1. (CESPE 2013) Em O que é isto: a
filosofia , Heidegger declara: “A palavra philosophia diz-nos que a filosofia é
algo que, pela primeira vez e antes de tudo, vinca a existência do mundo grego
(...): A filosofia é, nas origens de sua essência, de tal natureza que ela
primeiro se apoderou do mundo grego e só dele, usando-o para se desenvolver”.
Esse assenhoreamento ocorreu pelo despertar do espanto ou da admiração
(thaumadzo) com o ser: “precisamente isto, que o ente permaneça recolhido no
ser, que no fenômeno do ser se manifesta o ente; isto jogava os gregos, e a
eles primeiro unicamente, no espanto. Ente no ser: isto se tornou para os gregos
o mais espantoso”. O thaumadzo é atestado como princípio (arkhé) da filosofia
por Platão e Aristóteles. Primeiramente, Platão (no Teeteto 155d) afirma: “É
verdadeiramente de um filósofo esse pathos — o espanto (thaumadzein); pois não
há outra origem imperante (arkhé) da filosofia do que este”. E Aristóteles (na
Metafísica A 2, 982b 12ss) confirma o dito de Platão: “Pelo espanto, os
homens chegaram agora e chegaram antigamente à origem imperante do filosofar”.
Acerca do tema
abordado no texto acima, assinale a opção correta.
A) Os primeiros filósofos
podem ser considerados como primitivos cientistas da natureza, cujo thaumadzo
decorria da precariedade de sua ciência.
B) Para os gregos, o
espanto filosófico ocorria em relação ao mistério do ser, que abrangia e
recolhia a totalidade do ente.
C) A filosofia é atemporal
e, dessa forma, estranha à historicidade do ser humano.
D) O pathos que está no princípio
da filosofia grega é a dúvida.
E) Para Platão e
Aristóteles, o thaumadzo é apenas o início da filosofia, ou seja, ele deixa de
valer em estágios mais avançados do filosofar.
2. (IFB 2017) Habermas
em sua obra Verdade e Justificação avalia uma possível analogia entre a
correção de normas morais e a verdade de proposições descritivas. Leia as
afirmações sobre a correção de normas morais e a verdade de proposições
descritivas abaixo.
I) Verdade é
um conceito que transcende toda a justificação e que não pode ser identificado
como assertibilidade idealmente justificada.
II) O aspecto
incondicional da verdade só pode ser explicado no contexto da ação e não no
contexto do discurso.
III) A
correção moral é imanente à justificação.
IV) Para a
correção moral é impossível atribuir um aspecto incondicional, visto que o
mundo social não é indisponível à ação.
V) A analogia
entre verdade e correção moral só pode ser feita para além do plano do
discurso.
Assinale a
alternativa que apresenta somente as afirmações CORRETAS de acordo com a
posição de Habermas.
A) I, III e V
B) II e IV
C) IV e V
D) III, IV e V
E) I, II e III
3. (IFB 2017) Assinale a alternativa que
apresenta o fundamento da teoria crítica da sociedade elaborada por Habermas em
sua obra Teoria do agir comunicativo.
A) A semântica linguística;
B) A crítica da razão
instrumental;
C) A ética do discurso;
D) A pragmática
linguística;
E) A subjetividade
comunicativa.
4. (CESPE 2009) A análise do funcionamento da linguagem — e do pensamento que a utiliza
— deve ser anterior ao próprio conhecimento, pois este depende de certas regras
bem precisas para não se equivocar. A essas regras Aristóteles deu o nome de
órgonon (instrumento). Essas regras constituem, em parte, o que modernamente é
denominado lógica. Como instrumento, o órgonon não é propriamente um
conhecimento, mas sua condição básica e preliminar.
Bernadete Abrão (Org.). História da
Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 63 (com adaptações).
À luz das regras lógicas do silogismo
categórico, analise as seguintes premissas:
Algum ministro não é honesto
Ora, todo ministro é poderoso.
Assinale a opção que apresenta a conclusão
que, juntamente com as premissas apresentadas, torna o argumento válido.
A) Logo, algum
ministro é honesto.
B) Logo, todo honesto
é poderoso
C) Logo,
algum poderoso não é honesto.
D) Logo, algum
honesto não é poderoso.
5. (IFB 2017) Assinale a alternativa
que apresenta o ente racional para o qual o conceito de vontade boa contém o de
dever, manifestando-se na forma do mandamento, do imperativo, conforme defende
Kant em sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”.
A) Sujeito cuja vontade é
necessariamente boa.
B) Sujeito que possui
exclusivamente bons talentos.
C) Sujeito que possui
tanto apetite racional quanto inclinações naturais.
D) Sujeito exclusivamente
mau.
E) Sujeito santificado.
GABARITO
1:B - 2:E - 3:D - 4:C - 5:C
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