Sonda
chinesa Tianwen-1 entra na órbita de Marte dentro de cinco dias
Pouso na
planície Utopia está previsto para maio
Publicado em
05/02/2021 - 10:05 Por RTP – Pequim
A sonda
chinesa que está a caminho de Marte vai iniciar na próxima semana manobras de
desaceleração, para ser captada pela gravidade do Planeta Vermelho, informou
nesta sexta-feira (5) a CNSA - Administração Nacional do Espaço da China.
Em comunicado,
a CNSA disse que a sonda está estável e deve desacelerar por volta de 10 de
fevereiro, entrar em órbita e pousar na planície Utopia, no Hemisfério Norte de
Marte, em maio.
"O local
fica na encruzilhada de vários oceanos antigos", explicou. "Os
cientistas acreditam que o local tem grande valor científico e é provável que
alcance resultados inesperados", descreveu.
A Tianwen-1
está no espaço há quase 24 semanas e estava a cerca de 81 milhões de milhas
(130 milhões de quilômetros) da Terra e a 5,15 milhões de milhas (8,3 milhões
de quilômetros) de Marte no dia 3 de janeiro, horário de Pequim, de acordo com
a agência espacial chinesa.
A distância
entre a Terra e Marte depende das órbitas de ambos os planetas e pode variar
entre 55 milhões e 400 milhões de quilômetros.
O diretor da
Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, Bao Weimin, disse que
a desaceleração vai ser crucial para o sucesso da missão porque, se falhar,
será uma "nave perdida" no sistema solar.
"Durante
a operação, os sistemas de orientação, navegação e controle desempenharão os
papéis principais, pois serão responsáveis por calcular e ajustar cada manobra",
afirmou Bao.
A nave já
realizou três correções de meio curso e uma manobra orbital no espaço profundo,
de acordo com o jornal oficial Diário do Povo.
A grande
distância entre a Terra e Tianwen-1 significa um atraso de comunicação, à
velocidade da luz, de cerca de dez minutos. Isso porque é impossível o controle
da sonda em tempo real. O equipamento recolher as informações e ordens de
execução enviadas da Terra, e realizar as manobras após o computador de bordo
reconhecer os comandos.
Após entrar em
órbita, a Tianwen-1 deverá preparar a tentativa de pouso do rover da missão. O
orbitador começará a localizar o principal local de pouso pré-estabelecido,
dentro da enorme bacia de impacto Utopia Planitia, ao sul do local de pouso
Viking 2 da Nasa, a agência espacial norte-americana.
Esta manobra
não será realizada logo após a chegada. De acordo com a CNSA, a aterrissagem só
ocorrerá em maio.
Se tudo correr
como o previsto, o rover Tianwen-1, de cerca de 240 quilos, alimentado a
energia solar, investigará as características da superfície e a distribuição
potencial de água-gelo com seu instrumento Radar de Exploração de
Subsuperfície.
O rover chinês
também analisará a composição do material da superfície e as características do
clima marciano e do ambiente.
A agência
espacial do país asiático tem pelo menos mais três missões desse tipo
programadas: a exploração de asteroides, por volta de 2024; outra missão a
Marte para recolher amostras, em 2030; e uma missão de exploração, no mesmo
ano, a Júpiter.
Nos últimos
anos, Pequim investiu intensamente em seu programa espacial e, em janeiro de
2019, a sonda lunar Chang`e 4 pousou no lado oculto da Lua, não visível da
Terra, um marco nunca alcançado na história da exploração espacial.
A missão
Tianwen-1 vai juntar-se ao rover Perseverance Mars 2020, da Nasa, e ao orbital
Hope Mars, dos Emirados Árabes Unidos.
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