OMS: 15 países no mundo ainda não registraram
casos de covid-19
Economias, no entanto, sofreram impactos
econômicos da pandemia
A maioria dos países tem lutado nos últimos
meses contra a pandemia da covid-19 e muitos enfrentam já uma terceira onda. No
entanto, em certas partes do mundo, o coronavírus ainda não chegou. A maior
parte destes países é constituída por ilhas remotas que se beneficiam da
fronteira única com o oceano. Apesar de estarem livres da doença, não foram
poupados dos impactos econômicos da pandemia.
O uso de máscara, o distanciamento físico, as
ordens de recolher são medidas familiares para grande parte das pessoas em todo
o mundo. Porém, em alguns países, ainda não foi necessário impor este tipo de
medidas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
são 15 os países que não registraram nenhum caso de covid-19 até agora.
A maioria dos países livres do vírus
SARS-CoV-2 são ilhas remotas, sendo o Pacífico a região que aglomera o maior
número destas nações insulares. Alguns deles são os países menos populosos do
mundo.
Tonga, Kiribati, Samoa, Micronésia, Tuvalu,
Naurau, Niue, Ilhas Cook e Palau estão entre os 15 países sem nenhum caso ou
morte por covid-19. Por serem remotos e raramente visitados, não chegaram lá
casos importados de infeção e, consequentemente, também não houve contágio
local.
Turismo
Esses países, no entanto, têm no turismo uma
grande parcela da receita econômica e, em um momento em que as fronteiras foram
fechadas, suas economias, por si só já frágeis, sofreram uma grande quebra e o
desemprego disparou.
Nas ilhas Cook, por exemplo, o turismo tem um
peso estimado em mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB). Por isso,
quando o país fechou as fronteiras a turistas em meados de março, o impacto na
economia foi sentido rapidamente e de forma acentuada.
“No momento em que fechamos as nossas
fronteiras, isso afetou os bolsos do nosso povo”, disse o primeiro-ministro
Mark Brown, citado por The Guardian.
Desde então, a economia tem sido sustentada
por um pacote de ajudas do governo local que mantém os trabalhadores em seus
empregos e uma fração da atividade comercial em funcionamento.
Do outro lado do Pacífico, manter as
fronteiras fechadas também foi a medida imposta para manter o vírus fora do
alcance. Tonga suspendeu quase todas as entradas e saídas do país e escapou do
vírus, assim como Kiribati, Niue, Nauru e Tuvalu.
Nos países que já são isolados por natureza,
ficar fora do radar da pandemia foi uma tarefa relativamente fácil. O
arquipélago de Toquelau (sob a administração da Nova Zelândia) e as Ilhas
Pitcairn (território britânico) são das únicas regiões no mundo sem pista de
pouso para aeronaves.
Em março, Tonga impediu navios de cruzeiro de
atracar em seu território e fechou o aeroporto local. O país chegou até a fazer
confinamento, embora não tivesse nenhum caso confirmado. “Acho que o governo
fez um bom trabalho ao manter a covid-19 longe de Tonga, mas teve um grande
impacto nos negócios comerciais, principalmente no setor do turismo e
alojamento. É muito, muito ruim”, lamentou Paula Taumoepeau, presidente do
setor do Comércio e Indústria de Tonga. “Nenhuma das empresas escapou”,
acrescentou Taumoepeau à U.S. News.
Nas ilhas Fiji, que registaram um total de 49
casos e duas mortes até ao momento, a economia sofreu uma queda de 20% em 2020
e milhares abandonaram o emprego no setor do turismo.
Para além das Fiji, outras nações do
Pacífico, com sistemas de saúde frágeis, não foram poupadas da pandemia.
Vanuatu e as Ilhas Marshall registaram os primeiros casos por parte de
turistas, apesar de contarem até ao momento com apenas um e quatro casos de
infeção, respectivamente.
Papua-Nova Guiné regista 799 casos e nove
mortes, enquanto a Polinésia Francesa foi particularmente afetada pela
covid-19, com mais de 17.088 casos e 121 óbitos registados.
Para além destes países do Pacífico, existem
outros que até ao momento não reportaram qualquer caso da doença. São eles a
Coreia do Norte, o Turquemenistão, Santa Helena e Samoa Americana.
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