1. (Colégio Pedro II 2016)
“Se,
por outro lado, Deus não existe, não encontramos, já prontos, valores ou ordens
que possam legitimar a nossa conduta. Assim, não teremos nem atrás de nós, nem
na nossa frente, no reino luminoso dos valores, nenhuma justificativa e nenhuma
desculpa. Estamos só, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o
homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e
como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por
tudo o que faz.”
(SARTRE,
Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. In: MARÇAL, Jairo (org.).
Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009. p.624)
Identifica-se,
no texto acima, o pensamento existencialista de Sartre,
segundo o qual o ser humano
A) encontra-se
num mundo sem sentido definido, onde as escolhas por ele feitas remetem somente
a ele, sem amparo em valores a priori.
B) não é responsável por
seus atos, porque não se criou a si mesmo e porque não escolheu existir, não
devendo nada aos outros.
C) está só e sem desculpas,
perdido num mundo, onde suas escolhas resultam de um contexto de causas
estranhas a ele.
D) está condenado a ser
livre e, por essa razão, deve ser responsabilizado por tudo o que acontece ao
seu redor.
2. (Colégio Pedro II 2016) Ao invés de indicar algo que seja comum a tudo o que chamamos
linguagem, digo que não há uma coisa sequer que seja comum a estas
manifestações, motivo pelo qual empregamos a mesma palavra para todas – mas são
aparentadas entre si de muitas maneiras diferentes. Por causa deste parentesco,
ou destes parentescos, chamamos a todas de “linguagens”. (...)Não posso
caracterizar melhor essas semelhanças do que por meio das palavras “semelhanças
familiares”; pois assim se sobrepõem e se entrecruzam as várias semelhanças que
existem entre os membros de uma família (...). [O]s ‘jogos’ formam uma família.
(WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas.
In: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999, p.169)
O conceito wittegensteiniano de “semelhanças
familiares”
A) é um jogo de
linguagem utilizado pelo autor para resolver todos os problemas tradicionais da
filosofia.
B) é uma
crítica à perspectiva filosófica de que é possível definir linguagem por meio
de uma condição necessária.
C) é uma
definição por analogia, em que linguagem está para família como jogos está para
parentesco.
D) é constatação
de que há tal identidade entre os tipos de linguagem de modo a permitir
tratar-se de uma família.
3. (SEDUC - CE 2016) Leia o texto abaixo.
“Ao invés de indicar algo que seja comum a
tudo o que chamamos linguagem, digo que não há uma coisa sequer que seja comum
a estas manifestações, motivo pelo qual empregamos a mesma palavra para todas,
- mas são aparentadas entre si, de muitas maneiras diferentes. Por causa deste
parentesco, ou destes parentescos, chamamos a todas de 'linguagens'”.
Wittgenstein, Investigações Filosóficas.
O texto acima reflete o amadurecimento das
ideias de Wittgenstein que, nessa fase,
A) considera a
estrutura essencial da linguagem como aquilo que possibilita dizer algo
verdadeiro ou falso sobre a realidade.
B) admite uma
análise pragmática da linguagem, considerando a multiplicidade de contextos em
que a utilizamos.
C) defende que a
linguagem é fruto da estrutura lógica do pensamento, unificando pensar, ser e
dizer.
D) introduz o
conceito de “jogos de linguagem”, cujas regras oferecem a consistência lógica
necessária ao discurso sobre a realidade.
E) compreende que
os limites da linguagem são, eles mesmos, os limites nos quais pensamos a
realidade.
4. (CESGRANRIO 2010) É muito comum distinguir Ética de Moral, tomando apenas a primeira como
uma investigação filosófica, porque
A) Ética diz
respeito tanto às práticas como aos valores morais, enquanto que Moral se
restringe apenas aos valores.
B) a primeira se
fundamenta na Ciência e a segunda, na Religião.
C) ambas
dizem respeito a valores morais, a primeira, por investigá-los em seus
fundamentos, e a segunda, por reuni-los de acordo com regras de conduta
comumente aceitas.
D) ambas dizem
respeito à investigação teórica; a primeira, de condutas simples, e a segunda,
de condutas complexas.
E) cada uma tem
uma forma própria de lidar moralmente com o ser humano, uma, na ordem, outra,
na obediência.
5. (CESPE 2009) Kant, na introdução de sua obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes
afirma: “Neste mundo e até também fora dele, nada é possível pensar que possa
ser considerado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa
vontade.”
Tendo em vista a ética Kantiana e o texto
acima, pode-se acertadamente dizer que
A) devemos agir
de tal modo que o princípio da nossa ação se transforme em princípio particular
da ação humana.
B) as regras
morais esgotam-se nos dez mandamentos da lei mosaica.
C) devemos fazer
o bem porque ele nos traz benefícios.
D) a
utilidade ou inutilidade de alguma coisa em nada pode tirar o valor do bem.
GABARITO
1:A - 2:B - 3:B - 4:C - 5:D
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