1. (IF-RS 2015) Considere as afirmativas abaixo sobre a ética discursiva de Jürgen Habermas.
I. Habermas reconhece que a ética está
inexoravelmente determinada pela impossibilidade de fundamentação do agir
moral: não há critérios absolutos, os juízos morais possuem um caráter
histórico e social incontornável. Cabe à ética discursiva admitir o relativismo
de toda verdade moral e renunciar ao alcance de normas universais.
II. Diante da pluralidade de perspectivas que
orientam a ação moral, Habermas afirma que os juízos morais devem
necessariamente expressar atitudes e preferências de cada integrante do
diálogo. Por conseguinte, em face do relativismo, a ética discursiva abandona
qualquer intenção formalista, concedendo centralidade às decisões particulares
e/ou aos contextos.
III. Buscando renovar as pretensões
universalistas da ética, Habermas constrói uma teoria na qual apresenta a
importância do discurso racional como formador do consenso. É, pois, por
intermédio do discurso que se alcança a justificação racional capaz de
legitimar a validade das normas.
IV. Para a ética do discurso, é necessário
discernir o consenso do falso consenso. O critério capaz de realizar a
distinção encontra-se na concepção habermasiana de situação ideal de fala,
mediante a qual seria possível imaginar comunicações livres de eventuais
coações.
V. Ao conceder centralidade ao discurso,
Habermas defende a ideia segundo a qual as normas somente alcançam legitimidade
por intermédio do esforço compartilhado da prática comunicativa. Sendo assim, a
ética é um exercício que se realiza na comunicação de sujeitos simetricamente
dispostos em suas oportunidades de fala.
Assinale a alternativa correta:
A) Somente as
afirmativas I, II e V são verdadeiras.
B) Somente as
afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
C) Somente as
afirmativas I, III e V são verdadeiras.
D) Somente as
afirmativas II, III são verdadeiras.
E) Somente as
afirmativas II, IV são verdadeiras.
2. (IFB 2017) Habermas em sua obra Verdade e Justificação avalia
uma possível analogia entre a correção de normas morais e a verdade de
proposições descritivas. Leia as afirmações sobre a correção de normas morais e
a verdade de proposições descritivas abaixo.
I) Verdade é um conceito que transcende toda
a justificação e que não pode ser identificado como assertibilidade idealmente
justificada.
II) O aspecto incondicional da verdade só
pode ser explicado no contexto da ação e não no contexto do discurso.
III) A correção moral é imanente à
justificação.
IV) Para a correção moral é impossível
atribuir um aspecto incondicional, visto que o mundo social não é indisponível
à ação.
V) A analogia entre verdade e correção moral
só pode ser feita para além do plano do discurso.
Assinale a alternativa que apresenta somente
as afirmações CORRETAS de acordo com a posição de Habermas.
A) I, III e V
B) II e IV
C) IV e V
D) III, IV e V
E) I, II e III
3. (IFB 2017) Assinale a alternativa que apresenta o fundamento da teoria crítica da
sociedade elaborada por Habermas em sua obra Teoria do agir comunicativo.
A) A semântica
linguística;
B) A crítica da
razão instrumental;
C) A ética do
discurso;
D) A
pragmática linguística;
E) A
subjetividade comunicativa.
4. (ENEM 2017) O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a
partir de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A
legitimidade democrática exige que o processo de tomada de decisões políticas
ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir.
Assim, o caráter deliberativo corresponde a um processo coletivo de ponderação
e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão.
VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e
democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).
O conceito de democracia proposto por Jürgen
Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é
uma condição para que isso aconteça o(a)
A) participação
direta periódica do cidadão.
B) debate
livre e racional entre cidadãos e Estado.
C) interlocução
entre os poderes governamentais.
D) eleição de
lideranças políticas com mandatos temporários.
E) controle do
poder político por cidadãos mais esclarecidos.
5. (CCV-UFC 2012) Jürgen Habermas, filósofo contemporâneo considerado “herdeiro” da
Escola de Frankfurt, inclui, segundo Bárbara Freitag (A teoria crítica: ontem e
hoje, 1986), “em sua teoria da ação comunicativa a elaboração de um novo
conceito de razão, que nada tem em comum com a visão instrumental que a
modernidade lhe conferiu, mas que também transcende a visão kantiana assimilada
por Horkheimer e Adorno (…)”. Segundo este novo conceito de Habermas, a razão
é:
A) Subjetiva,
autônoma e transcendental, capaz de conhecer o mundo e de dirigir o destino da
humanidade em direção ao sumo bem, constituindo, assim, princípios absolutos de
convivência.
B) Uma faculdade
abstrata, inerente ao indivíduo em si, que se manifesta nos acordos entre os
homens sobre questões relacionadas com a verdade, a justiça e o próprio
bem-estar do homem em sociedade, ou seja, a vida boa.
C) Constituída socialmente no processo de
interação dialógica, no qual cada interlocutor levanta uma pretensão de
validade dos seus enunciados sobre fatos, normas e vivências e espera que o
outro possa contestá-lo com argumentos.
D) Formada no
cotidiano, de modo que as verdades consideradas inabaláveis por acordo ou norma
anterior já não devem ser questionadas, garantindo-se assim espaço para a
discussão de novas questões e, por este meio, o progresso social.
E) A verdade que
aparece na conversação entre pares (identidade de interesses, formação e
cultura) como produto do questionamento e da crítica monológica, que é, ao fim
e ao cabo, subjetiva, transcendental e inata.
GABARITO
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