1. (VUNESP 2015) Por seu tamanho e complexidade, a gestão da cidade de São Paulo oferece
desafios constantes ao poder público. O choque entre grupos de interesses
diversos é uma constante no cotidiano da cidade. Como exemplo, pode(m)-se
citar:
A) a disputa
entre ônibus e caminhões pela utilização de corredores exclusivos. As empresas
de ônibus defendem que somente ônibus possam utilizar os corredores, enquanto
grupos que defendem os interesses dos proprietários de caminhões exigem que
também existam corredores de carga.
B) o conflito
entre os grupos que defendem a continuidade da atividade industrial na cidade,
mesmo com o agravamento da poluição do ar, e aqueles que defendem a proibição
de qualquer tipo de atividade industrial, ação considerada fundamental para
reduzir a poluição e se atingir a melhoria da qualidade do ar na cidade.
C) a ação dos
grupos ambientalistas, que desejam proibir a utilização da Guarapiranga como
fonte de abastecimento da cidade de São Paulo, em razão dos impactos à fauna e
à flora originais da represa e de seu entorno, contrariando o desejo das
autoridades municipais e da maioria da população que necessita dessa fonte de
abastecimento.
D) os sucessivos
conflitos entre moradores dos bairros centrais e de bairros periféricos. Os
moradores de bairros periféricos exigem maior número de eventos de rua na
cidade, como forma primordial de lazer, enquanto os moradores das áreas
centrais entendem que a prática do lazer deve ser restrita aos parques e
praças.
E) as
diferentes visões quanto à revitalização do centro antigo: uma que reivindica a
inclusão da camada de menor renda, a qual está presente na esfera do comércio
informal; outra que propõe a revitalização pelos mecanismos de mercado e que vê
no comércio informal um fator de depreciação da área central.
2. (VUNESP 2015) Leia o texto para responder à questão.
A “Rainha da Madrugada”, como é conhecida a
linha de ônibus mais extensa de São Paulo, é cercada de números e estatísticas
impressionantes. Ela liga o centro da capital ao extremo leste, o bairro Cidade
Tiradentes.
A cada jornada, ela percorre exatos 103,272
km em sua volta completa, no trajeto circular de ida e volta
centro-bairro-centro, enquanto a média das linhas da cidade é de 26 km.
Situações como a contida na notícia mostram a
complexidade que é o planejamento dos transportes coletivos na cidade de São
Paulo. Assim, o planejador enfrenta desafios como
A) construir
corredores exclusivos que permitam maior fluidez na circulação dos coletivos e
no transporte de cargas, sem causar impactos como a redução da velocidade por
excesso de veículos na faixa destinada ao transporte individual.
B) diversificar,
ao máximo, o número de linhas de ônibus, garantindo ao passageiro que ao menos
uma linha passe muito próximo à sua residência/trabalho, ainda que ao custo da
redução do número de viagens.
C) evitar a
proposição de linhas de ônibus com trajetos muito longos, em razão dos custos
da circulação, porém cuidar para que o usuário não seja obrigado a fazer muitas
baldeações, o que poderia desestimular o uso do transporte coletivo.
D) sempre buscar
a utilização de ônibus com grande capacidade de transporte de passageiros, como
forma de reduzir os custos de operação do sistema, independentemente das
condições do tráfego, da dimensão das ruas e do próprio relevo.
E) garantir que
todas as linhas tenham como destino, pelo menos, uma estação que possibilite a
baldeação para um meio de transporte de massa (metrô ou trem de subúrbio), pois
é a única forma de reduzir os custos do transporte coletivo.
3. (VUNESP 2015) A partir das últimas décadas do século XX, políticas macroeconômicas
adotadas (abertura comercial abrupta, taxas de juros elevadas, câmbio
sobrevalorizado) geraram consequências sobre a estrutura ocupacional da capital
paulista, entre as quais:
A) a
diminuição do trabalho no setor industrial e o forte crescimento do setor de
serviços.
B) o crescimento
dos empregos na indústria em detrimento das atividades do setor terciário.
C) a redução da
precarização do trabalho com reflexo na diminuição das atividades informais.
D) a ampliação
do setor industrial, que passou a absorver quase metade dos trabalhadores.
E) o aumento do
emprego em setores tradicionais, como o comércio e a indústria de
transformação.
4. (VUNESP 2015) O Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, recentemente
aprovado pela Câmara Municipal, manteve vários objetivos definidos no Plano
anterior, que vigorou desde 2002, pois considerou-se que tais objetivos ainda
se mantinham como grandes desafios para a gestão urbana. Dentre eles, pode-se
destacar a
A) criação de empregos em áreas mais próximas
aos bairros periféricos, como forma de reduzir o intenso movimento pendular
diário que resulta do deslocamento casa-trabalho.
B) construção de
novas avenidas em fundos de vale, destinadas a melhorar o fluxo de veículos,
garantindo uma melhor qualidade na circulação urbana e apoio ao transporte
individual.
C) retomada de
políticas de incentivos fiscais para a atração de indústrias para a cidade,
privilegiando a geração de emprego e renda sobre todos os outros objetivos.
D) revogação de
restrições ambientais para o loteamento e a construção de imóveis, com o
intuito de promover moradia acessível em áreas distantes dos bairros mais
centrais.
E) expansão dos
recursos financeiros do município por meio de políticas de anistia a
loteamentos clandestinos e moradias localizadas em áreas de risco ou de
proteção aos mananciais.
5. (VUNESP 2015) “Desconcentração industrial” e “concentração financeira” são termos que
alguns analistas têm utilizado para caracterizar a cidade de São Paulo, e mesmo
sua região metropolitana, a partir da década de 1990. De acordo com essas
expressões, a cidade de São Paulo passa por importantes transformações econômicas
desde, pelo menos, a década de 1990, como
A) a criação do
Mercosul, que favoreceu as importações de produtos industrializados e permitiu
à cidade concentrar-se nos setores de comércio e serviços, cujos empregos são
mais bem remunerados que os industriais.
B) a criação de
muitas pequenas indústrias na cidade, aproveitando a existência de mercado
consumidor, profissionais qualificados e incentivos fiscais. Já no setor
financeiro, ocorreu uma fuga de empresas como resposta às sucessivas crises
vividas pela economia do país.
C) a decadência
econômica, em razão da saída das classes médias em direção às cidades do
interior do estado, mantendo na cidade somente o circuito financeiro, ligado às
atividades de comércio e serviços informais.
D) o predomínio
da construção civil como setor que mais emprega e gera lucros para a cidade, em
detrimento da indústria, que busca novas localizações em municípios do interior
do estado, incentivada por leis ambientais e trabalhistas menos restritivas.
E) o
deslocamento das fábricas para novas áreas no interior do estado ou em outros
estados brasileiros; concentração das atividades de gestão (sedes das
empresas), financeiras e de serviços especializados.
GABARITO
1:E - 2:C - 3:A - 4:A - 5:E
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