Postagens recentes

10/recent/ticker-posts

Questão sobre Heidegger



1. (CEPERJ 2013) Na “Carta sobre o humanismo", que é parte de Marcas do caminho, Martin Heidegger definiu um princípio fundamental de toda sua filosofia sobre a linguagem. De acordo com o que afirma Heidegger, logo no começo desse texto, a linguagem é:
A) voz de Deus.
B) morada do ser.
C) estrutura da subjetividade.
D) consenso inter subjetivo.
E) ideologia capitalista.


2. (CESPE 2013) De acordo com o pensador G. Vico, o senso comum é um julgamento sem qualquer reflexão, comumente sentido por toda uma classe, todo um povo, toda uma nação, ou por todo o gênero humano. Segundo Heidegger, nós nos movimentamos no nível de compreensão do senso comum à medida que nós cremos em segurança no seio das diversas “verdades” da experiência da vida, da ação, da pesquisa, da criação e da fé.
M. Heidegger. Sobre a essência da verdade. São Paulo 1970, p. 18 (com adaptações).
A propósito dessas informações acerca do significado do senso comum, problematizado pela filosofia, assinale a opção correta.
A) Enquanto o senso comum é um conhecimento seguro, a filosofia é um pensamento inseguro. Logo, a filosofia deve ser rejeitada como perigosa para o homem do cotidiano.
B) O senso comum reflete, argumenta e justifica suas crenças.
C) O senso comum é convicção arraigada, crença partilhada com segurança pelos homens, na vida, na ação, na pesquisa, na criação e na fé. A convicção é fundamental ao pensamento e, portanto, o senso comum se identifica com o pensamento filosófico.
D) É com o senso comum que o homem enfrenta, no cotidiano, os seus problemas imediatos. O senso comum antecede todo o filosofar. Devido a essa anterioridade e ao seu caráter de convicção inquestionada, ele deve ser considerado como critério de julgamento, como princípio dirimente de todas as dúvidas teóricas.
E) O senso comum é um julgamento irrefletido, que, uma vez compartilhado por muitos homens no âmbito da cultura como crença cotidiana, é tido como óbvio e permanece inquestionado. A filosofia, porém, é um movimento radical de autonomia do homem baseado no exercício do pensamento, do questionamento. Por isso, a filosofia se põe de maneira crítica frente às pretensões do senso comum.


3. (CESPE 2013) No ensaio Confissão criadora , Paul Klee, de forma lapidar, anuncia sua concepção relativa ao sentido de ser da arte: “A arte não reproduz o visível, mas torna visível”; “... Porque as obras de arte não só reproduzem com vivacidade o que é visto, mas também tornam visível o que é vislumbrado em segredo”. De modo semelhante, Heidegger, em A origem da obra de arte, apresenta a arte como uma forma de pôr-em-obra a verdade, no sentido do desvelamento, do tornar visível o desvelamento do mundo e da natureza em jogo na obra de arte. Assim, tomando como exemplo um templo grego, Heidegger diz que ele “não imita nada” e que ele torna visível o mundo em que ele se apresenta: “É a obra templo que primeiramente ajusta e, ao mesmo tempo, congrega em torno de si a unidade das vias e relações, nas quais nascimento e morte, infelicidade e prosperidade, vitória e derrota, resistência e ruína ganham para o ser humano a forma de seu destino. A amplitude dominante dessas relações abertas é o mundo desse povo histórico. A partir dele e nele é que ele é devolvido a si próprio, para o cumprimento a que se destina”. Além disso, a obra-templo faz aparecer também em seu esplendor a “terra”, isto é, a “natureza” (physis), fazendo vir à luz a pedra, o rochedo das montanhas, a imensidade do céu, a claridade do dia e a treva da noite, o mar, os animais etc. A este vir à luz, a este levantar-se ele próprio e na sua totalidade chamavam os gregos, desde muito cedo, a physis. Ela abre ao mesmo tempo a clareira daquilo sobre o qual e no qual o homem funda o seu habitar. Chamamos isso a Terra”.
Martin Heidegger. A origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70, 2007.
Acerca das ideias suscitadas no texto acima, assinale a opção correta.
A) Para ambos os autores citados no texto, a arte, primariamente, não tem o sentido de imitar ou de reproduzir o visível, mas o de tornar visível o que é vislumbrado no segredo, o sentido de desvelar.
B) Para Klee e Heidegger, a obra de arte é meramente uma expressão da subjetividade das vivências do artista.
C) Heidegger trata da obra de arte de modo estético, ou seja, levando em consideração a questão do belo e das vivências do belo por parte do artista e daquele que aprecia e julga a obra em relação à sua beleza.
D) A arte, na concepção de Heidegger, é algo de irracional; portanto, não tem vinculação com a verdade e não deve interessar ao filósofo.
E) De acordo com Paul Klee e Heidegger, a arte consiste na imitação do real, ou seja, na reprodução do visível.


