Myanmar: pelo menos 3 manifestantes são mortos por forças
de segurança
Protestos continuam após o golpe militar de 1º de
fevereiro
Publicado em 03/03/2021 - 10:02 Por RTP – Myanmar
Pelo menos três manifestantes, incluindo um menor, foram
mortos hoje (3), e vários ficaram feridos por tiros das forças de segurança na
região de Mandalay, em novo dia de protestos em Myanmar contra a junta militar.
Um adolescente morreu após ter sido baleado na cabeça na
cidade de MyanGyan, enquanto mais dois manifestantes, um homem e uma mulher,
morreram de ferimentos a bala em Mandalay, confirmaram membros das equipes de
emergência à agência noticiosa espanhola Efe. A agência France-Presse (AFP)
citava seis mortos, incluindo um socorrista e um médico.
As manifestações de rejeição ao golpe militar de 1º de
fevereiro continuam hoje em todo o país, apesar da brutal repressão policial,
que só no domingo (28) fez 20 mortos, a maioria alvejada pela polícia.
As autoridades reprimiram novamente hoje os protestos em
Rangum, a antiga capital e a cidade mais populosa, com gás lacrimogêneo, balas
de borracha e granadas atordoantes.
Os manifestantes exigem que o Exército, que governou o
país com punho de ferro ininterruptamente de 1962 a 2011, restaure a
democracia, reconheça os resultados das eleições de novembro e liberte todos
aqueles que foram detidos.
Desde a revolta militar, pelo menos 1.294 pessoas foram
detidas, incluindo a líder deposta do governo, Aung San Suu Kyi, de acordo com
os últimos números da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos
(AAPP) em Myanmar, acrescentando que já foram libertadas 306 pessoas.
Seis jornalistas de Myanmar (ex-Birmânia), incluindo um
repórter fotográfico da agência noticiosa norte-americana Associated Press
(AP), foram acusados de violar uma lei de ordem pública recentemente alterada
pela junta militar, disse o advogado de um dos acusados.
Os jornalistas são particularmente visados: 34 foram
presos desde 1º de fevereiro, 19 dos quais ainda se encontram detidos, de
acordo com uma organização não governamental que presta assistência aos presos políticos.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Indonésia,
Malásia, das Filipinas e de Singapura condenaram, nessa terça-feira, o uso da
força letal pelas autoridades birmanesas para reprimir o movimento de oposição
pacífica.
Os chanceleres, reunidos por videoconferência durante
sessão informal da Associação das Nações do Sudeste Asiático, da qual
participou a ministra dos Negócios Estrangeiros nomeada pela junta militar de
Myanmar, Wunna Maung Lwin, pediram ao Exército que busque uma solução para a crise
política por meio do diálogo.
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