1. (Colégio Pedro II 2016) Até os doze anos a menina é tão robusta quanto os irmãos e manifesta
as mesmas capacidades intelectuais; não há terreno em que lhe seja proibido
rivalizar com eles. Se, bem antes da puberdade e, às vezes, mesmo desde a
primeira infância, ela já se apresenta como sexualmente especificada, não é
porque misteriosos instintos a destinem imediatamente à passividade, ao
coquetismo, à maternidade: é porque a intervenção de outrem na vida da criança
é quase original e desde seus primeiros anos sua vocação lhe é imperiosamente
insuflada.
(BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo (Vol. 2).
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 9-10.)
Os estudos de Simone
de Beauvoir (1908-1986) contribuíram incontestavelmente para os debates
acerca da situação da mulher e a luta para a igualdade de gênero.
A partir do trecho acima, assinale a opção
que melhor demonstra o problema apresentado pela filósofa.
A) Beauvoir
afirma a distinção entre os sexos e inaugura o pensamento de uma feminilidade
que faz parte da condição humana da mulher. A natureza feminina é que compõe
seu ser enquanto mulher.
B) Beauvoir
discute a consolidação da posição social da mulher, pois, biológica e
psiquicamente suas distinções se apresentam de forma clara para um tratamento
diferenciado em relação aos homens.
C) Não há,
para Beauvoir, qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos.
Esse é um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição
de oprimidas.
D) A ideia de
que “ninguém nasce mulher: torna-se mulher” representa o ápice da filosofia
feminista presente em O segundo sexo, afirmando que, por natureza, qualquer um
pode-se tornar mulher socialmente.
2. (UERJ 2020) APÓS 70 ANOS, SIMONE DE BEAUVOIR AINDA MOSTRA CAMINHO DA LIBERDADE
FEMININA
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. A
célebre frase que abre o segundo volume de O segundo sexo, de 1949, sintetiza
as teses apresentadas por Simone de Beauvoir nas mais de 900 páginas de um
estudo fascinante sobre a condição feminina. Beauvoir admite que as diferenças
biológicas desempenham algum papel na construção da inferioridade feminina, mas
defende que a importância social dada a essas diferenças é muito mais
determinante para a opressão. Ser mulher não é nascer com determinado sexo,
mas, principalmente, ser classificada de uma forma negativa pela sociedade. É
ser educada, desde o nascimento, a ser frágil, passiva, dependente, apagada,
delicada, discreta, submissa e invisível.
MIRIAN GOLDENBERG Adaptado de
www1.folha.uol.com.br, 10/03/2019.
As reflexões de Simone de Beauvoir na obra O
segundo sexo continuam presentes nos debates atuais referentes ao feminismo e
às condições de vida das mulheres, em diversas sociedades.
De acordo com o texto de Mirian Goldenberg, a
abordagem realizada por Simone de Beauvoir valoriza princípios do seguinte
tipo:
A)
étnico-raciais
B)
político-religiosos
C) histórico-culturais
D)
econômico-científicos
3. (ENEM/2015) Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico,
psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da
sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário
entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.
(BEAUVOIR,
S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980)
Na década de 1960, a proposição de Simone de
Beauvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca
o(a):
A) ação do Poder
Judiciário para criminalizar a violência sexual.
B) pressão do
Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho.
C) organização
de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero.
D) oposição de
grupos religiosos para impedir os casamentos homoafetivos.
E)
estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.
4. (IF PI 2012) A educação para a mulher, para ser guardiã, não será uma para preparar
os homens, e outra para as mulheres, sobretudo porque toma a seu cargo uma
natureza idêntica.
O fragmento acima foi extraído de uma obra
filosófica onde se percebe a reflexão sobre o lugar e o papel da mulher na
sociedade e sobre a educação que lhe é conveniente, deixando transparecer
suposta defesa do igualitarismo entre homens e mulheres ao apontar uma mesma
educação para ambos os sexos. Trata-se de fragmento da obra:
A) Contribuição
para a explicação do Imperialismo, de Rosa de Luxemburgo.
B) Segundo
sexo, de Simone de Beauvoir.
C) A República,
de Platão.
D) A condição
humana, de Hannah Arendt.
E) Microfísica
do poder, de Michael Foucalt.
GABARITO
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