Estudo
mostra que geleiras estão derretendo em ritmo acelerado
É o que
mostra estudo divulgado na revista científica Nature
Publicado em
29/04/2021 - 07:20 Por Cassandra Garrison - Repórter da Reuters – Londres
Quase todas as
geleiras do mundo estão perdendo massa em ritmo acelerado, mostra novo estudo
divulgado nessa quarta-feira (28) na revista científica Nature. Isso pode
afetar, segundo a pesquisa, projeções futuras sobre a perda de gelo.
O trabalho
fornece um dos panoramas mais abrangentes sobre a perda de massa de gelo de
cerca de 220 mil geleiras de todo o globo, um grande catalisador da elevação do
nível dos mares.
Usando imagens
de alta resolução de 2000 a 2019 do satélite Terra, da Agência Aeroespacial dos
Estados Unidos (Nasa), um grupo de cientistas internacionais descobriu que as
geleiras, com exceção das placas de gelo da Groenlândia e da Antártida, que
foram excluídas do estudo, perderam em média 267 gigatoneladas de gelo por ano.
Uma
gigatonelada de gelo preencheria o Central Park, da cidade de Nova York, e
chegaria a 341 metros de altura.
Os
pesquisadores também descobriram que a perda de massa das geleiras se acelerou.
As geleiras perderam 227 gigatoneladas de gelo por ano entre 2000 e 2004, mas
esse número subiu para uma média de 298 gigatoneladas de gelo a cada ano depois
de 2015.
O derretimento
está afetando os níveis dos mares em cerca de 0,74 milímetros por ano, ou 21%
da elevação do nível dos mares em geral, observada no período.
As geleiras
tendem a mostrar uma reação mais rápida à mudança climática quando comparadas
com as placas de gelo da Groenlândia e da Antártida, e atualmente contribuem
mais para a elevação do nível dos mares do que qualquer placa de gelo
individual, disseram cientistas.
O estudo pode
preencher lacunas importantes na compreensão da perda de massa de gelo e levar
a previsões mais exatas, disse Robert McNabb, coautor do estudo e cientista de
detecção remota da Universidade do Ulster britânica. Estudos anteriores a
respeito de geleiras individuais só respondem por cerca de 10% do planeta,
disse ele.
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