China lança
módulo principal da sua 1ª estação espacial permanente
Objetivo,
de longo prazo, é hospedar astronautas
Publicado em
29/04/2021 - 08:45 Por * Agência Brasil - Pequim
A China lançou
hoje (29) o módulo principal da sua primeira estação espacial permanente, que
visa a hospedar astronautas a longo prazo.
O módulo
Tianhe, ou "Harmonia Celestial", foi lançado ao espaço recorrendo ao
foguete Longa Marcha 5B, a partir do Centro de Lançamento de Wenchang, na ilha
de Hainan, extremo sul do país.
Este é o
primeiro lançamento de 11 missões necessárias para construir e abastecer a
estação e enviar uma tripulação de três pessoas até o fim do próximo ano.
O programa
espacial da China também trouxe de volta as primeiras amostras lunares em mais
de 40 anos e espera pousar uma sonda e um rover (veículo de exploração
espacial) na superfície de Marte no próximo mês.
O
primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, junto com outros líderes civis e
militares, assistiu ao lançamento, do centro de controle, em Pequim.
O módulo
central é a secção da estação, onde os astronautas podem viver por um período
de até seis meses. Mais dez lançamentos vão enviar ainda dois módulos, usados
pelas futuras tripulações para fazer experiências, suprimentos de carga e
quatro missões com tripulação.
Pelo menos 12
astronautas estão em treinamento para viver na estação, incluindo veteranos de
missões anteriores. A primeira missão tripulada, a Shenzhou-12, está prevista
para junho.
Quando
concluída, no fim de 2022, a Estação Espacial Chinesa deverá pesar cerca de 66
toneladas, consideravelmente menor do que a Estação Espacial Internacional, que
lançou o seu primeiro módulo em 1998 e pesará cerca de 450 toneladas.
Teoricamente,
a Tianhe pode ser expandida para até seis módulos. A estação foi projetada para
operar por pelo menos dez anos. Ela tem aproximadamente o tamanho da estação
espacial americana Skylab, da década de 1970, e da antiga Mir, da União
Soviética, que operou por mais de 14 anos, após o lançamento, em 1986.
O módulo
principal vai fornecer espaço para viverem até seis astronautas, durante as
trocas de tripulação, enquanto os outros dois módulos, Wentian e Mengtian, vão
fornecer espaço para experiências científicas, inclusive das propriedades do
ambiente no espaço sideral.
A China
começou a projetar a estação em 1992, quando as ambições espaciais do país se
concretizavam.
A necessidade de operar sozinha tornou-se mais urgente, depois de ter sido excluída da Estação Espacial Internacional, em grande parte devido às objeções dos Estados Unidos (EUA) sobre a natureza secreta e os laços militares do programa chinês.
A China
colocou o seu primeiro astronauta no espaço em outubro de 2003, tornando-se o
terceiro país a fazê-lo de forma independente, depois da antiga União Soviética
e dos EUA.
Junto com mais
missões tripuladas, a China lançou duas estações espaciais experimentais de
módulo único. A tripulação Tiangong-2 permaneceu a bordo por 33 dias.
O lançamento
de hoje ocorre no momento em que a China também avança em missões sem
tripulação, especialmente na exploração lunar. O país pousou já um rover no
lado oculto da Lua.
Em dezembro
passado, a sonda Chang`e 5 trouxe rochas lunares de volta à Terra, pela
primeira vez, desde as missões realizadas pelos EUA na década de 70.
Outro programa
chinês visa a coletar solo de um asteroide, um dos principais focos do programa
espacial japonês.
A China
planeja outra missão para 2024, visando a recolher amostras lunares, e disse
que quer levar pessoas e possivelmente construir uma base científica na Lua.
Nenhum
cronograma foi proposto para esses projetos. Um avião espacial altamente
secreto também está em desenvolvimento.
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