1. (Enem/2012)
TEXTO I
Anaxímenes
de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu
e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se
dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As
nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas,
transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra,
e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras.
BURNET,
J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO
II
Basílio
Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas,
está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos
apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos
filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos,
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão
impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”
GILSON,
E.: BOEHNER, P. História da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991
(adaptado).
Filósofos
dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do
universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo
grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que
A) eram baseadas
nas ciências da natureza.
B) refutavam as
teorias de filósofos da religião.
C) tinham origem
nos mitos das civilizações antigas.
D) postulavam
um princípio originário para o mundo.
E) defendiam que
Deus é o princípio de todas as coisas.
2. (Enem/2017) Uma conversação de tal natureza transforma o
ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si
mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como
Alcibíades sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas
fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem.
Sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua
orientação.
BREHIER,
E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
O texto
evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na
A) Contemplação
da tradição mítica.
B) Sustentação
do método dialético.
C) Relativização
do saber verdadeiro.
D) Valorização
da argumentação retórica.
E) Investigação
dos fundamentos da natureza.
3. (Enem/2017) Se, pois, para as coisas
que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado
no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem.
Mas não terá o conhecimento grande influência sobre essa vida? Se assim é
esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele
e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de
que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se
pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é
ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais
são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as
faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica,
estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por
outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade
dessa ciência deve abranger as duas outras, de modo que essa finalidade será o
bem humano.
ARISTÓTELES,
Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (adaptado)
Para
Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
A) O bem dos
indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
B) O sumo bem é
dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
C) A política
é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
D) A educação
visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
E) A democracia
protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.
4. (Enem/2019) De fato, não é porque o homem pode usar a
vontade livre para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para isso. Há,
portanto, uma razão pela qual Deus deu ao homem esta característica, pois sem
ela não poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela
foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usa
para pecar, recairão sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se
a vontade livre tivesse sido dada ao homem não apenas para agir corretamente,
mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que usasse
sua vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada?
AGOSTINHO.
O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2008.
Nesse
texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição divina tem
como fundamento o(a)
A) desvio da
postura celibatária.
B) insuficiência
da autonomia moral.
C) afastamento
das ações de desapego.
D)
distanciamento das práticas de sacrifício.
E) violação dos
preceitos do Velho Testamento.
5. (Enem/2013) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser
amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de
desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que
amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens que se pode dizer,
duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos
de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o
sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está
longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL,
N. O Príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
A
partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e
políticas, Maquiavel define o homem como um ser
A) munido de
virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.
B) possuidor de
fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
C) guiado por
interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
D) naturalmente
racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
E) sociável por
natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.
GABARITO
1:D - 2:B - 3:C - 4:B - 5:C
0 Comentários