EUA voltam
oficialmente ao Acordo de Paris sobre o clima
Governo
planeja cortes drásticos na emissão de gases de efeito estufa
Publicado em 19/02/2021 - 12:45 Por Valerie Volcovici -
Repórter da Reuters – Washington
Os Estados
Unidos (EUA) se reintegraram oficialmente ao Acordo de Paris sobre o clima nesta
sexta-feira (19), revigorando a luta global contra a mudança climática,
enquanto o governo do presidente Joe Biden planeja cortes drásticos nas
emissões de gases de efeito estufa para as próximas três décadas.
Cientistas e
diplomatas estrangeiros saudaram a volta dos EUA ao tratado, que se tornou
oficial 30 dias depois de seu presidente, Joe Biden, determinar a medida em seu
primeiro dia no cargo.
Desde que
quase 200 países assinaram o pacto de 2015 para evitar a mudança climática
catastrófica, os EUA foram o único a sair. O ex-presidente Donald Trump adotou
a ação, alegando que uma ação climática seria cara demais.
O enviado dos
EUA para o clima, John Kerry, participa hoje de eventos virtuais para marcar a
volta dos EUA, aparecendo com os embaixadores do Reino Unido e da Itália, o
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o
enviado de ambição climática da ONU, Michael Bloomberg.
Biden prometeu
traçar uma rota para zerar as emissões norte-americanas até 2050. Cientistas
disseram que essa meta está alinhada ao que é necessário, mas enfatizaram que
as emissões mundiais precisam cair pela metade até 2030 para evitar impactos
mais devastadores do aquecimento global.
Kerry e a
conselheira climática doméstica de Biden, Gina McCarthy, estão elaborando novos
regulamentos e incentivos com o objetivo de acelerar a produção de energia
limpa e a transição dos combustíveis fósseis.
Essas medidas
formarão a espinha dorsal da próxima meta de redução de emissões de Washington,
ou Contribuição Determinada Nacionalmente, anunciada antes de uma cúpula
climática global de líderes que Biden presidirá em 22 de abril. A próxima
conferência climática da ONU será em Glasgow, em novembro.
Biden também
já assinou mais de uma dúzia de decretos relacionados à mudança climática e
mobilizou todas as agências federais para que ajudem a moldar a reação do
governo.
Apesar do
entusiasmo com a volta dos EUA às negociações mundiais, especialistas dizem que
o caminho à frente não será fácil. As metas climáticas de Biden enfrentam
desafios políticos nos EUA, a oposição de empresas de combustíveis fósseis e
alguma preocupação de líderes estrangeiros com o vaivém norte-americano nas
diretrizes para o clima.
Fonte: Agência
Brasil
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