Rio e
Niterói decretam medidas rígidas de isolamento social
Comércio
não essencial será fechado
Publicado em
22/03/2021 - 19:56 Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
Atualizado em
22/03/2021 - 21:09
Os prefeitos
do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Niterói, Axel Grael, decidiram decretar
medidas rígidas de isolamento social, com o fechamento do comércio não
essencial. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (22), durante entrevista
coletiva conjunta, em Niterói. As medidas vão vigorar de 26 de março até 4 de
abril, quando serão revistas, podendo ser suspensas ou mantidas.
Haverá
atendimento presencial apenas de serviços essenciais, teletrabalho para
funcionários públicos. Permanecerão fechadas creches, escolas, universidades,
cursos de idiomas e autoescolas. Será proibida a permanência em vias públicas
entre as 23h e as 5h. Ficam fechados para atendimento presencial museus,
bibliotecas, bares, lanchonetes, restaurantes e quiosques.
As
lanchonetes, restaurantes e bares poderão funcionar com entregas a domicilio,
drive-thru e retiradas. Poderão funcionar comércio de alimentos, bebidas,
supermercados, açougues, padarias, assim como bancos, lotéricas, comércio
atacadista, feiras livres, postos de combustíveis e revenda de gás, mecânicas,
lojas de autopeças, hotelaria, transporte de passageiros, indústrias, call
centers e funerárias, entre outros segmentos essenciais. As praias permanecem
fechadas para banho ou permanência na areia, sendo tolerado apenas a prática de
exercícios individuais.
O prefeito de
Niterói explicou que o objetivo foi tomar medidas integradas com o Rio, cidade
que recebe diariamente um grande contingente de trabalhadores niteroienses.
“Procurei o prefeito Eduardo Paes porque Niterói já ia tomar medidas de
restrições e achei importante que fizéssemos isso de uma forma integrada.
Nossas cidades não são ilhas, sofrem da falta de ação das cidades vizinhas, que
geram sobrecarga na nossa rede hospitalar. Estamos vivendo o momento mais
crítico da trajetória da pandemia, nos preocupa demais. As coisas estão
acontecendo muito rápido”, disse Grael.
O prefeito do
Rio, Eduardo Paes, destacou que as medidas não são agradáveis, principalmente
do ponto de vista econômico, mas extremamente necessárias para garantir a vida.
Ele negou que tenha se atrasado no decreto das medidas.
“Nenhum de nós
toma as decisões hoje felizes, mas por necessidade. Entendemos os aspectos
econômicos, mas ouvimos a ciência. Ninguém aqui é alarmista, deixa de se
preocupar com problemas sociais, mas entendemos que o fundamental é a
preservação de vidas. A gente fez de tudo para não tomar essas medidas, mas
elas são necessárias. É preciso que as pessoas entendam que este processo é
inevitável. Nós estamos tomando as medidas no tempo certo”, disse Paes.
Os decretos
serão publicados nos respectivos Diários Oficiais dos municípios de Niterói e
do Rio, com o detalhamento das medidas.
Repercussão
Em nota a
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) se manifestou favorável às
decisões dos governos do Rio de Janeiro e de Niterói. “Neste contexto
encontram-se o novo auxílio emergencial à população mais vulnerável, a
continuidade das ações de apoio creditício às empresas de pequeno porte, bem
como as restrições temporárias relacionadas a ambientes de aglomeração de
lazer”.
O Sindicato
dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (Hotéis Rio) também
apoia as medidas restritivas, mas pede uma contrapartida. “Esperamos ter alguma
contrapartida dos governos federal, estadual e municipal quanto à não cobrança
de impostos ou uma postergação, já que dez dias em 30 dias é um terço de nossa
receita”, mostra a nota assinada pelo presidente da instituição, Alfredo Lopes.
Para a
Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio), “a
implementação de uma medida extrema como o lockdown de forma isolada não se
afigura como suficiente para conter a contaminação da doença”. A entidade cobra
a abertura de novos leitos e mais vacinas.
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