1. (FCM
2016) Chantal Mouffe (2015), cientista política belga, uma
das representantes do pós-marxismo, critica a definição antagonista entre
esquerda e direita. Para ela,
I-
A abordagem racionalista e individualista do liberalismo contribui para o
reconhecimento da natureza das identidades coletivas e é capaz de compreender a
natureza pluralista e os conflitos acarretados pela pluralidade do mundo
social.
II-
A negação do antagonismo revela absoluta falta de compreensão da dinâmica de
constituição de identidades políticas e do que está em jogo na política
democrática, contribuindo para exacerbar o potencial de antagonismos na
sociedade.
III-
É necessária uma abordagem alternativa da política democrática, na qual a
questão crucial é demonstrar como transformar o antagonismo numa forma de
oposição que seja compatível com a democracia pluralista.
IV-
Existe distinção entre “político” e “política”, sendo que o “político” pode ser
definido como a dimensão de antagonismo que constitui as sociedades humanas e
“política” como o conjunto de práticas e instituições por meio das quais uma
ordem é criada, organizando a coexistência humana no contexto conflituoso
produzido pelo político.
V- A
política democrática deve ter ascendência real sobre os desejos e fantasias das
pessoas e oferecer formas de identificação que contribuam para as práticas
democráticas.
Estão
corretas apenas as afirmativas
A) I e III.
B) II e III.
C) II e IV.
D) I, II, III e IV.
E)
II, III, IV e V.
2.
(PUC PR 2019)
Chantal Mouffe, ao analisar o conceito de político e as estruturas da política
moderna, afirma que: “o que se pode afirmar é que a distinção nós/eles, que é a
condição da possibilidade de formação de identidades políticas, sempre pode se
tornar um espaço de antagonismo. Uma vez que todas as formas de identidade
política envolvem uma distinção nós/eles, isso significa que nunca podemos
eliminar a possibilidade do surgimento de antagonismos”.
Com base
no texto A Política e o Político e nos seus conhecimentos sobre o tema,
assinale a resposta CORRETA.
A) O espaço do
antagonismo, que não pode ser evitado, já que constitui a condição de
possibilidade de formações de identidades políticas, pode, segundo Chantal
Mouffe, ser condicionado para um ponto em que essa oposição não avance para
manifestações extremadas da oposição política, devendo manter sempre viva a
relação democrática e pluralista.
B) Conforme afirma
Chantal Mouffe, é preciso concordar com Carl Schmitt e aceitar que não há
possibilidade de pluralismo nas relações políticas, isso porque a oposição
entre nós/eles sempre apontará para a predominância de uma posição política
sobre a outra.
C) Para a autora, a única
forma de resolver o antagonismo é com base no liberalismo, o qual permite
produzir uma homogeneidade que apagaria todas as diferenças e assim permitiria
a criação de uma democracia sem oposições.
D) Segundo afirma Chantal
Mouffe, a oposição entre amigo/inimigo deve ser considerada como fundamental
para a compreensão do conceito de político, de tal modo que a democracia deve
ser o espaço em que essa oposição é levada a seu extremo, permitindo assim que
o pluralismo possa se apresentar como um embate contínuo de posições políticas
irreconciliáveis.
E) Para Chantal Mouffe, a
democracia deve ir além do conceito de político entendido como um antagonismo
entre “nós” e “eles”, evitando com isso a formação de posições hegemônicas e,
nesse sentido, permitindo que exista efetivamente um governo que respeite as
posições políticas de todos os grupos e de todos os indivíduos.
GABARITO
1:E - 2:A
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