Operação
Acolhida contabiliza 50 mil refugiados venezuelanos
A ação abrange
675 municípios brasileiros
Publicado em
20/04/2021 - 11:14 Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Criada em
fevereiro de 2018 com o objetivo de proteger os venezuelanos que atravessam a
fronteira, prestando auxílio humanitário a imigrantes, a Operação Acolhida
contabiliza 50 mil refugiados e migrantes interiorizados para 675 municípios
brasileiros. A estratégia de interiorização é coordenada pelo governo
brasileiro e conta com o apoio da Agência da ONU (Nações Unidas) para
Refugiados (Acnur) e de outras Agências da ONU, bem como de entidades da
sociedade civil.
Por meio dessa
estratégia, busca-se garantir a inclusão socioeconômica daqueles que deixaram a
Venezuela e encontraram no Brasil uma chance de recomeçar a vida. A estratégia
de interiorização abrange quatro modalidades: saída de abrigos em Roraima para
centros de acolhida e integração na cidade de destino, reunificação familiar,
reunião social e Vaga de Emprego Sinalizada (VES).
“Na primeira
modalidade, os centros de acolhida e integração nos locais de destino oferecem
habitação temporária e serviços de apoio a integração local, que podem ser
fornecidos pelo governo federal, estadual, distrital, municipal e pela
sociedade civil. Há ainda Alojamentos de Trânsito e as Casas de Passagem
organizadas por diferentes organizações da sociedade civil no Distrito Federal,
São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Cuiabá, Conde e Porto Alegre. Acnur apoia
o Alojamento de Trânsito em Manaus”, informa a Acnur.
De acordo com
a agência da ONU, antes de embarcarem para outras cidades, os venezuelanos que
desejam participar da estratégia de interiorização devem seguir uma série de
critérios. Entre eles, o de estarem regularizados no Brasil, o que inclui ter a
solicitação da condição de refugiado ou residência temporária, além do Cadastro
de Pessoa Física (CPF) e Carteira de Trabalho. Também é necessário estar com
todas as vacinas em dia e passar por verificação médica. "Durante a
pandemia de covid-19, critérios ainda mais rígidos de monitoramento e
acompanhamento médico foram estabelecidos", detalha a Acnur.
Segundo o
ministro da Cidadania, João Roma, “cerca de 260 mil refugiados imigrantes
venezuelanos vivem no Brasil. Isso significa que um em cada cinco venezuelanos
recebeu alguma forma de apoio da Operação Acolhida”, disse ele hoje (20)
durante cerimônia comemorativa à marca de 50 mil migrantes interiorizados pelo
programa.
“Mais do que
fortalecer dados a respeito do número de refugiados e imigrantes que serão
interiorizados, trabalhamos para que ao chegar a seus destinos eles contem com
escolas e creches para seus filhos, e com emprego e acesso à rede de proteção
social mantida pelo governo brasileiro”, acrescentou o ministro ao citar, como
“peças fundamentais do suporte oferecido aos venezuelanos”, os Centros de
Referência de Assistência Social e o de Referência Especializado de Assistência
Social.
Em seu
discurso, o ministro da Casa Civil e presidente do Comitê Federal de
Assistência Emergencial, Luiz Eduardo Ramos, disse que o Brasil “sempre será um
dos países que mais acolhe povos”, e que, ao acolher os venezuelanos, “assume
protagonismo regional” na América do Sul.
Pesquisa
conduzida pela Acnur com 360 famílias venezuelanas interiorizadas mostra que
77% delas encontraram emprego algumas semanas após chegarem às cidades de
destino. O levantamento aponta, que a maioria já tinha renda suficiente para
pagar aluguel, e que todas as famílias tinham, pelo menos, uma criança na
escola. “Dentre os beneficiários da estratégia de interiorização, 47% são
mulheres e meninas e 37% são menores de 18 anos (meninos e meninas). Um total
de 88% dos venezuelanos interiorizados viajou em grupos familiares, enquanto
outros 12% viajaram sozinhos”, complementa a Acnur.
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