Nova espécie
de dinossauro é descoberta na Argentina
Fóssil teria
cerca de 80 milhões de anos
Publicado em
31/03/2021 - 09:15 Por RTP - Buenos Aires
Uma nova
espécie de dinossauro, com cerca de 80 milhões de anos, batizada de Llukalkan
aliocranianu, foi descoberta na Argentina, de acordo com pesquisa divulgada na
publicação científica Journal of Vertebrate Paleontology.
O fóssil é de
uma das dez espécies de abelissauro que proliferavam nos continentes do sul, no
tempo em que os tiranossauros prosperavam no Hemisfério Norte, e estaria
"entre os principais predadores" da Patagônia durante o período do
Cretáceo Superior, dizem os pesquisadores.
A tese
baseia-se no tamanho do dinossauro, que podia chegar aos cinco metros de
comprimento, e na sua mandíbula poderosa, dentes afiados e nas enormes garras
nos pés. Os pesquisadores consideram que ele poderia também ter olfato muito
apurado.
O crânio do
Llukalkan, que significa "aquele que mete medo", era curto e com
ossos ásperos, por isso sua cabeça devia exibir protuberâncias e proeminências
como alguns répteis atuais.
A composição
do crânio sugere, diz o artigo publicado sobre a descoberta, que a espécie era
dotada de uma audição melhor do que a maioria dos outros abelissauros, bastante
semelhante à dos atuais crocodilos.
O Llukalkan
aliocranianus, cujo nome provém da língua mapuche nativa - "aquele que
mete medo" (Llukalkan) - e do latim - "crânio diferente"
(aliocranianus) - teria vivido na mesma área e período de tempo que outro
abelissauro (lagarto de dorso rígido), o "Viavenator exxoni", apenas
alguns milhões de anos antes do fim da era dos dinossauros.
Restos fósseis
das duas espécies foram encontrados a apenas 700 metros da formação geológica
de Bajo de la Carpa, perto do famoso depósito de fósseis de La Invernada, na
Argentina.
Importância
da descoberta
"Esta é
uma descoberta particularmente importante porque sugere que a diversidade e
abundância de abelissauros era notável, não apenas na Patagônia mas também em
áreas mais locais durante o período de prosperidade dos dinossauros",
disse o paleontólogo da Universidade Nacional de San Juan e autor principal do
estudo, Federico Gianechini.
Os
abelissauros eram uma família dominante de dinossauros terópodes (bípedes e com
pés com três dedos), com comprimento médio entre cinco e nove metros, que
proliferaram sobretudo na Patagônia e em outras áreas do supercontinente do sul
Gondwana, que incorporava África, Índia, Antártida, Austrália e América do Sul.
Por meio da
análise dos fósseis encontrados, os especialistas concluíram que a nova espécie
se locomovia verticalmente sobre os seus membros posteriores, e as suas enormes
garras seriam usadas para esquartejar as presas. Tinha uma dentada poderosa e
dentes muito afiados com os quais aprisionava as suas capturas, movendo-se
rapidamente graças às suas poderosas pernas traseiras.
Independentemente
de como possa ter vivido, os vestígios fósseis encontrados sugerem que os
abelissauros estavam em expansão pouco antes da extinção dos dinossauros.
Apesar da
importância da descoberta, a mesma significa que ainda há muito mais para descobrir,
de acordo com os pesquisadores.
"Sugere
que provavelmente existem mais abelissauros que ainda não encontramos, por isso
continuamos à procura de outras espécies", disse Federico Gianechini.
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