tratado de Versalhes? E quando o Eixo Berlim-Roma foi firmado? A resposta é:
nada. Como o nazismo visava a impedir a expansão da União Soviética e do
socialismo em direção à Europa ocidental, os outros países da região não se
opuseram ao crescimento alemão, nem mesmo quando houve a remilitarização e as
anexações (invasões) de outros territórios. Já a desconfiança sobre a
aproximação entre Itália e Alemanha foi minimizada com um discurso de
Mussolini, que afirmou: “a implementação do eixo Berlim-Roma não está voltada
contra outros países. Nós, nazistas e fascistas, desejamos a paz”.
Também em
1936, a Alemanha assinou pactos com a Espanha – a fim de apoiar a ditadura de
Francisco Franco – e com o Japão – com objetivo de frear a expansão soviética
sobre a Ásia. Já em 1939, Alemanha e União Soviética assinaram o Pacto
Germânico-Soviético de não-agressão.
O ESTOPIM PARA A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Durante
1938, a Alemanha nazista anexou a Áustria e parte da antiga Tchecoslováquia.
Esse desejo por aumentar seu território era pautado na Teoria do Espaço Vital,
ideia que surgiu do sentimento alemão de revolta por ter perdido terras após a
Primeira Guerra Mundial. A teoria ainda pregava que a raça ariana deveria ter
um único território e expandi-lo ao máximo, formando “um guia, um império, um
povo”, conforme dizia Hitler.
Foi a
Teoria do Espaço Vital que levou Hitler a invadir a Polônia, em 1939, buscando
recuperar o domínio sobre a cidade de Danzig. Existiram várias tentativas
anteriores de reanexar o território, mas apenas em 1º de setembro de 1939 o
objetivo foi atingido. Inaugurando a estratégia que ficaria conhecida como
blitzkrieg (guerra-relâmpago), a Alemanha nazista lançou um feroz ataque aéreo
e terrestre sobre a cidade polonesa.
Diante da
insistência e sucesso de Hitler em reconquistar Danzig, Reino Unido e França
declararam guerra ao país germânico no dia 3 de setembro de 1939. Esse foi o
início da Segunda Guerra Mundial.
O DECORRER DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Logo após
o decreto de guerra, os alemães invadiram a Dinamarca, Noruega, Holanda e
Bélgica. Em 1940, as tropas nazistas avançaram e ocuparam o sul da França. Logo
após, formou-se:
o Eixo –
um pacto de apoio mútuo entre Alemanha, Japão e Itália contra ataques de países
ainda não envolvidos na Segunda Guerra Mundial, como os Estados Unidos.
os
Aliados, como ficou conhecida a oposição ao Eixo, formada por diversos países.
O grupo tinha como lideranças o Reino Unido e a França em um primeiro momento.
O grande
erro estratégico de Hitler
Em junho
de 1941, Hitler quebrou o Pacto Germânico-Soviético e invadiu a União
Soviética. As tropas nazistas chegaram perto de conquistar a cidade de
Stalingrado, mas em novembro foram derrotadas pelo Exército Vermelho, como eram
conhecidas as tropas soviéticas, que usaram o rigoroso inverno russo como arma.
Ao
quebrar o tratado com a URSS, os alemães fizeram a Segunda Guerra Mundial
aumentar suas proporções. Em 1941, os soviéticos juntaram-se aos Aliados,
levando a Alemanha a ter que lutar em duas frentes: a oeste, com os ingleses, e
a leste, com o Exército Vermelho.
O Holocausto
Enquanto
enfrentava diversos países na Segunda Guerra Mundial, o Partido Nazista também
perseguia minorias a fim de “purificar” a Alemanha. Os judeus, principais
vítimas dessa caçada, antes confinados aos “guetos” alemães, passaram a ser
deportados e executados em massa a partir de 1942. Tratava-se da solução final,
que instalou campos de trabalho, concentração e extermínio na Alemanha e na
Polônia.
Estima-se
que, ao final da Segunda Guerra Mundial, cerca de 6 milhões de judeus foram
mortos em um dos maiores crimes da história, que ficou conhecido como
holocausto.
