Desemprego
registrou taxa média de 13,5% em 2020
Pandemia
provocou a alta do desemprego no mercado de trabalho
Publicado em
10/03/2021 - 11:05 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil -
Rio de Janeiro
A taxa média
de desemprego no país atingiu 13,5% em 2020, enquanto em 2019 foi de 11,9%. Os
efeitos da pandemia da covid-19 sobre o mercado de trabalho provocaram alta
recorde de desemprego em 20 estados. Ficaram de fora da lista Pará, Amapá,
Tocantins, Piauí, Pernambuco, Espírito Santo e Santa Catarina.
As taxas mais
elevadas de desemprego foram registradas no Nordeste e as menores no Sul do
país. A Bahia, com 19,8%, teve a maior taxa de desocupação em 2020, seguida de
Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%). Já Santa Catarina
(6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%) tiveram as mais baixas.
Os dados fazem
parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua),
divulgada hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), que aponta que o percentual de 2020 é o maior da série histórica
iniciada em 2012.
Ocupação
Segundo o
IBGE, no intervalo de um ano, a população ocupada no país teve menos 7,3
milhões de pessoas, o que resultou no menor número da série histórica de médias
anuais, de 86,1 milhões. Conforme a pesquisa, pela primeira vez, menos da
metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o
nível de ocupação ficou em 49,4%.
O nível de
ocupação ficou abaixo de 50% no ano passado em 15 estados, sendo todos no
Nordeste. Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam
ocupadas. No Sudeste, no Rio de Janeiro apenas 45,4% tinham um trabalho. O
estado com maior nível de ocupação no ano passado foi Mato Grosso, com uma taxa
de 58,7%.
A Pnad
Contínua mostrou também que a queda da ocupação foi espalhada entre todos os
trabalhadores.
Informalidade
A taxa média
de informalidade também sofreu impacto com a pandemia e caiu de 41,1% em 2019
para 38,7% em 2020, chegando a 39,9 milhões de pessoas. Os informais são os
trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador
sem CNPJ, que trabalha por conta própria sem CNPJ e o trabalhador familiar
auxiliar.
A taxa média
nacional de informalidade foi superada em 19 estados. Entre eles, Goiás atingiu
39,1% e o Pará 59,6%. Em sete estados, a taxa foi acima de 50%. Já São Paulo
(29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) foram os que tiveram
taxas de informalidade abaixo de 30%.
A analista da pesquisa Adriana Beringuy, destacou que os informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia. Para ela, a queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. “Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explicou.
Quarto
trimestre
No último
trimestre de 2020, a taxa de desocupação recuou para 13,9%, depois de atingir
14,6% no terceiro trimestre, o maior patamar já registrado na comparação
trimestral.
Conforme a
Pnad Contínua, a queda foi registrada em apenas em cinco estados. Os demais
ficaram estáveis. Bahia e Alagoas, ambos com 20%, tiveram as maiores taxas. Na
sequência ficou o Rio de Janeiro, com 19,4%. As menores taxas foram notadas em
Santa Catarina (5,3%), no Rio Grande do Sul (8,4%) e em Mato Grosso do Sul
(9,3%).
“Quando olhamos
para os dados regionalmente, vemos que a redução na taxa de desocupação não foi
disseminada pela maioria das unidades da federação. Ela ficou concentrada em
apenas cinco [estados], mostrando que em vários estados ainda não se observou
uma queda da desocupação”, observou Adriana Beringuy.
Ainda no
último trimestre, as mulheres (16,4%) foram mais impactadas pelo desemprego,
enquanto para os homens a taxa foi menor (11,9%). Entre as pessoas pretas
(17,2%) e pardas (15,8%), as taxas ficaram acima da média nacional (13,9%). Ao
contrário do percentual de brancos (11,5%) que ficou abaixo da média.
Segundo o
IBGE, entre os grupos etários, os jovens foram os mais atingidos pelo
desemprego no quarto trimestre. Nas pessoas de 14 a 17 anos de idade chegou a
42,7%, de 18 a 24 anos de idade atingiu 29,8% e de 25 a 39 anos de idade
(13,9%).
A taxa de
desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (23,7%) foi superior ao
percentual dos demais níveis de instrução. No grupo com nível superior
incompleto, a taxa foi estimada em 16,9%, mais que o dobro da verificada entre
aqueles com nível superior completo, 6,9%.
Subutilização
A Bahia
(33,3%), Piauí (33,3%) e Sergipe (32,2%) foram os estados que registraram as
maiores taxas compostas de subutilização da força de trabalho, que é o
percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas
trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho
ampliada.
De acordo com
a pesquisa, 13 unidades da federação ficaram abaixo da média nacional, de
20,7%. A menor foi em Santa Catarina (7,5%), seguida do Rio Grande do Sul, Mato
Grosso do Sul e Mato Grosso, os três com 14,1%.
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