IBGE: safra de 2021 deve superar recorde de 2020
A safra nacional de grãos deve atingir mais um recorde, o terceiro
consecutivo, neste ano, com 260,5 milhões de toneladas, um crescimento de 2,5%
em relação a 2020. As informações estão no Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA), divulgado hoje (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, a estimativa final para a produção de cereais, leguminosas
e oleaginosas de 2020 totalizou 254,1 milhões de toneladas.
A soja continua em alta: as estimativas iniciais de 129,7 milhões de
toneladas indicam um aumento de produção de 6,8% (8,2 milhões de toneladas) em
relação ao que foi colhido no ano passado e de 1,5% em relação ao segundo
prognóstico, divulgado em dezembro.
Já para o milho é esperada uma queda de 1,5% (menos 1,5 milhão de
toneladas) em relação a 2020, embora tenha havido um aumento de 1,6% frente à
estimativa anterior.
“Em função dos preços mais compensadores da soja, em relação ao milho, os
produtores são estimulados a ampliar suas áreas de cultivo da oleaginosa, que
em 2021 deve representar mais de 57% da área total utilizada para o plantio de
grãos do país”, disse, em nota, o analista de Agropecuária do IBGE, Carlos
Barradas.
De acordo com o levantamento, a produção de algodão herbáceo, após três
anos de recordes, deve chegar a 6,1 milhões de toneladas, com redução de 0,6%
em relação ao segundo prognóstico e de 14% em relação ao que foi colhido em
2020.
“A safra de algodão herbáceo vinha crescendo para atender à demanda
internacional. Mas o algodão é usado principalmente para a confecção de roupas
e, com a pandemia da covid-19, essa demanda caiu, influenciando na decisão de
plantio da próxima safra”, afirmou Barradas.
Para o arroz, esta terceira estimativa de 11 milhões de toneladas aponta aumento de 0,8% na produção em relação ao prognóstico anterior, mas ainda há declínio, também de 0,8%, em relação a 2020.
“Nos últimos meses, os preços do arroz atingiram patamares elevados,
levando o governo a zerar as tarifas de importação para contê-los. O Rio Grande
do Sul é responsável por quase 70% da produção nacional, e suas lavouras são
irrigadas e associadas à alta tecnologia e manejo adequado, permitindo alcançar
altas produtividades”, disse o analista.
Safra de 2020
A safra de grãos de 2020 somou 254,1 milhões de toneladas e também foi
recorde. De acordo com a última estimativa do ano, ficou 5,2% (12,6 milhões de
toneladas) acima da colheita de 2019 (241,5 milhões de toneladas).
O arroz, o milho e a soja somaram 92,7% da estimativa da produção e 87,1%
da área colhida. Em relação a 2019, foi verificada alta de produção de 7,1%
para a soja, de 7,7% para o arroz, de 2,7% para o milho (2,3% na primeira safra
e 2,8% na segunda) e de 2,8% para o algodão herbáceo.
Entre as regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e
oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, com 121,7 milhões
de toneladas (47,9%); Sul, com 73 milhões de toneladas (28,8%); Sudeste, com
25,7 milhões de toneladas (10,1%); Nordeste, com 22,6 milhões de toneladas
(8,9%) e Norte, com 11 milhões de toneladas (4,3%).
Segundo o IBGE, estado do Mato Grosso lidera como maior produtor nacional
de grãos, com participação de 28,7%, seguido pelo Paraná (15,9%), Rio Grande do
Sul (10,3%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (8,7%) e Minas Gerais (6,2%),
que, somados, representaram 80,1% do total nacional.
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