Pearl Harbor e os Estados Unidos na guerra
Com
desejo de explorar recursos do Sudeste Asiático, os quais alimentariam a
indústria voltada para a Segunda Guerra Mundial, o Japão lançou uma série de
ataques. Além de mirar o próprio Sudeste Asiático, os japoneses buscaram
neutralizar a frota naval estadunidense localizada na região central do Oceano
Pacífico. Assim, em dezembro de 1941 a base militar estadunidense de Pearl
Harbor, no Havaí, foi bombardeada.
Esse
ataque configurou outra “virada” na Segunda Guerra Mundial, pois levou os
Estados Unidos, o Reino Unido, a China e a Austrália a declararem formalmente
guerra contra o Japão. Assim, por conta do pacto de apoio mútuo assinado em
1940, a Itália e a Alemanha declararam guerra a esses Estados, apoiando o
Japão.
Ao que
China e Estados Unidos apoiaram Reino Unido e França – os chamados Quatro
Grandes –, os Aliados se fortaleceram. As constantes batalhas perdidas pelo
Eixo, somadas às baixas alemãs no rigoroso inverno russo, geraram um clima de
medo e instabilidade e fizeram com que a Itália se retirasse do conflito em
1943. A partir daí o Eixo declinou ainda mais.
O Dia D
Já
enfraquecido, o Eixo sofreu uma derrota fundamental no dia 6 de junho de 1944 –
o conhecido Dia D. Nessa data, mais de 150 mil soldados aliados desembarcaram
na Normandia, localizada no Noroeste da França. A mega operação também envolveu
1,2 mil navios de guerra e mil aviões, além de ter sido responsável por
libertar Paris em 25 de agosto de 1944. Agora, os nazistas estavam acuados e
perdendo o território que haviam conquistado.
Posteriormente,
em 2 de maio de 1945, os soviéticos ocuparam Berlim após libertarem a Polônia.
Hitler já havia cometido suicídio dias antes, em 30 de abril, e por isso a
rendição alemã veio rapidamente. Em 5 de maio de 1945 a guerra acabava na
Europa.
O TRATADO DE POTSDAM
Em julho
de 1945, foi realizada a Conferência de Potsdam, na Alemanha. Nesse encontro,
vencedores e perdedores da Segunda Guerra Mundial assinaram o Tratado de
Potsdam. Novamente, a Alemanha foi culpada pelo conflito e precisou pagar uma
alta indenização aos Aliados.
Duas Alemanhas
Além da
punição financeira, a Alemanha também foi dividida em quatro zonas de ocupação
militar: estadunidense, soviética, britânica e francesa. O objetivo dessa
divisão era facilitar a tarefa de administrar o país para que ele fosse
reconstruído, juntamente com a economia europeia. Também era de interesse dos
Aliados evitar que um novo sentimento revanchista surgisse na Alemanha, de
forma a repetir a história que culminou na Segunda Guerra Mundial.
No
entanto, as divergências sobre como coordenar os territórios tornaram-se um
problema. Enquanto os Estados ocidentais – liderados pelos Estados Unidos, já
que Reino Unido e França foram política, econômica e socialmente enfraquecidos
pela Segunda Guerra Mundial – priorizavam a recuperação tanto alemã quanto
europeia, a União Soviética exigia maiores reparações pelos prejuízos causados
pelo conflito.
O fato de
as três regiões ocidentais buscarem unificar-se e serem coordenadas de uma
mesma maneira fez acabar a divisão da Alemanha em quatro partes, passando a
valer a separação em duas zonas de ocupação: a Oriental e a Ocidental. Essa
separação, ideologicamente criada pelos Estados ocidentais, foi transformada em
uma realidade inegável em 13 de agosto de 1961. Nessa data, a URSS construiu o
famoso Muro de Berlim, que dividiu fisicamente não apenas a cidade, mas o país.
Assim, surgiram a Alemanha Ocidental (capitalista) e a Alemanha Oriental
(comunista).
