1. (Enem – 2013 – 1ª aplicação) Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não
adquire maior controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos
sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do
escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e
o poder sobre o trabalhador, mais direto.
SENNETT, R. A corrosão do caráter:
consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999
(adaptado).
Comparada à organização do trabalho
característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de tempo analisada no
texto pressupõe que
a) as tecnologias de informação sejam usadas
para democratizar as relações laborais.
b) as estruturas burocráticas sejam
transferidas da empresa para o espaço doméstico.
c) os procedimentos de terceirização sejam
aprimorados pela qualificação profissional.
d) as organizações sindicais sejam fortalecidas
com a valorização da especialização funcional.
e) os mecanismos de controle sejam
deslocados dos processos para os resultados do trabalho.
2. (Enem – 2013 – 1ª aplicação) Tenho 44 anos e presenciei uma transformação impressionante na condição
de homens e mulheres gays nos Estados Unidos. Quando nasci, relações
homossexuais eram ilegais em todos os Estados Unidos, menos Illinois. Gays e
lésbicas não podiam trabalhar no governo federal. Não havia nenhum político
abertamente gay. Alguns homossexuais não assumidos ocupavam posições de poder,
mas a tendência era eles tornarem as coisas ainda piores para seus semelhantes.
ROSS, A. Na máquina do tempo. Época, ed. 766,
28 jan. 2013.
A dimensão política da transformação sugerida
no texto teve como condição necessária a
a) ampliação da noção de cidadania.
b) reformulação de concepções religiosas.
c) manutenção de ideologias conservadoras.
d) implantação de cotas nas listas partidárias.
e) alteração da composição étnica da população.
3. (Enem – 2013 – 1ª aplicação) No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram
ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um
pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com
seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam
abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras
práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os
por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos
carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões
para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados
praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.
PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a
presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do
século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história
social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).
Manifestações culturais como o carnaval
também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do
tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o
carnaval representava um momento em que as
a) distinções sociais eram deixadas de lado em
nome da celebração.
b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a
realização da festa fora dos clubes.
c) liberdades individuais eram extintas pelas
regras das autoridades públicas.
d) tradições populares se transformavam em
matéria de disputas sociais.
e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo
por repudiarem tradições estrangeiras.
4. (Enem – 2013 – 1ª aplicação) Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos
cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente
ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada
para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu
alegre e admirado de tanta grandeza.
Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro,
Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR.,
R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994
(adaptado).
Originária dos tempos coloniais, a festa da
Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de
a) exclusão social.
b) imposição religiosa.
c) acomodação política.
d) supressão simbólica.
e) ressignificação cultural.
5. (Enem – 2013 – 1ª aplicação)
Texto I
Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro
e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da
sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado
penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula
de francês ou de dança.
Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos
costumes femininos [1839] apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura
brasileira. Ipotesi — Revista de Estudos Literários, Juiz de Fora, v. 2. n. 2,
1998.
Texto II
As janelas e portas gradeadas com treliças
não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu
destino, grandes gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade,
as filhas e as esposas.
MACEDO, J. M. Memórias da Rua do Ouvidor
[1878]. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013
(adaptado).
A representação social do feminino comum aos
dois textos é o(a)
a) submissão de gênero, apoiada pela
concepção patriarcal de família.
b) acesso aos produtos de beleza, decorrência
da abertura dos portos.
c) ampliação do espaço de entretenimento,
voltado às distintas classes sociais.
d) proteção da honra, mediada pela disputa
masculina em relação às damas da corte.
e) valorização do casamento cristão, respaldado
pelos interesses vinculados à herança.
GABARITO
1:E - 2:A - 3:D - 4:E - 5:A
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