Covid-19:
pandemia agrava violência contra mais vulneráveis no Brasil
Dados foram
divulgados em balanço humanitário da Cruz Vermelha
Publicado em
09/03/2021 - 19:15 Por Leandro Martins - Repórter da Radioagência Nacional -
Brasília
A pandemia de
covid-19 representou um problema adicional para as populações mais vulneráveis
no Brasil, como comunidades impactadas pela violência armada, migrantes,
famílias de desaparecidos e privados de liberdade.
Segundo dados
da Universidade de São Paulo (USP), o país registrou alta de 5% nos
assassinatos em 2020, na comparação com 2019, após dois anos seguidos de queda.
Os casos de policiais que morreram em serviço ou fora dele apresentaram alta
nos primeiros seis meses do ano passado. Foram 103 policiais mortos, contra 83
em 2019 – um aumento de 24%. Também no primeiro semestre de 2020 foram
registradas mortes de 3.150 pessoas por policiais no Brasil. O número é 7% mais
alto que o registrado no mesmo período de 2019.
O desafio de como
enfrentar a violência no contexto de pandemia foi identificado pelo Comitê
Internacional da Cruz Vermelha no Brasil e países do Cone Sul em seu Balanço
Humanitário 2020, lançado nesta terça-feira (9) às vésperas de a declaração da
pandemia de covid-19 completar um ano. A chefe da delegação da Cruz Vermelha
Internacional no Brasil, Simone Casabianca, destaca que a pandemia afeta de
forma mais grave as populações vulneráveis.
Outra
preocupação apontada pela Cruz Vermelha Internacional durante a pandemia foi
com a vulnerabilidade de pessoas presas. Os dados da instituição apontam que a
covid-19 foi confirmada em 24.750 pessoas detidas no Brasil. Foram 110 os
detentos que morreram pela doença em 2020. Entre os agentes penitenciários, a
doença atingiu mais de 9,3 mil pessoas e matou 82.
Uma das
iniciativas da Cruz Vermelha nesse período foi chamada de Acesso Mais Seguro
(AMS). A Cruz Vermelha no Brasil disponibilizou para o trabalho de seus agentes
e também de comunidades vulneráveis quase 5 mil litros de álcool gel e 218 mil
equipamentos de proteção individual (EPIs), incluindo 43 mil máscaras triplas.
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