Augusto Comte
Vamos
começar por Auguste Comte (1798-1857), pois foi ele quem criou o termo
“sociologia” a partir da organização do curso de Filosofia Positiva em 1839.
O que
desejava Comte com esse curso? Ele pretendia fazer uma síntese da produção
científica, ou seja, verificar aquilo que havia sido acumulado em termos de
conhecimento bem como os métodos das ciências já existentes, como os da
matemática, da física e da biologia. Ele queria saber se os métodos utilizados
nessas ciências, os quais já haviam alcançado um “status” de positivo, poderiam
ser utilizados na física social, denominada, por ele de Sociologia.
Este
pensador era de uma linha positivista, o que quer dizer que acreditava na
superioridade da ciência e no seu poder de explicação dos fenômenos de maneira
desprendida da religiosidade, como era comum se pensar naquela época. E tem
mais... como positivista ele acreditava que a ciência deveria ser utilizada
para organizar a ordem social. Na visão dele, naquela época, a sociedade estava
em desordem, orientada pelo caos. Devemos considerar que Comte vislumbrava o
mundo moderno que surgia, isto é, um mundo cada vez mais influenciado pela ciência
e pela consolidação da indústria, e a crise gerada por uma certa anarquia moral
e política quando da transição do sistema feudal (baseado nas atividades
agrárias, na hierarquia, no patriarcalismo) para o sistema capitalista (baseado
na indústria, no comércio, na urbanização, na exploração do trabalhador). Era
essa positividade (instaurar a disciplina e a ordem) que ele queria para a
Sociologia.
Assim
sendo quando Comte pensava a Sociologia, era como se fosse uma “criança” sendo
gestada, na qual colocava toda sua crença de que poderia estudar e entender os
problemas sociais que surgiam e reestabelecer a ordem social e o progresso da
civilização moderna. Ele queria que a Sociologia estudasse de forma aprofundada
os movimentos das sociedades no passado para se entender o presente e,
inclusive, para imaginar o futuro da sociedade.
Comte via
a consolidação do sistema capitalista como sendo algo necessário ao
desenvolvimento das sociedades. Esse novo sistema, bem como o abandono da
teologia para explicação do mundo seriam parte do progresso das civilizações.
Já, os problemas sociais ou desordens que surgiam eram considerados obstáculos
que deveriam ser resolvidos para que o curso do progresso pudesse continuar.
Portanto,
a Sociologia se colocaria, na visão deste autor, como uma ciência para
solucionar a crise das sociedades daquela época. Mas Comte não chegou a
viabilizar a sua aplicação. Seu trabalho apenas iniciou uma discussão que
deveria ser continuada, a fim de que a Sociologia viesse a alcançar um estágio
de maturidade e aplicabilidade.
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