Economia
criativa perdeu 458 mil postos de trabalho em 2020
As áreas mais
afetadas foram atividades artesanais e artes cênicas
Publicado em
06/04/2021 - 16:36 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo
O setor da
economia criativa perdeu 458 mil postos de trabalho na comparação do último
trimestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior. Os dados divulgados pelo
Observatório Itaú Cultural indicam uma retração de 6,4% nos empregos
especializados na área da cultura.
O levantamento
leva em consideração funções em diversas áreas que dependem da criatividade
para serem desempenhadas, não sendo uniformizadas ou passíveis de serem
substituídas por máquinas. Eram 7,1 milhão de pessoas trabalhando nesse tipo de
função nos últimos três meses de 2019. Número que foi reduzido para 6,6 milhões
no quarto trimestre de 2020.
As áreas mais
afetadas foram atividades artesanais, artes cênicas e visuais, cinema, música,
fotografia, rádio e TV e museus e patrimônio. Nesses segmentos, a retração
chegou a 18%. Eram 773, 9 mil pessoas com postos de trabalho nessa área no
final de 2019, número que caiu para 634,2 mil nos últimos três meses de 2020.
Nas áreas de
apoio às atividades criativas houve uma queda de 15% nos postos de trabalho,
passando de 2,5 milhões em 2019 para 2,1 milhões em 2020.
Novos
postos
Por outro
lado, houve um aumento de 115 mil postos de trabalho na área da Tecnologia da
Informação, o que representa uma alta de 24% no período. O segmento editorial
também abriu novos postos de trabalho, um crescimento de 25%, com 23,7 mil
novos empregos.
A redução de
postos de trabalho afetou mais os trabalhadores informais, sem carteira assinada
ou cadastro como pessoa jurídica. Nesse grupo, houve uma queda de 11%, passando
de 2,8 milhões para 2,5 milhões no número de postos de trabalho.
Nos postos de
trabalho formalizados, a retração ficou em 3,4%, chegando a 4,1 milhão de
pessoas no final de 2020.
“Uma das
razões para a retração ter sido menor é a criação de políticas de proteção ao
emprego implementadas durante a pandemia, que permitiram a diminuição de carga
horária e a suspensão temporária de contratos de trabalho, protegendo os
trabalhadores celetistas de possível desligamento”, aponta o levantamento.
Fontes
O estudo foi
feito a partir de diversas fontes oficiais como a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios Contínua; a Pesquisa Anual de Serviços; a Pesquisa Industrial
Anual, todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Também foram
aproveitados dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério da
Economia e do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público
Brasileiro.
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