Banco Mundial prevê salto de 4% no PIB global
em 2021
Em relatório semestral, entidade também
alertou para riscos negativos
A economia global deve crescer 4% em 2021
depois de encolher 4,3% em 2020, disse o Banco Mundial nesta terça-feira (5),
embora tenha alertado que o aumento das infecções por covid-19 e atrasos na
distribuição das vacinas podem limitar a recuperação para apenas 1,6% neste
ano.
A previsão semestral do Banco Mundial mostrou
que o colapso na atividade devido à pandemia do novo coronavírus foi
ligeiramente menos grave do que o previsto anteriormente, mas a recuperação
também estava mais moderada e ainda sujeita a consideráveis riscos negativos.
"A perspectiva de curto prazo permanece
altamente incerta", disse o Banco em um comunicado. "Um cenário
negativo em que as infecções continuem a aumentar e o lançamento de uma vacina
seja adiado pode limitar a expansão global a 1,6% em 2021."
Com o controle bem-sucedido da pandemia e um
processo de vacinação mais rápido, o crescimento global pode acelerar para
quase 5%, disse o banco em seu último relatório de Perspectivas Econômicas
Globais.
Mais de 85 milhões de pessoas foram
infectadas pelo novo coronavírus e quase 1,85 milhão morreram desde que os
primeiros casos foram identificados na China, em dezembro de 2019.
A pandemia deve ter efeitos adversos
duradouros na economia global, agravando uma desaceleração já projetada antes
do início do surto, e o mundo pode enfrentar uma "década de decepções com
o crescimento" a menos que reformas abrangentes sejam implementadas, disse
o Banco Mundial.
Contrações mais superficiais nas economias
avançadas e uma recuperação mais robusta na China ajudaram a evitar um colapso
maior na produção global geral, mas as interrupções foram mais agudas na
maioria dos outros mercados emergentes e economias em desenvolvimento, disse o
órgão.
O Produto Interno Bruto agregado de mercados
emergentes e economias em desenvolvimento -- incluindo a China -- deve saltar
5% em 2021, após uma contração de 2,6% em 2020.
A economia da China deve expandir 7,9% este
ano, depois de subir 2% em 2020, afirmou o Banco.
Excluindo a China, os mercados emergentes e
as economias em desenvolvimento devem apresentar alta de 3,4% em 2021, após
contração de 5% em 2020.
A renda per capita caiu em 90% dos mercados
emergentes e economias em desenvolvimento, levando milhões de volta à pobreza,
com a redução da confiança do investidor, o aumento do desemprego e a perda de
tempo de educação diminuindo as perspectivas de redução da pobreza no futuro,
disse o Banco.
A crise também desencadeou aumento nos níveis
de dívida entre os mercados emergentes e economias em desenvolvimento, com a
dívida do governo saltando 9 pontos percentuais do PIB, o maior ganho anual
desde o final dos anos 1980.
"A comunidade global precisa agir rápida e vigorosamente para garantir que a última onda de dívida não termine com crises de dívida", disse o relatório, acrescentando que as reduções nos níveis da dívida seriam a única maneira de alguns países voltarem à solvência.
O ressurgimento de infecções paralisou uma
recuperação nascente nas economias avançadas no terceiro trimestre, com a
produção econômica desses países agora devendo subir 3,3% em 2021, em vez de
3,9% como inicialmente previsto, disse o órgão.
O Banco Mundial projeta que o PIB dos EUA vai
expandir 3,5% em 2021, depois de contração estimada de 3,6% em 2020. A zona do
euro deve registrar crescimento da produção de 3,6% este ano, depois de queda
de 7,4% em 2020.
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