4. (CESPE 2013) Tendo em vista a compreensão da técnica como forma de verdade dominante na experiência histórica do homem contemporâneo, segundo Heidegger, assinale a opção correta.
A) Para Heidegger, a ciência e a técnica se fundam em uma compreensão do ser como efetividade ou funcionalidade. A partir dessa compreensão do ser, subjetividade e objetividade se configuram como momentos funcionais, como energia e matéria, como insumo e recurso, empregados e processados na realização do real, cuja realidade vigora como produção, isto é, como causação e efetivação.
B) No pensamento de Heidegger, a teoria científica é uma simples contemplação e descrição objetiva do real.
C) No pensamento de Heidegger, ciência e técnica são coisas separadas. A técnica é a mera aplicação da ciência. A ciência vem antes da técnica, pois a ciência é teoria, e a técnica é prática.
D) Para Heidegger, ciência e técnica não abrigam em si nenhuma metafísica, pois são formas de pensar e agir antimetafísicas.
E) Na concepção de Heidegger, a técnica é somente um meio ou instrumento de ação a serviço do homem. Com esse meio, o homem pode fazer o bem ou o mal.


5. (CESPE 2013) Em O que é isto: a filosofia , Heidegger declara: “A palavra philosophia diz-nos que a filosofia é algo que, pela primeira vez e antes de tudo, vinca a existência do mundo grego (...): A filosofia é, nas origens de sua essência, de tal natureza que ela primeiro se apoderou do mundo grego e só dele, usando-o para se desenvolver”. Esse assenhoreamento ocorreu pelo despertar do espanto ou da admiração (thaumadzo) com o ser: “precisamente isto, que o ente permaneça recolhido no ser, que no fenômeno do ser se manifesta o ente; isto jogava os gregos, e a eles primeiro unicamente, no espanto. Ente no ser: isto se tornou para os gregos o mais espantoso”. O thaumadzo é atestado como princípio (arkhé) da filosofia por Platão e Aristóteles. Primeiramente, Platão (no Teeteto 155d) afirma: “É verdadeiramente de um filósofo esse pathos — o espanto (thaumadzein); pois não há outra origem imperante (arkhé) da filosofia do que este”. E Aristóteles (na Metafísica A 2, 982b 12ss) confirma o dito de Platão: “Pelo espanto, os homens chegaram agora e chegaram antigamente à origem imperante do filosofar”.
Acerca do tema abordado no texto acima, assinale a opção correta.
A) Os primeiros filósofos podem ser considerados como primitivos cientistas da natureza, cujo thaumadzo decorria da precariedade de sua ciência.
B) Para os gregos, o espanto filosófico ocorria em relação ao mistério do ser, que abrangia e recolhia a totalidade do ente.
C) A filosofia é atemporal e, dessa forma, estranha à historicidade do ser humano.
D) O pathos que está no princípio da filosofia grega é a dúvida.
E) Para Platão e Aristóteles, o thaumadzo é apenas o início da filosofia, ou seja, ele deixa de valer em estágios mais avançados do filosofar.



GABARITO
1:B - 2:E - 3:A - 4:A - 5:B








Postar um comentário

0 Comentários