O Tribunal de Nuremberg
O Tratado
de Potsdam também criou o Tribunal de Nuremberg, que começou a funcionar a partir
de novembro de 1945. Esse Tribunal foi criado com a função de analisar, julgar
e condenar os envolvidos nos crimes contra a humanidade cometidos durante a
Segunda Guerra Mundial, e ficou ativo por um ano. Sua atuação provocou
importantes efeitos jurídicos e filosóficos que, dentre outras questões,
levaram à redação da carta de Direitos Humanos, em 1948, e serviram como um
“primeiro passo” na criação do Tribunal Penal Internacional, em 1998.
OPA, ESPERA AÍ! E O JAPÃO?
Nós não
esquecemos do Japão, não! Mesmo após a rendição alemã e da assinatura do
Tratado de Potsdam, os japoneses não desistiram. A imensa área que tinha sido
ocupada pelo país no Oceano Pacífico durante o início da Segunda Guerra Mundial
já vinha diminuindo desde a entrada dos Estados Unidos no conflito, mas mesmo
assim os japoneses persistiam.
Como o
inimigo não se rendia, os Estados Unidos promoveram uma horrível demonstração
de força: os ataques atômicos em Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, e pouco
depois, em 9 de agosto, o alvo foi a cidade de Nagazaki.
Os
ataques são considerados “horríveis” pelos efeitos destruidores das armas
nucleares – os quais não se resumem aos dias dos ataques, mas alastram-se por
décadas por conta da radiação, responsável por matar outras 80 mil pessoas nos
anos após o ataque em Hiroshima –, mas não apenas por isso. A questão que
inquieta estudiosos até hoje é outra: o ataque atômico foi mesmo necessário
para encerrar de uma vez por todas a Segunda Guerra Mundial?
Existem
divergências quanto à resposta para essa questão. Enquanto alguns acreditam que
o lançamento das armas nucleares foi necessário para agilizar o fim do
conflito, evitando uma invasão ao Japão e, assim, poupando muitas vidas, outros
tantos discordam. Esse grupo de pesquisadores entende o uso das bombas atômicas
como uma forma de demonstrar força para a União Soviética, antecipando o
conflito ideológico que viria a se acirrar até instalar-se a Guerra Fria.
O
questionamento sobre a necessidade das bombas nucleares levanta outro: teriam
os Estados Unidos cometido crimes de guerra? O Jornal Nexo perguntou sobre isso
a dois especialistas nesta reportagem, vale a pena conferir.
Após os
ataques atômicos, a URSS expulsou tropas japonesas que ainda ocupavam a
Manchúria – região localizada no Nordeste da China – e, em 2 de setembro de
1945, o Japão se rendeu. Acabava assim, definitivamente, a Segunda Guerra
Mundial.
O BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
O Brasil
decidiu entrar na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, em 1944, devido
aos navios brasileiros que foram naufragados pela Alemanha no Atlântico. Até
hoje, essa atitude é considerada contraditória: na época, o presidente do país
era Getúlio Vargas, governante de tendência nacionalista e simpatizante às
políticas alemã e italiana.
Entretanto,
a questão é um pouco mais complexa do que simplesmente as preferências
políticas de Vargas. O Brasil estreitava há anos as relações diplomáticas e
econômicas com os Estados Unidos, inimigos da Alemanha e da Itália na guerra.
Esses laços permitiam um acordo de fornecimento de borracha do Brasil para os
EUA e, em troca, o financiamento das bases industriais brasileiras, a exemplo
da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na cidade de Volta Redonda (RJ). Por
isso, pode-se dizer que Vargas estava mais preocupado com seu objetivo de
industrializar o Brasil do que propriamente com o combate ao totalitarismo,
como explicado melhor pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta matéria.
Após
declarar guerra ao Eixo, em 1942, o Brasil passou a permitir que os Aliados –
especialmente os Estados Unidos, que também acabavam de entrar na Segunda
Guerra Mundial por conta do ataque a Pearl Harbor – usassem bases militares ao
longo do litoral brasileiro. A região do nordeste era especialmente
estratégica, já que oferecia um ponto de partida vantajoso para os navios destinados
ao norte da África, um dos diversos palcos de batalha do conflito.
