Após atraso
inicial, nanossatélite brasileiro é lançado com sucesso
NanoSatC-Br2
será o último de 38 satélites a ser liberado em órbita
Após ter o
lançamento adiado por 24 horas em decorrência de uma falha técnica, o
nanossatélite brasileiro NanoSatC-Br2 foi lançado com sucesso nesta
segunda-feira (22), às 3h07, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no
Cazaquistão. A desacoplagem do foguete Soyuz-2.1A - que leva no total 38
satélites, sendo o maior da Coreia do Sul - deve acontecer por volta de 7h
(horário de Brasília).
Atraso por
falha
Segundo
informou a agência espacial russa Roscosmos - responsável pela missão -, uma
avaria no foguete Soyuz que transportava 38 satélites, entre eles o brasileiro,
foi identificada pelo corpo técnico do cosmódromo momentos antes do lançamento,
na madrugada de sábado (20).
"Esses
atrasos são muito comuns. Anomalias climáticas ou outros eventos que podem
influenciar no lançamento estão sempre sendo monitorados. É uma pena, mas o
processo todo requer muita segurança", afirmou Michele Melo, assessora de
Inteligência da Agência Espacial Brasileira (AEB), durante o programa especial
da TV Brasil sobre o lançamento adiado.
Na ocasião, o
ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, frisou a importância
das medidas e checagens de segurança durante as missões. "Segurança em
primeiro lugar, sempre!", afirmou o ministro.
Sobre o
NanoSatC-Br2
De dimensões
modestas, o NanoSatC-Br2 pesa apenas 1,72 quilograma. Com 22 centímetros (cm)
de comprimento, 10 cm de largura e 10 cm de profundidade, o satélite é menor
que uma caixa de sapato. A principal missão do equipamento é monitorar a
anomalia magnética do Atlântico Sul - fenômeno natural causado pelo
desalinhamento do centro magnético da Terra em relação ao centro geográfico,
característica que atrapalha a captação de imagens e transmissão de sinais
eletromagnéticos numa determinada faixa do céu -, mas ele também servirá de
ferramenta de pesquisa para estudantes de diversos campos: engenharia,
aeronomia, geofísica e áreas afins.
O projeto é um
esforço conjunto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul e da Agência
Espacial Brasileira (AEB). O NanoSatC-Br2 ficará situado a cerca de 500
quilômetros de altitude - na camada da atmosfera chamada Ionosfera - e fará uma
órbita polar héliossíncrona, ou seja, o NanoSatC-Br2 cruzará a circunferência
entre Polo Norte e Polo Sul, mas sempre no mesmo ponto em relação ao Sol, em
ciclos constantes.
O custo
estimado do NanoSatC-Br2 - entre desenvolvimento, lançamento e operação - é de
cerca de R$ 1 milhão, de acordo com Michele Melo, assessora de Inteligência da
Agência Espacial Brasileira (AEB).
O
nanossatélite permitirá a capacitação de profissionais em diversos campos
relacionados à ciência e tecnologia. "Os alunos vão ajudar na operação do
nanossatélite. O contato principal é depois de o equipamento lançado. Eles vão
obter os dados científicos que estão chegando à Terra. O fato de os alunos
terem esse contato na graduação é fantástico porque eles conhecem como
funcionam o mercado de satélite e todo o processo que envolve a fabricação e
aquisição de equipamentos, lançamento e operação dele no espaço," afirmou
o professor Eduardo Escobar Bürger, da UFSM.
Missão
conjunta
O lançamento
do NanoSatC-Br2 é fruto da parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovações, a AEB e a Roscosmos - a agência espacial russa. O satélite
brasileiro é um dos 38 dispositivos que estão carregados no foguete Soyuz-2.1A
que parte hoje do Cazaquistão. A missão envolve Brasil, Rússia e outros 16
países - a maior parceria aeroespacial internacional para lançamentos de
satélite registrada até hoje.
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