Exército
espanhol vai a Ceuta para controlar avalanche de imigrantes
Cerca de 6
mil pessoas entraram na cidade ilegalmente
Publicado em
18/05/2021 - 09:37 Por Agência Brasil* - Madri
Várias
unidades do Exército espanhol foram enviadas a Ceuta nesta terça-feira (18)
para controlar as ruas da cidade, após cerca de 6 mil migrantes terem entrado
de forma ilegal. A Espanha já reenviou ao Marrocos 2,7 mil dessas pessoas. Em
mensagem no Twitter, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que
vai utilizar "a máxima firmeza" para restaurar a normalidade em
Ceuta.
"Minha
prioridade neste momento é devolver a normalidade a Ceuta. Os cidadãos devem
saber que têm o apoio total do governo da Espanha e a máxima firmeza para
garantir a sua segurança e defender a sua integridade face a qualquer
desafio", disse o chefe do Executivo.
Desde ontem,
cerca de 6 mil migrantes, a maioria marroquinos, entraram ilegalmente em Ceuta,
a nado ou pulando as altas cercas fronteiriças que separam a cidade do
Marrocos. Do total, 1,5 mil são menores.
As autoridades
espanholas e marroquinas tinham concordado em devolver ao Marrocos os jovens
daquele país que chegassem a Ceuta, e o ministro espanhol da Administração
Interna, Fernando Grande-Marlaska, anunciou nesta terça-feira que já foram
reenviados ao país 2.700 migrantes. “Estamos continuando essas devoluções”,
disse.
"A lei,
os tratados internacionais e os nossos acordos com o Marrocos" serão
aplicados para a proteção dos cerca de 1,5 mil menores que estão entre os
imigrantes, acrescentou o ministro espanhol.
Para agilizar
o processo e garantir a segurança dos cidadãos, Grande-Marlaska informou que
ainda hoje deverão chegar à cidade espanhola 200 militares, 150 policiais
nacionais e 50 guardas civis para complementar os 1,1 mil efetivos que
habitualmente se encontram em Ceuta.
“Ceuta é tanto
Espanha quanto Madri ou Barcelona. Vamos ser incisivos na defesa das nossas
fronteiras”, garantiu Grande-Maslaska. “Seremos tão beligerantes como somos na
luta contra o discurso de ódio”, afirmou.
“Tem sido uma
noite de tensa calmaria, mantivemos nossas posições como ontem [segunda-feira]
para vê-los chegar, porque perante uma avalanche de pessoas com essas
características não podemos fazer mais nada”, disse um guarda civil, que teme o
surgimento de problemas de segurança, uma vez que a cidade não tem capacidade
para controlar todos esses imigrantes. Há relatos de confrontos hoje entre um
grupo de imigrantes e a guarda civil.
“A cidade está
lotada, há grupos de imigrantes em todas as ruas, principalmente na zona
portuária, no centro e no bairro de San José”, afirmou um agente. “A maioria,
99%, é jovem”.
A situação no
enclave espanhol levou o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, a cancelar a viagem
que faria a Paris para participar de cúpula sobre o financiamento da África,
organizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
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