FGV:
atividade econômica cresceu 1,7% no 1º trimestre
Consumo das
famílias diminuiu 1,2% no primeiro trimestre
Publicado em
17/05/2021 - 12:19 Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
A atividade
econômica cresceu 1,7% no primeiro trimestre de 2021, na série dessazonalizada,
em comparação com o quarto trimestre de 2020. Na comparação com o primeiro
trimestre do ano passado, o crescimento foi de 1,6%. Levando em conta o mês de
março, houve queda de 2,1% em relação a fevereiro e crescimento de 5,2% na
comparação com março de 2020.
Os dados são
do Monitor do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado hoje (17) pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). De acordo com o
coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, o desempenho positivo na
comparação com o trimestre anterior surpreendeu, embora mostre a fragilidade do
crescimento na comparação mensal, em decorrência da pandemia de covid-19.
“Este
crescimento foi observado tanto nos três grandes setores de atividade, quanto
nos componentes da demanda. No entanto, na comparação mensal, o fraco
desempenho de março, frente a fevereiro mostra a fragilidade deste crescimento,
dado o acirramento das medidas de isolamento social em diversas cidades
brasileiras. A necessidade de adoção de novas medidas de isolamento foi devida
à piora da pandemia no Brasil, com o aumento do número de casos de contágio e
de mortes a partir do final de fevereiro”.
Para o
economista, os resultados evidenciam a importância de se acelerar a vacinação
da população contra a covid-19, como primeiro passo “para que a economia possa
crescer de forma mais sustentável a longo prazo”.
O Ibre/FGV
informa que houve a necessidade de se fazer um ajuste sazonal adicional na
análise apresentada hoje, devido à influência da pandemia em 2020 e em 2021.
Caso contrário, o resultado do trimestre seria de 1%, se fossem usados os
mesmos fatores sazonais aplicados até 2019. Com os mesmos fatores, a variação
de março seria positiva em 2,6%.
Em valores, a
estimativa para o PIB do primeiro trimestre de 2021 foi de R$ 2,113 trilhões.
Indicadores
Os dados do
Ibre/FGV indicam que o consumo das famílias diminuiu 1,2% no 1º trimestre, em
relação ao mesmo período do ano passado. Por setores, houve crescimento apenas
no consumo de produtos duráveis, de 8,2%, o que contribui com 0,8% de aumento
no indicador. O consumo de serviços pelas famílias continua como o principal
responsável pelo desempenho negativo global do consumo, com queda de 2,8%.
A formação
bruta de capital fixo cresceu 10,4% no primeiro trimestre, na comparação anual.
Todos os componentes do indicador tiveram aumento, com destaque para máquinas e
equipamentos, devido à importação de plataformas de exploração de petróleo.
No mesmo
período, a importação subiu 6,5%, influenciada pelo crescimento elevado de bens
intermediários e produtos da extrativa mineral. A importação de serviços segue
em queda, apesar de menor do que as registradas no segundo semestre do ano
passado.
A exportação
cresceu 0,5% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do
ano passado. As principais contribuições para a ligeira alta foram dos setores
de bens de capital e de bens de consumo, impulsionados pelo crescimento do
consumo de não duráveis e de duráveis. Os produtos agropecuários, os bens
intermediários e os serviços apresentaram queda na exportação no período
analisado.
A taxa de
investimento no primeiro trimestre de 2021 foi de 17,1%, em valores correntes.
Com isso, a média das taxas de investimento trimestrais desde o 1º trimestre de
2000 ficou em 17,9% e a média das taxas de investimento trimestrais desde o 1º
trimestre de 2015 ficou em 15,8%.
O instituto
informou que nesta divulgação ainda não foram atualizadas as informações
referentes as alterações na contabilização das plataformas de exploração de
petróleo na formação bruta de capital fixo.
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