O Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC) fechou 2020 com alta de 5,45%, o maior desde 2016, quando
subiu 6,58%. O resultado superou o percentual alcançado em 2019: 4,48%. Em
dezembro, o INPC avançou 1,46% frente a alta de 0,95% do mês anterior.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje (12) o indicador, essa
elevação foi a maior variação mensal desde janeiro de 2016 (1,51%) e a maior
variação para um mês de dezembro desde 2002 (2,70%). Em dezembro de 2019, a
taxa foi de 1,22%.
O INPC é calculado com base em
famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, tendo como referência a
pessoa assalariada e residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro,
São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, e dos municípios de Goiânia, Campo Grande,
Rio Branco, São Luís e Aracaju, além do Distrito Federal.
Peso dos alimentos
Em dezembro, os preços dos produtos
alimentícios avançaram 1,86%, enquanto em novembro registraram 2,65%. Movimento
diferente dos não alimentícios que apresentaram alta de 1,33%, após elevação de
0,42% em novembro.
O IBGE informou ainda que todas as
áreas pesquisadas apresentaram aumento no mês. O menor percentual foi o de
Aracaju (0,89%), influenciado pelas quedas de 2,22% nos preços de aparelhos
telefônicos e de 2,92% nos do pão francês. São Luiz foi a área onde houve o
maior índice, com alta de 2,09%, impactado, principalmente, pelo avanço de
10,82% no preço das carnes.
INPC acima do IPCA
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, destacou que tanto no acumulado do ano quanto na comparação mensal, o INPC ficou acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Isso é explicado, em grande medida,
pelo peso de alimentação e bebidas na cesta de produtos e serviços das
famílias, que é maior no INPC do que no IPCA. Habitação também tem peso maior,
especialmente por causa da energia elétrica”, afirmou.
O IPCA encerrou 2020 com alta de
4,52%, que, conforme o IBGE, é a maior desde 2016, quando ficou em 6,29%. Em
dezembro, o indicador, também divulgado nesta terça-feira no Rio de Janeiro,
junto com o acumulado do ano, acelerou para 1,35%, que é a variação mais
intensa desde fevereiro de 2003. Lá tinha sido de 1,57%. É também a maior para
um mês de dezembro desde 2002 (2,10%).
O INPC avalia o poder de compra dos
salários, por meio da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da
população assalariada com mais baixo rendimento.
A coleta é realizada em
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionárias de
serviços públicos e internet, durante os dias 1º e 30 do mês de referência.
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