Chilenos
escolhem independentes para reescrever Constituição
Coalizão
governista de centro-direita do Chile sofre derrota
Publicado em
17/05/2021 - 10:31 Por Aislinn Laing, Fabian Cambero e Dave Sherwood -
Repórteres da Reuters - Santiago
A coalizão
governista de centro-direita do Chile sofreu uma derrota na noite desse domingo
(16), quando foi incapaz de garantir um terço dos lugares no organismo que
redigirá a nova Constituição do país.
Com 90% dos
votos apurados, os candidatos apoiados pela coalizão Chile Vamos, do presidente
Sebastián Piñera, só haviam obtido um quinto das vagas, enquanto os
independentes estavam com a maioria.
Novas
propostas exigirão a aprovação de dois terços, e sem um terço dos delegados o
governo terá dificuldade para impedir mudanças radicais na Constituição, a
menos que consiga fazer novas alianças.
O resultado e
as derrotas dos candidatos governistas em eleições municipais e estaduais
realizadas ao mesmo tempo são um mau sinal para Piñera e aliados nas eleições
gerais e presidenciais de novembro.
A votação para
escolher 155 cidadãos para reescreverem a Constituição nasceu dos protestos
intensos contra a desigualdade e o elitismo que irromperam em outubro de 2019.
Muitos
chilenos consideram que a Constituição atual, redigida durante a ditadura de 1973-1990
de Augusto Pinochet, privilegia grandes negócios em detrimento dos cidadãos
comuns.
Até
recentemente, o governo tinha confiança de que seus candidatos conquistariam ao
menos um terço dos votos.
Piñera disse
que seu governo e outros partidos políticos tradicionais deveriam ouvir o
recado "alto e claro" de que não responderam adequadamente às
necessidades dos cidadãos.
A nova
Constituinte chilena será a primeira do mundo a estabelecer um número
aproximadamente igual de homens e mulheres como delegados.
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