Argentina
amplia toque de recolher obrigatório
Foram
suspensas várias atividades, incluindo aulas presenciais
Publicado em
15/04/2021 - 07:30 Por RTP - Buenos Aires
O presidente
argentino, Alberto Fernández, ampliou o horário do toque de recolher, anunciado
uma semana antes, e suspendeu uma série de atividades, incluindo as aulas
presenciais, até 30 de abril, para evitar a saturação de doentes com covid-19
nos hospitais.
"O que
tentamos na semana passada foi pouco. Todo o esforço que fizemos até aqui
parece insuficiente à luz de como aumentam os contágios na Argentina. Por isso,
decidi que entre as 20h e as 6h ninguém poderá circular pelas ruas", disse
Fernández, em rede nacional de rádio e TV.
Há uma semana,
Fernández tinha anunciado um toque de recolher entre a meia-noite e as seis da
manhã. Além disso, tinha determinado que bares e restaurantes só funcionassem
até as 23h, horário que também diminuiu em quatro horas.
"Todas as
atividades comerciais só poderão ocorrer entre as 9h e as 19h. As atividades
gastronômicas ficarão fechadas em horário noturno. Também suspendi todas as
atividades recreativas, sociais, culturais, desportivas e religiosas em lugares
fechados", disse o presidente, incluindo na lista aquilo que o governo
prometera que seria a última atividade a ser fechada: as escolas.
"Todas
essas medidas incluem a suspensão de aulas, durante duas semanas, a partir de
segunda-feira [19]. Alunos e professores não irão à escola. A educação será
virtual, a distância. As demais medidas começaram a valer a partir da zero hora
de sexta-feira e vão até o dia 30 de abril", afirmou, acrescentando que as
medidas visam a atingir dois objetivos: "não interromper a campanha de
vacinação e evitar que o sistema de saúde fique saturado".
Várias
clínicas do sistema de saúde privado, onde 70% dos argentinos são atendidos,
estão próximas da saturação, especialmente na área metropolitana de Buenos
Aires. No sistema de saúde público, a ocupação de leitos de cuidados intensivos
está em 70%.
"Há um
mês, tínhamos 45.498 casos de contágios. Na semana passada, 122.468 casos.
Nesta semana, o número será maior. Isso significa que multiplicamos por mais de
duas a quantidade de contágios em apenas um mês".
As medidas são
destinadas à área metropolitana de Buenos Aires que abrange a capital
argentina, onde vivem 3 milhões de habitantes, além de mais dez distritos com
13 milhões de pessoas.
Protestos
Logo após o
anúncio das medidas, milhares de pessoas começaram um forte panelaço de
protesto na maioria dos bairros de Buenos Aires. Primeiro pelas janelas,
depois, pelas ruas. Em frente à residência presidencial, milhares de pessoas
protestaram.
No ano
passado, a Argentina manteve a mais prolongada quarentena do mundo, com 233
dias de isolamento, que provocou milhares de falências e uma queda de 10% no
Produto Interno Bruto (PIB).
Em apenas um
ano, a pandemia já deixou na Argentina quase o dobro de mortos: 58.542. Só nas
últimas 24 horas foram registrados 368 óbitos.
Com 45 milhões
de habitantes, o número de casos chega a 2,604 milhões, com 25.157 novos casos
nas últimas 24 horas.
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