1. (UEG 2018) Leia o texto a seguir:
O homem médio em Goiás, observou
Saint-Hilaire, nunca expressava, nem sabia, o valor das coisas em réis, como em
Portugal e outras capitanias do Brasil, mas exclusivamente em oitavas, vinténs
de ouro, patacas e meias patacas.
PALACIN, L. O século do ouro em Goiás.
Goiânia: Editora da UCG, 1994. p. 134.
A realidade, expressa na citação, indica que
o contexto monetário existente em Goiás, nas primeiras décadas do século XIX,
era
A) baseado no
escambo, a troca direta de produtos, resultado da economia ruralizada, fechada
e voltada para a autossubsistência.
B) estruturado
em moedas de ouro denominadas “patacões”, cunhadas nas duas casas de fundição
existentes na capitania de Goiás.
C) dominado pela
Libra Esterlina, moeda estrangeira muito abundante em Goiás, por causa da
intensa exportação do ouro para a Inglaterra.
D) dinamizado
pela existência de uma moeda específica para a capitania de Goiás, conforme as
deliberações do mercantilismo lusitano.
E) organizado a partir da circulação de ouro
em pó, fracionado em diversas medidas, que, dada a escassez de moedas oficiais,
era utilizado com função de dinheiro pela população.
2. (UEG 2018) Leia o texto a seguir.
Goiás entrará nos anais da Inquisição: em
1776 é preso o único goiano desta história: José Ricardo de Morais. Era natural
de freguesia de Meia Ponte, sendo morador do Arraial de Santa Cruz, distante 52
léguas de Vila Boa. [...] Em seu processo catalogado na Torre do Tombo sob o nº
2779, encontramos inclusive a descrição de seu tipo físico, uma espécie de
retrato falado: “homem bastardo, estatura ordinária, cara redonda, cabelos
pretos, cumpridos e crespos”.
MOTT, L. A Inquisição em Goiás: fontes e
pistas. In: ARRAIS, C. P. A.; SANDES, N. F. (Org.). A História Escrita:
percursos da historiografia goiana. Vitória, ES: GM Editora, 2017. p. 69 – 85.
p. 72.
O termo “bastardo”, no século XVIII, além de
filho natural ilegítimo, também designava indivíduo
A) reincidente
condenado por delito leve.
B) filho alforriado
de escravo dado para adoção.
C) herege,
envolvido em ritualística afro-americana.
D) pagão,
reconhecidamente não batizado na igreja.
E) mestiço de caucasiano com indígena ou
negroide.
3. (UEG 2018) Leia o texto a seguir:
A industrialização no sudeste do País e a
implantação de uma infraestrutura de transportes possibilitaram o avanço da
fronteira agrícola e da economia de mercado rumo ao Centro-Oeste, alterando as
relações campo-cidade.
BORGES, B. G. A economia agrária goiano no
contexto nacional (1930-1960). In. ARRAIS, C. A.; SANDES, N. F. História
escrita: percursos da historiografia goiana. Vitória: GM Editora, 2017. p. 96
A citação refere-se ao contexto histórico e
social da primeira metade do século XX, quando a economia goiana foi dinamizada
a partir da implantação da Estrada de Ferro Goiás, interligando o território
goiano ao Sudeste brasileiro. A consequência disso foi
A) a
consolidação do chamado agronegócio, baseado na mecanização da produção,
principalmente de soja e algodão, cultivados no sul e sudoeste do estado.
B) a
proliferação de matadouros, os quais, aproveitando o grande rebanho pecuário
existente, fez de Goiás um grande fornecedor de carne in natura para o Brasil.
C) a ampliação da cultura do arroz, cultivado
de forma tradicional, principalmente na região do Mato Grosso Goiano, que
abasteceu a população urbana do sudeste do país.
D) a exportação
de produtos ligados ao extrativismo mineral, como o amianto e o níquel,
abastecendo as indústrias europeias, principalmente durante a I Guerra Mundial.
E) a
modernização das cidades próximas à linha de ferro, as quais ampliaram o seu
contingente demográfico e tornaram-se polos de produção industrial voltada para
o mercado interno.
4. (UEG 2018) Leia o texto a seguir.
De um poder que Queiroz chama de
“monárquico”, isto é, absoluto, não flutuante, que caracteriza a ação dos
Wolney antes da ascensão dos Caiado, sucede-se àquele em que lideranças
emergentes ativam o “jogo das pressões”.
DOLES. D. E. Aspectos econômicos e sociais do
coronelismo em Goiás. ARRAIS, C. A; SANDES, N. F. (Org.). A escrita da
história: percursos da historiografia goiana. Vitória – ES; GM Editora, 2017.
p. 53–65. p. 59.
Com a ascensão da oligarquia dos Caiado, em
substituição ao poder não flutuante da família Wolney, estabeleceu-se no estado
de Goiás um novo modelo de coronelismo, cujo aspecto marcante era:
A) fortalecimento do poder central.
B)
enfraquecimento do poder central.
C) antagonismo
político com Minas Gerais.
D) dissolução
dos laços culturais com São Paulo.
E) protagonismo
na agricultura em detrimento da pecuária.
5. (CS-UFG 2018) Em suas viagens pela província de Goiás no início do século XIX, o
viajante francês Saint-Hilaire registrou:
Os negros e crioulos me diziam que preferiam
recolher no córrego de Santa Luzia um único vintém de ouro por dia, do que se
porem ao serviço dos cultivadores por quatro vinténs, uma vez que os patrões
pagam em gêneros dos quais lhes é impossível se desfazerem. Certos colonos
caíram em tal miséria que ficam meses inteiros sem poder salgar os alimentos, e
quando o pároco faz a sua excursão para a confissão pascal, sucede que todas as
mulheres da mesma família se apresentam uma após outra com o mesmo vestido.
Saint-Hilaire. Viagem às nascentes do Rio São
Francisco e pela província de Goiás. Apud PALACÍN, L.; MORAES, Maria Augusta
Sant’Anna. História de Goiás. 5. ed. Goiânia: Editora da UCG, 1989. p. 47.
(Adaptado).
Os registros de Saint-Hilaire se referem ao
contexto socioeconômico gerado pela decadência das atividades
A) da mineração, ocasionada pela escassez de
ouro e pelo uso de técnicas rudimentares para extração do metal.
B) da
agricultura, provocada pela resistência dos índios ao trabalho nas lavouras e
pela abolição da escravidão africana.
C) do comércio,
proporcionada pelo fim das atividades dos tropeiros e pela ausência de estradas
que ligavam o sertão ao litoral.
D) da pecuária,
desencadeada pela dificuldade de transporte do gado para a invernada e para a
comercialização com outras regiões.
GABARITO
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