Apesar de
ter aderido à Segunda Guerra Mundial, foi apenas em 1944 que o Brasil enviou
tropas à Europa. Tratava-se da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que,
apesar da falta de preparo e de experiência militar, atuou em importantes
batalhas e conquistou sucessivas vitórias junto aos Aliados.
QUAL O IMPACTO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NA HISTÓRIA?
A Segunda Guerra Mundial resultou no maior
número de mortes, civis e militares, em toda a história. A Alemanha ficou
novamente enfraquecida e, como dito, teve seu território dividido. A divisão
que inicialmente era ideológica tornou-se realidade com a construção do Muro de
Berlim em 1961, permanecendo assim por 28 anos, até a sua queda, em 1989.
Guerra Fria
Com o
final da guerra, os Estados Unidos se tornaram mais fortes que os países
europeus. Isso é explicado pelo fato de o país ter entrado na Segunda Guerra
Mundial apenas em 1942, adicionando suas poderosas Forças Armadas ao time dos
Aliados. Com menos tempo envolvidos no conflito, os estadunidenses sofreram
poucas baixas e não destinaram tanto dinheiro à guerra quanto os países
europeus. Assim, enquanto a Europa encontrava-se imersa em graves problemas
sociais, econômicos e estruturais por conta da destruição causada, os Estados
Unidos despontavam como a nova hegemonia (potência) mundial. A única “pedra no
sapato” do Tio Sam – referência popular aos Estados Unidos – era a União Soviética.
A URSS
era dona de uma vasta porção das terras mundiais e possuía um forte exército,
tal como um arsenal bélico potente. Além de ser um rival dos Estados Unidos em
questões materiais, a União Soviética também era a oposição ideológica ao Tio
Sam. Enquanto o país ocidental era o maior defensor do sistema capitalista, a
nação oriental representava o bloco socialista. A Guerra Fria foi o resultado
da soma de tanta disputa para ver quem se provaria, de fato, como a única
potência mundial – tanto material quanto ideologicamente.
Essa
disputa resultou em uma série de questões: a corrida armamentista, a corrida
espacial, a disputa por zonas de influências no mundo e pelo aumento do poder
econômico. Outra consequência da Guerra Fria foi o Plano Marshall, um programa
de reconstrução europeia liderado e financiado pelos Estados Unidos. Esse
projeto não era apenas uma forma de ajudar a devastada Europa a se reerguer,
mas principalmente uma maneira de os norte-americanos garantirem o continente
como sua zona de influência, impedindo que a URSS conquistasse esse posto.
Organização das Nações Unidas
Ao fim da
Segunda Guerra Mundial, muitos líderes mundiais preocupavam-se com a
possibilidade de ocorrerem novos conflitos. Buscando evitar a repetição da
história, 50 países – dentre eles o Brasil – se reuniram na Conferência de São
Francisco, realizada em 1945 nos EUA, para a criação da Organização das Nações
Unidas (ONU). A ONU substituiu a Liga das Nações, uma organização internacional
tida como sua predecessora, fundada após a Primeira Guerra Mundial, também com
objetivo de evitar um novo conflito, mas que falhou.
A ONU é
responsável até hoje por mediar conflitos internacionais e garantir a paz, além
de atuar na defesa dos Direitos Humanos. As Nações Unidas são a principal
organização internacional existente, contando com 193 países-membros que se
envolvem em discussões sobre os mais variados assuntos mundiais e também agem
por meio de sanções internacionais e missões de paz, entre outros.
A ONU
também foi responsável por fundar o Estado de Israel a partir da divisão da
Palestina, criando assim dois países: um judeu e outro árabe. A decisão e a
posterior dominação de outros territórios por parte de Israel gera conflitos
até hoje. O Politize! te explicou a história de Israel e Palestina em um e-Book
que ficou lindo, vai lá conferir!
E então?
Sabemos que o texto foi bem longo, mas a importância da Segunda Guerra Mundial
exige que várias explicações sejam dadas. Diversas foram as lições aprendidas
durante o conflito – sobre o que a intolerância e o racismo podem gerar,
principalmente – e importantes descobertas foram feitas por conta dessa guerra
– como as armas nucleares. Por isso, é extremamente importante entender esse
pedaço tão marcante da história mundial.
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