IBGE:
inflação oficial desacelera para 0,25% em janeiro
Alimentos
e bebidas puxam os preços para cima, mas com menos força
Publicado em 09/02/2021 - 09:44 Por Ana Cristina Campos –
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do
país, registrou 0,25% em janeiro, 1,10 ponto percentual abaixo da taxa de
dezembro de 2020 (1,35%). A informação foi divulgada hoje (9), no Rio de
Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos últimos
12 meses, o indicador acumula alta de 4,56%, acima dos 4,52% observados nos 12
meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2020, a variação havia sido de
0,21%.
Segundo o
IBGE, alimentos e bebidas continuam puxando os preços para cima, mas com menos
força. Já a mudança de bandeira nas contas de energia elétrica e as quedas nos
preços de passagens aéreas ajudaram a segurar a inflação em janeiro.
“Houve uma
queda de 5,60% no item energia elétrica, que foi, individualmente, o maior
impacto negativo no índice do mês (-0,26 ponto percentual) Após a vigência da
bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro
a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 a cada 100
quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$
1,343. O que resultou em uma deflação (-1,07%) no grupo Habitação, do qual esse
item faz parte, mesmo com a alta em outros componentes, como o gás encanado
(0,22%) e a taxa de água e esgoto (0,19%)”, disse, em nota, o gerente da
pesquisa, Pedro Kislanov.
Vestuário
tem deflação
De acordo
com o estudo, outro grupo que registrou deflação em janeiro foi o de vestuário
(-0,07%), após alta de 0,59% em dezembro, quando as vendas do setor se
aqueceram para as festas de fim de ano.
Entretanto,
os demais sete grupos que compõem o índice contabilizaram elevação de preços,
com destaque para alimentação e bebidas (1,02%), grupo que apresentou a maior
variação e o maior impacto positivo (0,22 ponto percentual) no índice do mês.
Mas a alta foi menos intensa que a de dezembro (1,74%).
“Os
alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior,
variaram 1,06% em janeiro. As frutas subiram menos (2,67% contra 6,73% em
dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,08% contra alta anterior de 3,58%),
assim como o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%). Por outro
lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%), que haviam recuado no
mês anterior, aumentaram”, explicou Kislanov.
Já a alimentação fora do domicílio teve movimento inverso, passando de 0,77% em dezembro para 0,91% em janeiro, especialmente por conta da alta do lanche (1,83%).
Segundo o
IBGE, o custo dos transportes (0,41%), grupo com o segundo maior peso no IPCA,
também desacelerou frente ao mês anterior (1,36%), principalmente por causa da
queda no preço das passagens aéreas (-19,93%), cujos preços haviam subido
28,05% em dezembro.
Já os
combustíveis (2,13%) apresentaram variação maior que a do mês passado (1,56%),
com destaque para a gasolina (2,17%) e o óleo diesel (2,60%).
“Vale
destacar que os planos de saúde (0,66%), que estavam com reajuste suspenso em
2020, terão agora em 2021 aumentos retroativos, o que impacta na saúde e
cuidados pessoais (0,32%). Em janeiro, foi incorporada a primeira parcela da
fração mensal do reajuste anual suspenso em 2020”, afirmou o instituto.
INPC
O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou, tendo alta de 0,27%
em janeiro, enquanto em dezembro havia registrado 1,46%. Em 12 meses, o índice
acumula alta de 5,53%. Em janeiro de 2020, a taxa ficou em 0,19%.
O cálculo do
INPC se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários
mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do
país, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de
Brasília. Já o IPCA abrange famílias que ganham de um a 40 salários mínimos,
independentemente da fonte.
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