Capoeira: de crime à patrimônio cultural
A
Capoeira, aos poucos, deixou de ser recriminada, fixando-se como expressão do
folclore nacional e como um importante instrumento da cultura brasileira.
No
governo provisório de Getúlio Vargas (1934-1937), visando conquistar a simpatia
do povo, foi liberada a expressão das manifestações populares, por meio de um
convite feito ao capoeirista Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba) para uma
apresentação no Palácio do Governo.
Nesta
época, esse ato teve um efeito valoroso, a Capoeira perdia as características
de luta marginal e vadiagem, e a popularização desta cultura se firmava com a
abertura da primeira academia de Capoeira do mundo. Sobre esse assunto, Falcão
comenta que: “Com a criação da Capoeira Regional, Mestre Bimba conquista
autoridades e profissionais liberais para conseguir e manter esta conquista, o
referido Mestre retira a Capoeira do terreiro e a coloca em recinto fechado,
nas academias, possibilitando a participação de camadas sociais superiores”. (FALCÃO, 1995, p. 175)
A partir
daí, a Capoeira vem se firmando como uma forma de expressão cultural popular
enraizada na história do Brasil, “... vinculada a fatos e episódios da história
do Brasil que, certamente, lhe concedem a peculiaridade de poder agregar, de
forma inter-relacionada, aspectos históricos, socioeconômicos e culturais que
se refletem e se reatualizam na sua própria prática, dando-lhes novos sentidos
e significados”. (FALCÃO, 2003,
p. 69).
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