Acre
continua a sofrer com cheias, dengue e covid-19
Estado está
em situação de emergência desde a última terça-feira
Publicado em
21/02/2021 - 17:03 Por Daniel Mello- Repórter da Agência Brasil - São Paulo
Em situação de
emergência desde a última terça-feira (16), o Acre ainda tem milhares de
pessoas desalojadas e desabrigadas devido as enchentes que atingem dez
municípios, incluindo a capital Rio Branco. O nível de água em alguns rios
começou a retroceder de volta para dentro das margens, mas a situação ainda é
crítica.
Além das
inundações, o estado sofre com um surto de dengue, alta de casos de covid-19 e
com conflitos com os imigrantes haitianos e de outras nacionalidades na
fronteira com o Peru. Na última quinta-feira (18), o município de Assis Brasil
decretou estado de calamidade pública devido à dificuldade de abrigar a grande
quantidade de imigrantes na cidade após o fechamento da fronteira peruana, por
conta da pandemia. Houve conflito entre imigrantes que tentaram forçar a
entrada no país vizinho e as Forças Armadas do Peru.
Cheias
Em Rio Branco,
o último balanço do governo estadual a partir das informações da defesa civil
do município contabilizava 2,7 mil famílias atingidas, sendo 75 desabrigadas e
129 desalojadas. O nível do Rio Acre recuou 20 centímetros nas últimas 24
horas. A previsão é que amanhã ele retroceda um pouco mais, mas ainda assim
fique em 15,19 metros, fora dos 14 metros, mínimo necessário para que as águas
voltem para dentro das margens.
Em outro
município do Acre, Sena Madureira, o número de famílias desabrigadas passa de
1,4 mil e outras 2,5 mil estão desalojadas. O Rio Iaco marcou ontem (20) mais
de 18 metros de nível, sendo que o limite máximo para que o rio fique dentro
das margens é de 15,2 metros.
Em Cruzeiro do
Sul, são 208 famílias desabrigadas e 3,9 mil desalojadas. O Rio Juruá
registrou, segundo o governo estadual, a maior cheia desde 2017, atingindo os
14,31 metros.
Em Tarauacá a
enchente atingiu 90% da cidade, afetando 7 mil famílias, deixando 77
desabrigadas e 38 desalojadas. O Rio Tarauacá, no entanto, baixou e voltou para
dentro da cota de transbordo nas últimas horas.
Governo
federal
Em vídeo
divulgado nas redes sociais, o governador do Acre, Gladson Cameli, pediu paciência à população e
disse que o governo estadual está trabalhando junto com o governo federal para
atender aos atingidos pelas cheias. “Eu peço que a população tenha paciência.
Eu sei que não aguentam mais esperar, estamos com várias situações críticas. O que
a gente precisa nesse momento é união”, enfatizou.
O presidente Jair Bolsonaro disse que pretende visitar o estado na próxima quarta-feira (24) em uma mensagem gravada ao lado do senador Marcio Bittar (MDB-AC) e divulgada nas redes pelo parlamentar. “Sabemos dos problemas, estamos agindo e na próxima quarta-feira, se Deus quiser, estaremos lá”, disse o presidente no vídeo.
Coronavírus
Somente ontem
(20) foram registrados 181 novos casos de covid-19 no Acre, totalizando 54,7
mil infecções desde o início da pandemia. De acordo com o governo estadual, 278
pessoas estão internadas devido a doença e 957 morreram.
A estimativa
do governo estadual é de que a dengue seja responsável por 80% dos atendimentos
nas unidades de pronto atendimento de Rio Branco, chegando a 8,6 mil casos
suspeitos.
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