Preço dos
principais produtos agropecuários sobe no primeiro trimestre
Soja, algodão,
milho e boi gordo registram maiores valorizações
Publicado em
29/04/2021 - 16:49 Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
Os 15
principais produtos agropecuários brasileiros tiveram alta de preços no
primeiro trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. A
análise faz parte da nota de conjuntura Mercados e Preços Agropecuários,
divulgada hoje (29) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em
parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea/Esalq/USP) e com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As maiores
valorizações em janeiro, fevereiro e março de 2021 em relação aos três
primeiros meses de 2020 foram na soja (94,2%), no algodão (66,3%), no milho
(61,7%), no boi gordo (52,4%) e no trigo (51%).
Já na
comparação com o quarto trimestre de 2020 tiveram alta a soja (4,7%), o milho
(13,4%), o trigo (10,6%), o algodão (24%), o café (21,2%), o açúcar (4,2%), o
etanol hidratado (18,5%), o etanol anidro (12,3%) e o boi gordo (10,3%).
Por outro
lado, tiveram queda de preços em relação ao último trimestre do ano passado a
carne suína (17,5%), a carne de frango (1,9%), o ovo (15,6%), o leite (6,6%), o
arroz (13,6%), a batata (10%), a laranja (6%) e a banana (15%).
De acordo com
o Ipea, as principais commodities (produtos primários com cotação em mercados
internacionais) agropecuárias continuaram sofrendo impacto do câmbio e da alta
dos preços internacionais. "Para o Brasil, a desvalorização do real ante o
dólar contribuiu para manter os preços das commodities ainda mais atrativos em
moeda local", destaca a análise, segundo a qual, a demanda mundial
aquecida e os estoques baixos contribuíram para boa parte da alta dos preços
internacionais.
Apesar disso,
o câmbio também teve efeitos adversos sobre as culturas brasileiras que
dependem de insumos importados, encarecendo o custo de produção, ressalta o
Ipea.
Na demanda
externa, a pesquisa revela que continuaram altos os volumes exportados para a
China e outros países asiáticos. Já na demanda interna, a redução do
funcionamento dos bares e restaurantes, além dos possíveis impactos do
agravamento da pandemia sobre a renda das famílias contribuíram para a queda de
preços domésticos do arroz, leite, de hortifrutícolas e de carnes suínas e de
frango.
Grãos
Principal produto do agronegócio brasileiro, a soja deve atingir, em 2021, o recorde de exportações da série histórica, com 85,6 milhões de toneladas, o que representa 50% das vendas mundiais do grão. A demanda externa aquecida deve continuar a pressionar o preço doméstico da soja – somente a China consome cerca de 31,6% da safra mundial.
No caso do
milho, o Ipea diz que o clima seco atrasou a semeadura e tende a pressionar
alta nos preços. Está previsto um cenário favorável no segundo semestre, caso o
clima contribua para a evolução da segunda safra.
Para o arroz,
há expectativa de retomada do consumo no segundo trimestre do ano, após vendas
aquém do esperado nos primeiros meses do ano.
0 Comentários