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Questões de Sociologia do Enem IX



1. (Enem – 2014 – 2ª aplicação) No sistema democrático de Schumpeter, os únicos participantes plenos são os membros de elites políticas em partidos e em instituições públicas. O papel dos cidadãos ordinários é não apenas altamente limitado, mas frequentemente retratado como uma intrusão indesejada no funcionamento tranquilo do processo “público” de tomada de decisões.
HELD, D. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Paideia, 1987.
O modelo de sistema democrático apresentado pelo texto pressupõe a
a) consolidação da racionalidade comunicativa.
b) adoção dos institutos do plebiscito e do referendo.
c) condução de debates entre cidadãos iguais e o Estado.
d) substituição da dinâmica representativa pela cívicoparticipativa.
e) deliberação dos líderes políticos com restrição da participação das massas.


2. (Enem – 2014 – 2ª aplicação) A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de várias décadas do século XX.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009 (adaptado).
O objetivo desse modelo de organização do trabalho é o alcance da eficiência máxima no processo produtivo industrial que, para tanto,
a) adota estruturas de produção horizontalizadas, privilegiando as terceirizações.
b) requer trabalhadores qualificados, polivalentes e aptos para as oscilações da demanda.
c) procede à produção em pequena escala, mantendo os estoques baixos e a demanda crescente.
d) decompõe a produção em tarefas fragmentadas e repetitivas, complementares na construção do produto.
e) outorga aos trabalhadores a extensão da jornada de trabalho para que eles definam o ritmo de execução de suas tarefas.


3. (Enem – 2014 – 2ª aplicação) De modo geral, os logradouros de Fortaleza, até meados do século XIX, eram conhecidos por designações surgidas da tradição ou de funções e edificações que lhes caracterizavam. Assim, chamava-se Travessa da Municipalidade (atual Guilherme Rocha) por ladear o prédio da Intendência Municipal; S. Bernardo (hoje Pedro Pereira) por conta de igreja homônima; Rua do Cajueiro (atual Pedro Borges) por abrigar uma das mais antigas e populares árvores da capital Já a Praça José de Alencar, na década de 1850, era popularmente designada por Praça do Patrocínio, pois em seu lado norte se encontrava uma igreja homônima.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).
Os atos de nomeação dos logradouros, analisados de uma perspectiva histórica, constituem
a) formas de promover os nomes das autoridades imperiais.
b) modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.
c) recursos arquitetônicos funcionais à racionalização do espaço urbano.
d) maneiras de hierarquizar estratos sociais e dividir as populações urbanas.
e) mecanismos de imposição dos itinerários sociais e fluxos econômicos na cidade.


4. (Enem – 2014 – 3ª aplicação) O Ministério da Verdade — ou Miniver, em Novilíngua – era completamente diferente de qualquer outro objeto visível. Era uma enorme pirâmide de alvíssimo cimento branco, erguendo-se terraço sobre terraço, trezentos metros sobre o solo. De onde Winston conseguia ler, em letras elegantes colocadas na fachada, os três lemas do Partido: GUERRA É PAZ; LIBERDADE É ESCRAVIDÃO; IGNORÂNCIA É FORÇA.
ORWELL, G. 1984. São Paulo: Nacional, 1984.
Na referida obra ficcional, o autor critica regimes existentes ao longo do século XX. O mecanismo de dominação social utilizado pela instituição descrita no texto promoveria
a) o enaltecimento do sentimento nacionalista.
b) o investimento maciço nas forças militares.
c) a exaltação de uma liderança carismática.
d) a prática de reelaboração da memória.
e) a valorização de direitos coletivos.


5. (Enem – 2014 – 3ª aplicação) Quando um carpinteiro apanha um martelo, o martelo se torna, do ponto de vista do seu cérebro, parte da sua mão. Quando um soldado leva um binóculo aos olhos, o seu cérebro vê através de um novo conjunto de lentes, adaptando-se instantaneamente a um campo de visão muito diferente. A nossa capacidade de nos fundirmos com todo tipo de ferramenta é uma das qualidades que mais nos distingue como espécie.
CARR, N. O que a internet está fazendo com os nossos cérebros: a geração superficial. Rio de Janeiro: Agir, 2011.
A ciência produz aparatos tecnológicos que se tornam uma extensão do ser humano. Quando um blogueiro utiliza a internet como veículo de informação crítica, o seu pensamento é
a) expressão da sua própria consciência, mas com perda da noção de pertencimento.
b) projeto individual de difícil repercussão coletiva, pois atinge um número limitado de pessoas.
c) discurso meramente teórico, porque está desvinculado de aspectos da realidade social.
d) ação intelectual com efeitos sociais desencadeados através do reconhecimento na rede.
e) fenômeno que visa alcançar pontualmente determinado público de modo planejado e específico.



GABARITO
1:E - 2:D - 3:B - 4:B - 5:D





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