Confronto em Jerusalém deixa
mais de 300 feridos em mesquita
Conflitos ocorreram diante da
mesquita de Al-Aqsa
Publicado em 10/05/2021 - 10:17 Por
Jeffrey Heller - Repórter da Reuters – JERUSALÉM
Manifestantes palestinos atiraram pedras e
policiais israelenses dispararam granadas de atordoamento e balas de borracha
em confrontos diante da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, nesta segunda-feira
(10), quando Israel comemorou o aniversário da captura de partes da cidade na
Guerra dos Seis Dias.
A Sociedade do Crescente Vermelho
(movimento internacional humanitário) palestina disse que mais de 305
palestinos ficaram feridos no episódio e que ao menos 228 deles foram levados a
hospitais. Vários se encontram em estado grave, e a polícia informou que 21
agentes ficaram feridos.
Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do
Islã, é um foco de violência em Jerusalém durante o mês muçulmano sagrado do
Ramadã, e os conflitos causam preocupação internacional.
As tensões aumentaram porque Israel
comemorou o "Dia de Jerusalém", a celebração anual da conquista de
Jerusalém Oriental e da Cidade Velha murada, que abriga sítios sagrados
muçulmanos, judeus e cristãos.
Na tentativa de amenizar a situação, a
polícia israelense disse que proibiu que grupos judeus fizessem visitas nesta
data à praça sagrada que abriga Al-Aqsa, que é reverenciada como o local
original de templos bíblicos.
A polícia também estudava redirecionar um
desfile tradicional do Dia de Jerusalém, no qual milhares de jovens judeus
portando bandeiras de Israel atravessam o Portão de Damasco da Cidade Velha e o
Bairro Muçulmano.
A polícia disparou gás, granadas de
atordoamento e balas de borracha contra centenas de palestinos que os alvejaram
com pedras na praça de Al-Aqsa, disseram testemunhas.
A violência no complexo sagrado diminuiu
várias horas depois de começar, e testemunhas disseram que a polícia israelense
começou a permitir a entrada de palestinos de mais de 40 anos.
Em comentários públicos, o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está
determinado a manter a lei e a ordem em Jerusalém, preservando ao mesmo tempo a
"liberdade de culto e a tolerância a todos".
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do
presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusou "forças de ocupação
israelenses" de realizarem uma "operação brutal" em Al-Aqsa.
As tensões também são insufladas pelos
planos de expulsão de várias famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em
Jerusalém Oriental.
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