Mundo
perdeu 255 milhões de empregos na pandemia
OIT
diz que perdas equivalem a 4,4% do PIB global
Um
relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que a pandemia
de covid-19 causou a perda de 8,8% das horas de trabalho em todo o mundo, o
equivalente a 255 milhões de empregos em tempo integral. O cálculo da OIT foi
feito em horas de trabalho perdidas, considerando as jornadas de trabalho
reduzidas e também aquelas pessoas que perderam o emprego. A comparação foi com
o último trimestre de 2019.
A OIT
estima que a renda caiu em US$7 trilhões em todo o mundo, o equivalente a 8,3%
da renda global do trabalho, ou 4,4 % do Produto Interno Bruto (PIB) global. As
mulheres foram mais afetadas que os homens na pandemia. Para elas, a perda de
emprego ficou em 5% e, para eles, em 3,9%.
Entre
os jovens, também houve forte impacto, ou por saírem do mercado de trabalho, ou
por adiarem sua entrada nele. A perda de emprego entre os jovens (15-24 anos)
foi de 8,7% e de 3,7 % na população adulta.
De
acordo com o relatório, 71% das perdas de emprego ocorreram por causa da
inatividade, e não pela falta de vagas. Ou seja, 81 milhões de pessoas deixaram
o mercado por não conseguirem trabalhar, seja por restrições impostas durante a
pandemia, seja por terem parado de procurar uma ocupação. No total, 114 milhões
de pessoas foram afetadas.
Setores
Os
setores mais afetados foram os de hospedagem e alimentação. Nas duas áreas,
houve redução de mais de 20% do emprego. Os setores do varejo e da indústria
aparecem em seguida.
Por
outro lado, houve aumento de emprego nos setores de informação e comunicação e
finanças e seguros nos segundo e terceiro trimestres de 2020.
Recuperação
As
últimas projeções da OIT mostram que “a maioria dos países experimentará uma
recuperação relativamente forte no segundo semestre do ano”, considerando o
início da vacinação em vários países. A entidade apresentou três cenários, um
pessimista, um otimista e um de referência.
No
cenário pessimista, de vacinação lenta, a jornada de trabalho diminuiria 4,6%,
enquanto no cenário otimista, a queda seria de 1,3 %. No cenário de referência
(que se baseia nas previsões do Fundo Monetário Internacional de outubro de
2020), projeta-se perda de 3% das horas de trabalho globalmente em 2021 (em
comparação com o quarto trimestre de 2019), o que equivale a 90 milhões de
empregos em tempo integral.
Tudo
dependerá de a pandemia estar sob controle e de haver uma renovada confiança
entre consumidores e empresas, alerta a Organização Internacional do Trabalho.
A OIT
faz recomendações para a recuperação do emprego, entre as quais destacam-se a
manutenção de “políticas macroeconômicas flexíveis” em 2021 e em anos
subsequentes, com incentivos fiscais e a adoção de medidas que estimulem a
renda e o investimento; e a adoção de medidas específicas de apoio aos setores
mais afetados e promoção do emprego nos setores em que os avanços são mais
rápidos.
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