Argentina:
tensão política cresce com ações mais duras contra covid-19
Prefeito de
Buenos Aires diz que irá à Justiça contra medidas federais
Publicado em
15/04/2021 - 19:17 Por Eliana Raszewski - Repórter da Reuters - Buenos Aires
As autoridades
da capital argentina, Buenos Aires, disseram nesta quinta-feira (15) que vão
recorrer à Justiça contra as medidas de restrição mais rígidas contra a covid-19
e o fechamento de escolas dentro e nos arredores da cidade determinados pelo
governo federal.
O prefeito de
Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, criticou o governo nacional por causa
de medidas novas que incluem uma interdição de duas semanas das escolas e
restrições à circulação depois das 20h na área metropolitana, que é um foco de
casos novos de coronavírus.
"Ontem, o
governo nacional decidiu quebrar o mecanismo de diálogo e consenso que tivemos
durante mais de um ano", disse Larreta em entrevista coletiva. "Quero
ser muito claro: não fomos consultados sobre nenhuma das medidas tomadas."
Larreta, que
faz oposição ao presidente de centro-esquerda Alberto Fernández, prometeu fazer
tudo que puder para manter as escolas abertas. Ele pediu conversas imediatas
com Fernández e disse que sua gestão levará a questão à Suprema Corte.
"Discordamos
totalmente da decisão do governo nacional de fechar escolas... sabemos o
estrago que escolas fechadas causam", afirmou o prefeito.
"Os
meninos e as meninas de Buenos Aires têm que estar nas salas de aula na
segunda-feira. Temos três ou quatro dias para fazer tudo em nossos poder para
conseguir isto", acrescentou.
Na
quarta-feira (14), Fernández disse que a Argentina precisa "ganhar
tempo" na luta contra a covid-19 porque os casos atingiram um recorde
nesta semana, com uma das maiores médias diárias de infecções per capita da
região.
"O vírus
está nos atacando, e está longe de ceder", disse o presidente, ao anunciar
medidas que levarão ao fechamento das escolas da grande Buenos Aires a partir
de segunda-feira e à suspensão de atividades esportivas, recreativas,
religiosas e culturais em ambientes fechados até 30 de abril.
A Argentina
acumula um total de 2,6 milhões de infecções de coronavírus e 58.542 mortes e
está sendo atingida por uma segunda onda de casos, como outros países da
América Latina.
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